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A Sociedade e Individuo

Por:   •  14/1/2016  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.367 Palavras (6 Páginas)  •  392 Visualizações

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Bruna Danielle de Souza Figueiredo

Análise comparativa das teorias sociológicas de Émile Durkheim e Max Weber

Serviço Social – UFOP

Mariana – 2015

Considere a relação entre sociedade e individuo como fio condutor e, a partir daí, teça uma análise comparativa das teorias sociológicas de Durkheim e Weber.

Enquanto sociólogo, Émile Durkheim é responsável pela formulação de inúmeras teorias estudadas até hoje. Dentre essas, podemos destacar duas das mais renomadas: a teoria do fato social e a teoria do suicídio.

Ele parte do princípio que o homem seria apenas um animal selvagem que só se tornou humano porque se tornou sociável, ou seja, foi capaz de aprender hábitos e costumes característicos de seu grupo social para poder conviver no meio deste. A este processo de aprendizagem, Durkheim chamou de "Socialização", a consciência coletiva seria então formada durante a nossa socialização e seria composta por tudo aquilo que habita nossas mentes e que serve para nos orientar como devemos ser, sentir e nos comportar. E esse "tudo" ele chamou de "Fatos Sociais", e disse que esses eram os verdadeiros objetos de estudo da Sociologia.

Dando origem então a teoria do fato social, que possui como características a Generalidade, que consiste na coletividade, ou seja, eles não existem para um único indivíduo, mas para todo um grupo, ou sociedade. Outra característica é a Exterioridade, que se fundamenta no limite do que pode ou não sei feito estando acima da vontade do indivíduo. E por último a Coercitividade, que está relacionada ao poder, ou a força, sendo usados como métodos de imposição de determinados padrões culturais a indivíduos de uma sociedade.

Durkheim ainda afirma que as consciências individuais são formadas pela sociedade por meio da coerção. A formação do ser social, feita em boa parte pela educação, é a assimilação pelo indivíduo de uma série de normas, princípios morais, religiosos, éticos, de comportamento, etc. que balizam a conduta do indivíduo na sociedade. Portanto, o homem, mais do que formador da sociedade, é um produto dela.

Por fim, acredito que possamos conectar essas duas teorias citadas anteriormente, explicando assim então a Teoria do suicídio, que tem como definição o fato social sui generis, ou seja, do seu próprio gênero, tento origem eminentemente social. Sendo assim, entende-se o suicídio como um fato social.

Pode-se dizer que o que originou essa teoria, foram os momentos pelo qual Durkheim viveu, como por exemplo as crises econômicas, constatando assim um grande indicie de suicídios. Observa-se então que em cada sociedade em períodos específicos existe uma disposição social para o suicídio.

Para começar deve-se entender primeiramente o significado do suicídio segundo Durkheim, “todo o caso de morte que resulta, direta ou indiretamente, de um ato, positivo ou negativo, executado pela própria vítima, e que ela sabia que deveria produzir esse resultado”.

Em seguida, Durkheim afirma que as causas para tal atitude não tem a ver somente com o indivíduo, mas sim com uma série de fatores sociais. Estes repercutem no indivíduo, levando-o a tirar sua própria vida. Porém, o modo como esses fatores refletem depende muito do modelo de sociedade que se considera.

Durkheim ainda classificou o suicídio em três tipos, o egoísta, o anômico e o altruísta. No suicídio egoísta, há o enfraquecimento dos laços sociais, consequência do profundo isolamento, fazendo com que as relações entre os indivíduos e a sociedade se afrouxem acarretando no ponto em que o indivíduo não veja mais sentido na vida, não tendo mais razão para viver. Em seguida, o suicídio anômico, que acontece em situações de desordem social, quando há anormalidade nos valores e tradições de referência. E por último o suicídio altruísta, considerado antítese do suicídio egoísta, pois acontece quando há apego excessivo, quando a identificação com o grupo social é tão forte, que o indivíduo deixa de ter importância, e onde também há o sentimento de dever.

Ora, para Durkheim, ainda havia a relação entre o suicídio e a religião, onde seu estudo foi conduzido por meio da comparação entre as taxas de suicídios de católicos e protestantes.

Pode-se concluir deste estudo que nos termos de sua teoria da integração social, tem-se que as forças sociais contribuem fortemente para o índice de suicídios, havendo explicação através da consciência coletiva e não da psicologia individual. Além da taxa social do suicídio se relacionar com a constituição moral da sociedade.

Já a teoria sociológica em Max Weber, consiste basicamente no entendimento das chamadas ações sociais. Para Weber, ação social se define como ação orientada ao outro, tendo sua fonte motivadora pautada em costumes, sistemas de valores etc.

Ainda para ele, a sociedade pode ser compreendida a partir do conjunto das ações individuais, que são aquelas que o indivíduo faz, orientando-se pela ação de outro indivíduo. Consequentemente, só existe ação social, quando um indivíduo tenta estabelecer algum tipo de comunicação, a partir de suas ações com os demais.

Inclusive, Weber diferenciou os tipos de ação social, sendo essas: a ação racional com relação a fins, a ação social racional com relação a valores, a ação social afetiva e a ação social tradicional.

A ação racional com relação a fins ou com relação a um objeto, tem um fim previamente determinado, no qual a ação é estritamente racional, buscando os melhores meios para se atingir um fim. Já a ação social racional com relação a valores é aquela relacionada a moral, no qual não é o fim que orienta a ação, mas sim o valor, seja este ético, político, religioso etc. Em seguida há a ação social afetiva, que é ditado pelo estado de consciência, onde a conduta é movida pelos sentimentos, tais como orgulho, vingança, inveja, paixão, medo etc. E por último a ação social tradicional, que tem como fonte motivadora os costumes ou hábitos, ditados principalmente por valores culturais absorvidos pelo indivíduo como naturais.

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