A Antropologia na Prisão
Por: Jose H. Magaton • 2/10/2019 • Resenha • 3.197 Palavras (13 Páginas) • 272 Visualizações
Texto 1 -
Texto 2 - Memórias e historicidade em dois comandos prisionais
Neste artigo os autores focam nos comandos PCC (Primeiro Comando da Capital) e CRBC (Comando Revolucionário Brasileiro da Criminalidade), foram criados personagens para dialogar com falas reais coletadas, assim cada um representando os comandos com o objetivo de demonstrar a diferença de como cada um compreende a história da guerra entre seus comandos.
Na história Zeta teria audiência com o juiz sobre sua detenção cumprindo no centro de detenção provisória. Rumo chegar ao fórum criminal fora colocado no veículo junto com vários presos algemados, maltratados e expostos a condições deploráveis no veículo por conta do calor, falta de espaço e outros fatores, recebiam gás de pimenta ao protestar sobre. Chegando fora posto na sela do PCC e havia também a cela de outros comandos.
Chegando também Sigma quase da mesma maneira que Zeta , houve uma discussão com o policial por conta da cela que ele ocuparia, sendo que ele tinha medo de cair na cela do PCC pois este pertence a um movimento rival e por questionar levou um soco no estômago sendo levado até a cela do PCC, os do CRNC eram conhecidos por cooperar com a polícia e Zeta reparou ele batendo de frente com o policial, sendo colocado lá, Sigma e Zeta começam a discutir entre si e se ameaçar pois sabem que são de facções distintas, comentam sobre Delta, parceiro de Sigma, comentando ambos sobre a integridade de Delta que foi morto pelo PCC na época em que os dois grupos eram unificados e depois ocorreu a separação, Zeta diz que este se envolvia com "coisas erradas" e "passava pano pra patife" pois ele não teria morrido se não tivesse feito nada e Sigma fala que "ele batia de frente com essas coisas e corria pelo certo".
Segundo Sigma ele não aceitava extorsão entre membros do PCC e morreu defendendo isso, Sigma diz que ele preferiu sair fora do PCC porque quem era certo ou foi morto ou expulso assim como Delta em sua opinião, Zeta diz que o PCC deu oportunidade a Sigma e ele não foi digno, Sigma diz que ele "fez 100%" e o PCC não deu oportunidade a ele, eles discutem sobre a integridade e respeito de passar pano ou bater de frente pelo certo dizendo que o PCC se juntou com pilantras, discutem se o PCC cobra dinheiro pros presos ficarem nas cadeias do PCC enquanto Zeta diz que não é obrigatória a contribuição mas ele faz para dar assistência e o Sigma diz que eles são extorquidos, discutem sobre "pobre louco na ilha" (preso que não tem visita e nem assistência da família) onde ele se endivida pois não recebe da família nenhum tipo de ajuda ou doações, Sigma diz que fazer dívida é ser "lagarto" (pessoa que faz oq todos mandam)(Sigma diz que só tem pau mandado no PCC), Zeta diz que o comando deles colabora com a polícia (o PCC é mais agressivo quanto a polícia, por isso diz isso, além do outro grupo que Sigma faz parte já ter feito acordos com a secretaria prisional) enquanto Sigma diz que é mais esperto cumprir a pena parar ser solto do que fazer ações que aumentem a pena igual o PCC faz, Sigma diz que o PCC dita ordens enquanto Zeta fala que apenas dão instruções, discutem sobre Geleião e Marcola andarem juntos (Geleião extorquia e Marcola era "humilde e queria igualdade" (o qual é o novo líder do PCC após a fase de extorsão segundo Zeta), Zeta diz que o PCC corre pelo oq é certo e por conta disso ameniza as dificuldades da vida na cadeia e diminui a extorsão e opressão no presídio. A história termina com os policiais enfurecidos pelo barulho da discussão.
A história se refere a briga do PCC com o CRBC, fora posta desta forma para relatar as diferenças de que cada grupo compreende a história da guerra entre os dois comandos.
Sobre o CRBC ele tem apenas uma fase
Zeta diz que esse comando é uma corja enquanto Sigma diz que lá ainda é o único lugar que luta pelo certo.
Sigma acredita que o PCC nasce com a esperança de acabar com o mal das relações prisionais entre presos, como extorsões e matanças, o comando em sua visão disputava território com quadrilhas que aterrorizavam presos humildes nas prisões, com o início do desvirtuamento de ideias vai deixando Sigma frustrado, pessoas que ele admirava e considerava justas iam sendo assassinadas, então Sigma se retirou para outra prisão junto com muitos outros, formando então um novo comando, sendo possível enfrentar o PCC e "correr então pelo certo".
Zeta vê o surgimento do PCC como um modo de por políticas precisas para finalizar opressões que os presos sofriam do estado e de presos para com presos, gerando infinidades de micropolíticas. Zeta lembra propostas basilares do PCC: Regular ações contra o estado de nome: "Paz entre os ladrões", postura de embate contra o estado "Bater de frente com a polícia" e "Quebrar cadeia" ou seja, fugir.
O comando segundo Zeta busca Paz, Justiça e Liberdade.
O PCC possuía uma estrutura piramidal de rígida hierarquia, promovendo a prevalência de "não humildes que querem mandar e produzir lagartos", gerando um problema ao próprio PCC, gerando dentro de si mesmo relações das quais teriam por objetivo combater, gerando a fuga de presos para a criação de um novo comando se dizendo superiores. Na visão de Zeta o poder subiu a cabeça dos fundadores e o problema não estava no PCC, mas sim nos corrompidos, surgindo então a necessidade de restabelecer os princípios do comando e fazer oposição aos corrompidos, gerando uma guerra interna, Marcola então tomou o poder e "escorraçou" Geleião e Cesinha para que existisse igualdade no comando.
Para Zeta o PCC aprendeu com os erros do passado e para Sigma o movimento se deteriorou.
Sigma vê que a partir do momento que ocorre extorsão de recursos na prisão para arrecadar dinheiro ao PCC acaba então a igualdade e liberdade, para ele se unir ao comando era se tornar "lagarto", havia a opção de criar novo partido para então ter liberdade, ou então, partir para um confronto que seria mortal. Então se vê na segunda opção.
Na visão de Zeta ele teve que fazer sua escolha ao ver o poder subindo a cabeça dos fundadores, onde poderia: Fugir acovardado dos embates do tema, ou ir contra os fundadores corruptos com a possibilidade de morte, porém, a primeira opção para Zeta só poderia ser aceita por: "aqueles que estavam pelo errado", aqueles que não dispunham de "quebrar a cadeia" e "bater
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