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AS TROCAS INTER-RELACIONAIS

Por:   •  17/4/2017  •  Resenha  •  1.618 Palavras (7 Páginas)  •  228 Visualizações

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TROCAS INTERGERACIONAIS

 A fragilização das “Fronteiras Sociais”

Raquel Maria de Oliveira[1]

 Simone Caldas Tavares Mafra[2]∗∗

Aniely Ferreira de Souza[3]

 Bruna Colatino de Souza*

 Carlos Renato Rocha*

 Gislaine da Silva Oliveira *

Larissa Eustáquio da Silva*

 Leydiane Ribeiro da Comceição*

Luana Fernandes da Silva Paes*

Luanne Aparecida Vilela Lima*

Mariana de Paula Oliveira*

Natalia de Figueredo Barbosa*

  Taise Aparecida de Oliveira*                         

                                     

Resumo: Este estudo é fruto do projeto FACES DO ENVELHECIMENTO.  COMO É ENVELHECER EM VIÇOSA. Os dados conseguidos foram organizados na forma de livro, cujo título é TROCAS INTERGERACIONAIS: A fragilização das “Fronteiras Sociais”. Teve-se como objetivo desenvolver palestras e realizar atividades em uma escola de Ensino Fundamental de Viçosa, para viabilizar e identificar como se dá o processo de trocas intergeracionais, e assim facilitar a valorização do idoso no âmbito social. A pesquisa colocou-se como inovadora, pois permitiu compreender o processo das trocas intergeracionais e identificou a ausência de aceitação do processo de envelhecimento entre as gerações. Tal fato reforça o “abismo” social entre jovens e idosos, o que reforça o preconceito. Tais impressões trazidas pelo estudo poderão contribuir para o desenho de políticas públicas locais que viabilizem o enfrentamento do desafio de se envelhecer com significado social.

Palavras-chave: RELAÇÕES INTERGERACIONAIS, ENVELHECIMENTO, FAMÍLIA.

Introdução

        O Envelhecimento da população é um fenômeno irreversível, a redução acelerada das taxas de mortalidade e natalidade da população brasileira refletiu na transição demográfica da população brasileira idosa nos últimos censos. De acordo com o censo de 2010, as pessoas com 60 anos ou mais representam 10,8% da população. A projeção de que essa população aumentará entre 1950 e 2025, são de quinze vezes, enquanto nas demais idades este crescimento será de cinco vezes no mesmo período.

        O número de crianças entre 0 – 12 anos, ao contrário do de idosos, vem diminuindo drasticamente. Para evitar esta queda, o governo passou a investir em ações governamentais como bolsa família, mas não foi suficiente para que essa taxa voltasse a crescer. Devido a esse contraste de realidade, deve-se prevenir o preconceito e estereótipos que giram em torno do envelhecimento (ageismo), sendo necessário conhecer processos que irão diminuir impactos dos possíveis conflitos advindos dessa nova realidade entre gerações. Estes fatos revelam a importância de se estudar o processo de envelhecimento no Brasil e de como se dá as trocas intergeracionais.

        Nesse estudo foram desenvolvidas palestras e atividades em uma escola de Ensino Fundamental de Viçosa, com intuído de atender os objetivos propostos, dessa maneira buscar a valorização do idoso no âmbito social. Esse estudo foi algo transformador, pois permitiu visualizar trocas intergeracionais, e esses resultados poderão contribuir para o desenho de políticas públicas locais que viabilizem o enfrentamento do desafio de se envelhecer.

Objetivo

        O objetivo do estudo foi verificar como se dá o processo de convivência entre diferentes gerações. Este estudo se deu por meio de palestras realizadas na escola Effie Rolfs com alunos do Ensino Fundamental. Buscamos também facilitar a valorização do idoso no âmbito social. A partir disso teve-se como meta a elaboração de um livro, cujo título é TROCAS INTERGERACIONAIS: A fragilização das “Fronteiras Sociais” (APÊNDICE A).

Metodologia

        Foram desenvolvidas palestras e atividades, junto às crianças da Escola Estadual Effie Rolfs de Viçosa, com os alunos do ensino fundamental I. Tais atividades permitiram trazer para os alunos a reflexão sobre a necessidade de se discutir a importância do idoso em nossa sociedade, como é o idoso que eu convivo? O que eu penso sobre o envelhecimento?

        Utilizou-se como método de coleta de dados, o desenho do Smilinguido onde foi proposto que os alunos redigissem uma produção de texto, na qual a situação problema apresentada foi: A família do Smilinguido, precisava tomar uma decisão importante, o vovô iria ou não morar com a família?  (APÊNDICE B)

        A partir disso foi pedido aos alunos que apontassem o que achavam sobre o fato, como se eles fossem o terceiro elemento da conversa que estava em dúvida, e como agiriam se acontecesse na sua casa. Caso a situação já fosse uma realidade, solicitou-se que contassem a experiência.

Resultados

        A análise das produções de texto dos alunos da Escola Estadual nos possibilitou a percepção de que, em sua maioria, há o entendimento do processo de envelhecimento como algo complicado e trabalhoso e que os avós são “queridos” às vezes pelos mimos que oferecem, como também benefícios disponibilizados no convívio, a exemplo, as refeições que eles preparam, as histórias que contam, presentes oferecidos, dentre outros. Quando o assunto é a convivência com os avós no cotidiano, os textos dizem um pouco sobre o gostar e o respeito para com os avós, mas ainda assim há uma maioria que reclama da falta de privacidade, da mudança na rotina que a família tem, dos problemas com os remédios, Como podemos perceber nas falas dos alunos:

        “[...] ele tem muitas histórias antigas ele faz coisas para a gente [...]” (Criança 1) .

        “[...] se meu avô viesse não poderíamos fazer barulho o jantar seria mais cedo e teríamos que dormir mais cedo, coisa que eu não ia gostar.” (Criança 2).

        Esses foram alguns dos relatos de alunos sobre a convivência com os avós, e é nesse momento que eles definem que há a troca intergeracional, onde se tem uma retribuição de carinho, ou seja, eu cuido de você porque você cuidou de mim. Percebe-se então a necessidade da conscientização do que é conviver com um idoso, bem como o respeito e paciência que deve existir por parte das crianças em relação aos idosos, para que esta troca gere bem-estar social e aprendizado entre gerações, além dos benefícios que os avôs trazem aos seus netos.

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