Sociedade Civil e Lutas Sociais
Por: leonardorm • 26/9/2019 • Seminário • 764 Palavras (4 Páginas) • 194 Visualizações
Sociedade civil e lutas sociais: tolerância-intransigência ou intolerância- intransigência?
Introdução
Na década de 90 tem início a ofensiva material e ideológica do grande capital.
Essa ofensiva foi responsável por promover transformações profundas na estrutura produtiva e também nas relações entre Estado e sociedade.
No âmbito da sociedade civil, registra-se o crescimento de organizações de caráter corporativo e particularista, que passaram a debilitar o processo democrático do país.
Os fundamentos e pressupostos do pensamento neoliberal tornaram-se hegemônicos na realidade brasileira, sendo assumidos pelos governos, em diferentes conjunturas.
A sociedade civil foi deslocada, de campo predominantemente político- estatal, espaço de lutas democráticas e construção de novas hegemonias, para uma esfera de cooperação, de gestão da crise e substituição das funções estatais.
No governo Lula, fortaleceu-se essa concepção ideológica e pragmática, abolindo-se preocupações com uma reforma ético-política do aparato estatal.
A sociedade civil despolitiza-se, deixa de configurar-se como terreno da grande política.
Nos governos anteriores, o Partido dos Trabalhadores (PT) e a Central Única de Trabalhadores (CUT) foram os principais sujeitos coletivos de representação política das demandas dos movimentos sociais.
Nos dois mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva, o PT e a CUT passaram a ser base de apoio do governo, abandonando seu papel original, de intermediador das lutas das classes subalternas, de defesa de propostas contra-hegemônicas, especialmente no campo das políticas públicas e na ampliação dos espaços de participação.
Esse processo acarreta consequências visíveis na formação de identidades de classe e na formulação de projetos coletivos, fortalecendo as lutas econômico-corporativas e particularistas, desestruturando as classes sociais, enfraquecendo sua capacidade de mobilização.
A CONLUTAS: resistência e rebeldia
A Conlutas foi fundada em maio de 2006 e surgiu como uma alternativa de reorganização das lutas dos trabalhadores com independência de classe e socialista ante a eleição do governo Lula e sua opção por governar de acordo com o modelo econômico neoliberal.
A política do governo Lula cooptou boa parte dos movimentos sociais como a CUT, o movimento estudantil, e até setores do MST os quais, contemplados com verbas públicas, assumiram uma postura de neutralidade frente à política social-liberal do governo.
Ainda assim, nas pautas do MST e da Conlutas permanecem as frentes combativas de luta pela reforma agrária, pela defesa da terra e por um projeto de sociedade socialista.
A CUT deixou de ser a "grande referência do polo mais combativo do movimento sindical", tornando-se um aparelho privado de hegemonia burocratizado e governista.
A Conlutas surgiu como uma coordenação aberta à participação de qualquer entidade da sociedade civil do campo democrático-popular.
A entidade atua ativamente na luta dos trabalhadores da América Latina, posicionando-se contra as reformas neoliberais, o modelo econômico do governo Lula, o imperialismo norte-americano e as consequencias da globalização capitalista.
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