A beleza

Da Beleza

Por Eduardo Calvo

De onde vem esse sentimento de elevação, esse prazer dos sentidos que nos causa aquilo que achamos belo?

A “civilização” ocidental, capitalista, mercantilista e consumista, trouxe a banalização do conceito de beleza. Ela passou a ser moeda de troca, produto de consumo, de valor expresso em dinheiro.

Existe a ideia de que o belo é apenas a superfície das coisas, de que o objetivo da Arte, ao contrário da visão clássica, não é a busca ou a materialização da beleza.

Do Modernismo para cá foi introduzida na Arte a intenção de chocar. Uma sociedade cada vez mais engessada na forma burguesa de viver, precisava ser balançada no seu conformismo de zona de conforto, por uma arte que lhe mostrasse o avesso do seu mundo.

Estamos numa época de troca de paradigma, como diz o físico quântico Hélio Couto. Nessa mudança vejo o resgate da Beleza como uma tarefa primordial. Vejo a Beleza como um valor quântico, um certo tipo de onda que nos faz vibrar numa frequência de prazer e admiração e nos conduz na direção da consciência plena, vulgo Deus.

Beleza tem muito a ver com equilíbrio, no caso de yin e yang. A forma física das coisas e dos seres brota do plano da consciência universal. Acredito que um ser humano criado com perfeição apreciável pela maioria de seus semelhantes, deve ter essa qualidade até ao mais profundo de seu interior. A luz que emana vem de dentro. Quero eu dizer que se dermos à Beleza o valor de uma prece, essa raiz abissal que ela possui no vácuo quântico, vai-se revelar num ser humano Divino.

Está na hora de rever todas as premissas da sociedade que conhecemos. Temos muito a aprender com as filosofias orientais, os rituais tribais nos vários continentes e acredito, mais que tudo, com a nova e revolucionária visão de mundo e de nós mesmos, que nos abre a mecânica quântica.

Um dia me surpreendi pensando, se a nova ciência diz que tudo é energia e as novas correntes espiritualistas, que tudo é luz, então o mundo da ciência e o das religiões nunca estiveram tão próximos. No passo seguinte tropecei na física quântica, que está a ponto de encontrar Deus na ponta do bisturi. Ela consegue juntar conhecimento racional e experiência mística numa coisa só, vencendo uma separação de muitos séculos. Assim, ciência, filosofia e religião podem continuar se expandindo, mas na mesma frequência.