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TRANSTORNO MENTAL NA FAMÍLIA CONTEMPORÂNEA

Por:   •  13/10/2021  •  Projeto de pesquisa  •  4.161 Palavras (17 Páginas)  •  159 Visualizações

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TRANSTORNO MENTAL NA FAMÍLIA CONTEMPORÂNEA:  um estudo sobre o exercício do assistente social no amparo das famílias com pessoa diagnosticada com transtorno mental.

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Autor/a. ELOI DE FÁTIMA BALIN

Orientadora: NILDA CASTRO[2]

REFEREENCIAL TEÓRICO

  1. A família como base no apoio do paciente com transtorno mental

Um dos assuntos mais direcionados por incentivos ideológicos é a família. Esse instituto é alvo de análise dos profissionais do serviço social pelo fato de estar diretamente ligado a orientação, elaboração, planejamento e execução de políticas sociais, pois os usuários são as famílias e sujeitos que carecem dos serviços e programas implementados. (OSTERNE, 2001)

Sendo assim, é imprescindível que o assistente social tenha um olhar tangível, visto que trabalha no acolhimento de pessoas vulneráveis que precisam de um direcionamento para suas solicitações, a fim de amenizar essas respectivas vulnerabilidades. (PEREIRA; CRONEMBERGER, 2020)

Para Vygotski (1994), a família é a organização onde o indivíduo forma seu desenvolvimento, sendo compreendida como um importante espaço de socialização do ser humano.

É nesse meio que a criança distende, cresce, e passa por um seguimento de entendimentos, onde se constrói um perfil que pode ou não mudar na vida adulta.

Nesse sentido, Vygotski (1994) também leciona que o ambiente familiar assegura a esse pequeno ser, proteção e adequação a hábitos de rotina, garantindo o sustento básico necessário para sobreviver.

Não obstante, o conceito de família contemporânea está desfigurado considerando a visão de família atual, já no presente, temos composições familiares diferenciadas, isto porque a união heterossexual não é mais o único modelo na sociedade brasileira.

 Contudo, a família mesmo com ressalvas de configurações ainda é o núcleo para permear a evolução do ser humano. (CARVALHO, 2002)

Sendo a família que estrutura a coletividade, ela vem se ajustando a conjuntura social, essa recebe reações que por vezes acabam influenciando no quadro familiar.

De acordo com Araújo (2008), essas condições causadoras podem ser econômicas, sociais, culturais, emocionais e assim por diante.

Segundo Hintz (2011) a estrutura familiar que tem crescido em número é a monoparental, formada por pais ou mães únicos e corroborando com essa afirmação, Medeiros (2014) traz ainda que as famílias sofreram transformações na sua estrutura ao longo dos tempos, uma existência de sucessivas mudanças, inserindo cada vez mais novas modalidades.

 É incontestável o fato de a realidade induzir a formação do perfil de cada indivíduo. Entende-se que hoje as famílias têm uma diversidade, uma composição diferente, como pais divorciados que constituíram novas famílias, crianças adotadas por casais homoafetivos, mulheres ou homens sozinhos cuidando dos filhos.

Segundo Pereira (2009): “A família, inserida no contexto social, tem suas relações interiores influenciadas pelas mudanças ocorridas.”

Desta feita, é imprescindível o assistente social entender que cada integrante da família tem sua singularidade e saber que o suporte desse vínculo social irá influenciar cada membro diretamente na sociedade, ditando regras que conduz a vivencia grupal de cada indivíduo.

Para Oliveira (2012), a industrialização, tecnologias avançadas e métodos anticoncepcionais, bem como o grande número de separações, contribuíram para a redução da natalidade.

Outro fator importante foi a inclusão da mulher no mercado de trabalho, deixando de ser apenas a rainha do lar para ser uma profissional, batalhando por sua carreira ou uma vaga nesse meio que era de domínio masculino.

Outrossim, Oliveira (2012) esclarece também que a mulher aos poucos foi ganhando espaço e aprendeu a lutar por seus direitos, buscando igualdade em um mundo machista, ela se libertou e teve autonomia, descobriu novas culturas, e nesse aspecto pôde decidir a hora de ser mãe.

Dessas modificações, a união homoafetiva favoreceu para a nova configuração familiar contemporânea. Oliveira (2009) descreve acertadamente a diversidade desses formatos, afeiçoados que coabitam em repúblicas, a união estável de cônjuge do mesmo sexo, aquelas compostas pelo afeto e não pelo enlace civil ou religioso, ou ainda, pela convivência com parentes. (OLIVEIRA, 2009)

Constata-se que a configuração que compõe as famílias é indiferente, o que é imprescindível é que o profissional do serviço social conduza de forma adequada essa instituição, levando em consideração as particularidades existentes em cada grupo familiar, aplicando as políticas sociais de acordo com o caso concreto.

  1. Identificar transtorno mental

Inicialmente, necessário se faz o esclarecimento acerca da diferença entre saúde mental e doença ou transtorno mental.

Os conceitos podem trazer várias dúvidas, destarte, o grupo de psicólogos do renomado hospital Albert Einstein, elucidam com louvor a definição de transtorno mental e doença mental:

O uso da palavra transtorno está relacionado com um conceito mais amplo de diagnóstico. Ao falarmos de doença nós temos as causas, um padrão de sintomas e medidas terapêuticas padronizadas, como, por exemplo, as doenças cardíacas.

Quando falamos em transtornos, nos referimos a uma trajetória diagnóstica que varia bastante de pessoa para pessoa, multifatoriais e com diversas formas de tratamento. (SOCIEDADE BENEFICIENTE ISRAELITA BRASILEIRA, 2021)

Evidencia-se, portanto, que saúde mental se define na essência das emoções, já transtorno mental, está relacionado ao psíquico, pessoas saudáveis mentalmente compreendem e convivem e, aceitam as adversidades, os limites e desafios como parte da vida sem que esses intervenham no trabalho, na escola ou relacionamentos.

Para Rezende (1989) e Segre & Ferraz (1997), definir transtorno mental é complexo, pois está relacionada a normalidade, a emoção e a interferência da cultura, isso tudo contribui a diferenciar esse conceito.

Dialogar sobre transtornos é um assunto amplo por se tratar de diversas doenças emocionais, sendo as mais comuns a depressão, distúrbio de ansiedade generalizado, distúrbio do pânico, transtorno bipolar e esquizofrenia, cada uma com proporção e intensidade diferente.

Para Caponi (2003), uma discussão aliada aos transtornos e todas as ramificações exigem cautela, exatamente por se tratar do ser humano e todo o cenário que o cerca em diferentes culturas.

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