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A Antropologia

Por:   •  22/6/2017  •  Trabalho acadêmico  •  530 Palavras (3 Páginas)  •  311 Visualizações

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Buscando relacionar com o texto do Vigiar e Cuidar: notas sobre a atuação estatal na cracolândia, têm-se o esclarecimento da questão sobre o Estado estar presente dentro da cracolândia. E sim, o Estado está dentro dela, assim, o questionamento mais plausível seria de como esse Estado se faz presente dentro desses locais. Dentro de uma cracolândia há inúmeras atores sociais e não só os usuários e os traficantes, há moradores, comerciantes, estudantes, a imprensa, artistas, então há inúmeras relações sociais e uma dinâmica entre essa relações. É notório, inclusive exposto pela mídia, operações policiais dentro desses locais, prendem alguns traficantes, ocorrem alguns conflitos, mas em pouco tempo aquela cracolândia volta a sua realidade cotidiana ou os usuários mudam de lugar. Foi o que ocorreu com o recente acontecimento da invasão da polícia dentro da cracolândia de São Paulo, a mando do prefeito, João Doria, que fez com que os policiais invadissem a área sem nenhuma organização e formas que pudessem acolher os usuários, só simplesmente expulsaram todos de lá, sem lhes garantirem nenhum acolhimento pelo Estado, logo, aconteceu o óbvio, os usuários migraram para uma outra área, inclusive muito perto da antiga área.

Com esses conflitos é notório a presença do Estado, já que a polícia é um orgão do Estado que tem como intenção a manutenção da ordem do espaço. Há inúmeros conflitos entre a polícia e outros profissionais que buscam preservar e vida daqueles usuários e prestar assistência da melhor forma que podem naquelas condições. Já a polícia (ou a maioria) não consegue enxergar os usuários de uma forma mais humanitária , mas há controversas, o convívio com esses usuários se tornam tão intensas que há casos de policiais saberem os nomes desses usuários e até tentar fazer atividades educacionais, como o texto citou um exemplo de uma agente que financiava materiais para as crianças daquele local desenharem. Na realidade cotidiana os policiais muitas vezes abordam outros profissionais que vão tentar prestar uma assistência, como de saúde, e por não entenderem a intenção do trabalho deles, os julgam afirmando de que nada daquele trabalho adiantará ou que eles estão incentivando o uso das drogas.

O que mais se observa dentro dessas áreas é um abuso de poder por parte da polícia, uma violência gratuita, só para deixar claro a superioridade. Muitos dos profissionais que vão fazer trabalhos de assistência nessas áreas, pelo fato de já vivenciarem essas atitudes da polícia, estavam indo com câmeras fotográficas para registrar esses tipos de violência gratuita, trazendo assim mais uma controversa, profissionais que vão com intenção de fazer um trabalho comunitário e agora estavam ali, observando e procurando registrar o trabalho incoerente da polícia.

É notório também que há intenções maiores em manter ou tirar uma cracolândia de um lugar. Há investidores que compram terrenos e fazem seus empreendimentos de forma barata, já que é uma área desvalorizada por causa da cracolândia, posteriormente com a ajuda da opressão do Estado removem a cracolândia que migra para outra área, tornando assim a antiga área valorizada. Enquanto dentro desses locais existem usuários que precisam de assistencialismo, o Estado promove opressão e faz com que eles se tornem apenas motivo de especulação de capital de áreas.

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