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ATPS Física 1 - Anhanguera

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Por:   •  16/3/2014  •  4.504 Palavras (19 Páginas)  •  612 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

O grande sonho de tornar o Brasil um país autossuficiente no lançamento de foguetes já é realidade. Desde os primeiros passos com a implantação do Centro de Lançamento de Foguetes Barreira do Inferno até a consolidação do novo Centro de Lançamento Alcântara, coloca o país como um detentor de tecnologia de ponta no assunto.

No cumprimento deste ideal, a Comissão Brasileira de Atividades Espaciais, propôs ao governo federal a realização da Missão Espacial Completa Brasileira - MECB, propondo desenvolver no país, competência para gerar, projetar, construir e operar um programa espacial, tanto na área de desenvolvimento de satélites, como na de centros de lançamentos. No desejo de conduzir ao espaço um satélite nacional em foguete brasileiro, a partir de um centro em nosso território. O sonho era gigante, Mas o legado deixado pelo patrono brasileiro da aviação inspirou-os na realização.

Nos dois primeiros capítulos desta pesquisa foi realizado um histórico sobre o projeto de lançamento de foguetes nacionais e também sobre o atual Centro de Lançamento de Alcântara. O último capítulo desenvolve os requisitos desta ATPS apresentando um memorial descritivo dos cálculos que envolveram o lançamento do Sara Suborbital na intenção de integrar o leitor nas implicações logísticas desta realidade.

2. O INSTITUTO DE AERONÁUTICA E ESPAÇO

Neste capítulo, descreveremos o desenvolvimento do atual Instituto de Aeronáutica e Espaço, desde a época visionária de Santos Dumont, passando pela formação do antigo Instituto de Atividades Espaciais até o que temos hoje.

2.1 O Instituto de Aeronáutica e Espaço

A história do Instituto de Aeronáutica e Espaço – IAE, tem sua origem na década de 50, com a criação, em 1º de janeiro de 1954, do Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento - IPD no campus do então Centro Técnico de Aeronáutica - CTA.

O CTA nasceu de uma ideia visionária de Santos Dumont, há mais de meio século, que foi transformada em um plano simples, lógico e de longo prazo, conduzido com tenacidade e sob a liderança do então Tenente-Coronel Casimiro Montenegro Filho.

Ao escrever sua obra "O que eu vi. O que nós veremos", em 1918, Santos Dumont preconizava que, ao invés de enviar jovens ao exterior para estudar ciências aeronáuticas, o Brasil deveria criar sua própria escola, trazendo do exterior os especialistas necessários. Ainda de acordo com os escritos do patrono da aviação brasileira os alunos deveriam ficar alojados próximo à escola.

Montenegro liderou um grupo de idealistas que acreditava ser possível dotar o Brasil de uma efetiva capacitação aeronáutica. Naquela época, esse era um desafio enorme, pois o Brasil era um país agrícola sem tradição industrial, que importava até mesmo as bicicletas que utilizava.

O fim da Segunda Guerra Mundial, com o consequente processo de reconstrução de uma nova ordem política e econômica mundial, atrelado ao idealismo de Montenegro e das autoridades aeronáuticas, sob o comando do Ministro da Aeronáutica, Salgado Filho, criou a oportunidade de se atrair grandes pesquisadores do cenário internacional para o País.

Foi então que, em novembro de 1945, após visita de Montenegro a Bases Aéreas Americanas e ao Massachussets Institute of Technology (MIT), foi criado o "Plano Smith", assim chamado por ter sido concebido pelo Prof. Richard H. Smith, do Departamento de Engenharia Aeronáutica do MIT.

2.2 O "Plano Smith"

Este plano estabelecia a criação de um Centro Técnico que seria constituído por dois Institutos coordenados e tecnicamente autônomos - um para o ensino técnico superior e outro para pesquisa e cooperação com a indústria de construção aeronáutica, com a aviação militar e com a aviação comercial. Ainda segundo a concepção do Plano, quando nos laboratórios houvesse produtos com potencial de comercialização, seriam fundadas empresas.

Estabelecida a escola de engenharia aeronáutica (o Instituto Tecnológico de Aeronáutica - ITA), não tardou para que fosse criada uma instituição capaz de transformar as teorias aprendidas no ITA em prática. Surgiu, então, em 1954, o Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento - IPD, que já pôde contar com engenheiros formados no ITA.

2.3 O Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento

O objetivo do IPD era a realização de pesquisas e desenvolvimento em aeronáutica, eletrônica, materiais, sistemas e equipamentos especiais para aviação. Foi no IPD que surgiu o projeto do avião Bandeirante que, em 1969, permitiu a criação da Embraer, do planador Urupema e do avião agrícola Ipanema.

Efetivou-se então, caso primeiro na história da indústria nacional, não só a transferência para a EMBRAER da tecnologia adquirida pelo IPD no desenvolvimento de projetos de aviões, como também a cessão de toda a sua equipe de técnicos, pessoal de administração e da quase totalidade do acervo da sua Divisão de Aeronaves e parcelas menores de outras Divisões do Instituto, dando à nova empresa imediata capacitação técnica e organizacional e permitindo que a mesma assumisse, de pronto, sua posição como organização produtiva e pudesse rapidamente tornar-se o centro de consolidação no desenvolvimento da indústria aeronáutica nacional.

Figura 1

Paris, 1906: primeiro voo do 14 Bis. São José dos Campos, 1968: primeiro voo do Bandeirante.

Outro feito magnífico do IPD foi o desenvolvimento do motor automotivo a álcool, solução brasileira para a crise do petróleo que se instaurava no País na década de 70.

2.4 A Sociedade Interplanetária Brasileira

Paralelamente aos avanços na área aeronáutica, o advento da corrida espacial, travada entre as superpotências do pós-guerra, fez com que a Sociedade Interplanetária Brasileira - SIB solicitasse ao Presidente da República, em 1961, a criação de um Conselho Nacional de Pesquisas e Desenvolvimento Espacial e, desta forma, em 03 de agosto daquele mesmo ano, foi criado o Grupo de Organização da Comissão Nacional de Atividades Espaciais - GOCNAE, subordinado ao Conselho Nacional de Pesquisas - CNPq, sendo a escolha natural para sua sede a cidade

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