A Manifestação da subjetividade através de dinâmicas de grupo realizadas na sala de espera de um Centro de Atenção Psicossocial
Por: Wellitânia de Queiroz • 27/4/2018 • Trabalho acadêmico • 2.589 Palavras (11 Páginas) • 1.515 Visualizações
Artigo para conclusão do curso de Técnico em Reabilitação de Dependentes Químicos - PRONATEC Centro de Educação Profissional - CEP Maio de 2015 |
A manifestação da subjetividade através de dinâmicas de grupo realizadas na sala de espera de um Centro de Atenção Psicossocial.
Cintia Soraya Fernandes de Oliveira 1, (IC). Wellitânia Maia de Queiroz 1 (IC), Juliana Alves de Oliveira Ferreira 2(PQ).
1.Centro de Educação Profissional
2.Centro de Educação Profissional – Curso Técnico em Reabilitação de Dependentes Químicos
we.digital@hotmail.com
Palavras-chave: Subjetividade, Dinâmicas de Grupo, Transtorno Mental.
Resumo
O presente trabalho tem como propósito, proporcionar um recurso alternativo promovendo a melhoria do processo de interação relacionado á aplicação de dinâmicas de grupo no contexto lúdico utilizado por técnicos em reabilitação de dependentes químicos em sala de espera. O estudo é do tipo relato de experiência que se deu através de uma proposta teórico metodológica no decorrer da disciplina de Estágio Supervisionado do Centro Educação Profissionalizante - CEP, ministrada pela professora Me Juliana Alves de Oliveira Ferreira. Realizou-se no primeiro semestre letivo de 2015, no período da tarde no município de Quixadá-CE. Para coleta de dados utilizamos a observação não participante, anotações em diário de campo, planejamento prévio das atividades que seriam realizadas. A analise dos dados se deu através da categorização dos seguintes temas: Resgate de memórias através da dinâmica com musicas, autoconhecimento através de dinâmicas da caixa surpresa, empatia e escuta compartilhada. Através deste trabalho, buscamos enfatizar a melhoria do processo de interação, visto que encontramos em sala de espera pacientes ociosos, não participativos e dispersos pelos corredores. Propomos como ferramenta a dinâmica de grupo, que pode facilitar a comunicação entre pacientes à espera de atendimento. Com a realização deste estudo podemos destacar o papel do técnico de reabilitação em dependentes químicos, planejando a aplicação da dinâmica como facilitador do processo, integrando assim na equipe interdisciplinar de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).
Introdução
O presente trabalho tem como propósito, proporcionar um recurso alternativo promovendo a melhoria do processo de interação relacionado á aplicação de dinâmicas de grupo no contexto lúdico utilizado por técnicos em reabilitação de dependentes químicos em sala de espera do Centro de Atenção Psicossocial(CAPS),do município de Quixadá-CE. Para fundamentar tal proposta foram utilizados os seguintes teóricos: Jean Piaget; Lev S. Vygotsky; Freud, Edgar Morin e Winnicott.
A subjetividade é entendida como aquilo que diz respeito ao indivíduo, ao psiquismo ou a sua concepção é algo que é interno ou intrínseco a ele. É quando expressamos nosso ponto de vista pessoal, de acordo com as influências, é o que se passa no intimo do individuo, é como ele vê, sente, pensa a respeito sobre algo e que não segue um padrão, pois sofre influências da cultura, educação, religião e experiências adquiridas.
Cada indivíduo carrega e sente, em sua subjetividade única, a sua singularidade anatômica, fisiológica, imunológica e afetiva. Embora a identidade física do indivíduo não seja estável, vai modificando-se com o passar dos anos, a identidade de seu Eu permanece através das transformações da criança em adolescente, em adulto e depois em velho; “As qualidades do sujeito transcendem as mudanças do ser individual”. (MORIN, 2002. Pág.75).
Para a psicanálise freudiana, desde as relações primitivas, se instaura um movimento inconsciente na busca de sentido e verdade para esse sujeito que é marcado não só por palavras, mas ainda pelas vivências que estas palavras provocam. (FREUD, 1923).
Segundo Winnicott, o brincar é universal, uma forma básica de viver, e é somente no brincar que o indivíduo pode ser criativo. A participação nas brincadeiras em grupo também representa uma conquista cognitiva, emocional, moral e sócia (WINNICOTT, 1975, p.95).
Na teoria Winnicotiana o ser humano vai se construindo como sujeito, singular e único aprofundando questões que dizem respeito à constituição do humano e a importância do outro nesse processo.
Entretanto para Piaget (1982) o comportamento dos seres vivos não é inato, nem resultado de condicionamentos, para ele o comportamento é construído numa interação entre o meio ambiente e o indivíduo. Na perspectiva construtivista de Jean Piaget, o conhecimento humano se constrói quando o sujeito se relaciona com novas experiências ambientais, ou seja, na interação com o meio.
Em sua teoria Vygotsky (1989) seu ponto central é a aquisição de conhecimentos pela interação sujeito e o meio em que vive, a construção do conhecimento implica em uma ação partilhada, exigindo uma cooperação e troca de informações mútuas, com consequente ampliação das capacidades individuais. Piaget e Vygotsky trazem contribuições relevantes a cerca do debate de atividade grupal.
A expressão dinâmica de grupo apareceu pela primeira vez no contexto científico em 1944, num artigo de Kurt Lewin, quando este publicou um estudo consagrado às relações entre a teoria e a prática na Psicologia Social. Hoje, a dinâmica de grupo é amplamente aplicada no campo da gestão de pessoas, na área de treinamento, desenvolvimento organizacional e de habilidades em relações humanas, desenvolvimento de papéis. A atuação de Kurt Lewin marcou um período de fundamental importância no estudo dos fenômenos ligados aos grupos. Sua influência se faz notar em muitos estudos, pesquisas e obras, que desenvolveram suas ideias. Com ele, a psicologia e o estudo dos processos dinâmicos de atuação das pessoas e dos grupos teve grande desenvolvimento como ciência.
Desenvolver relações humanas com base em dinâmica de grupo significa criar um espaço psicossocial alternativo em que desconfianças, temores e conflitos possam ser aceitos e trabalhados. Essa reconstrução implica no desenvolvimento de um clima de confiança mútua. Levando-se em conta que cada organização é diferente da outra, a diversidade individual também deve ser respeitada no âmbito profissional, pois as diferenças fazem com que cada pessoa tenha sua própria personalidade, seus anseios, valores, atitudes e motivações.
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