ATPS MOVIMENTOS SOCIAIS
Por: Bárbara Rodrigues • 12/9/2015 • Trabalho acadêmico • 1.603 Palavras (7 Páginas) • 297 Visualizações
ATIVIDADE PRATICA SUPERVISIONADA
MOVIMENTOS SOCIAIS
ANHANGUERA 2015
Introdução:
É de fundamental importância o entendimento do profissional de serviço social sobre os movimentos sociais, pois através deles, temos os conflitos que possibilitam mudanças progressistas. Almejam a diminuição das injustiças sociais e quebra do status quo, é papel do assistente social, pois sua profissão é interventiva e colabora para emancipação dos grupos excluídos. O assistente social, ao ajudar o indivíduo que sofre com privações de seus direitos, a conhecê-los e buscá-los, ele auxilia na luta.
MOVIMENTOS SOCIAIS
Pode-se entender o significado de Movimento social como uma expressão utilizada para nomear grupos que existem com o intuito de criar formas de unificar pessoas e entidades em geral que tenham semelhança em seus interesses e defendam a promoção de certas pautas perante a sociedade.
Os movimentos sociais são de cunho popular, cuja ação social é orientada a fim de transformar a realidade tornando-a mais igualitária, justa, buscando também equidade. Conforme diz Gohn.
“Os movimentos realizam diagnósticos sobre a realidade social, constroem propostas. Atuando em redes, constroem ações coletivas que agem como resistência à exclusão e lutam pela inclusão social. Constituem e desenvolvem o chamado empowerment de atores da sociedade civil organizada à medida que criam sujeitos sociais para essa atuação em rede.” GOHN
Gohn, elucida que os movimentos sociais são, acima de tudo, grupos capazes de aprender sobre o mundo e sobre si, modificando e revendo suas reivindicações. Com a reabertura política após o fim da ditadura militar, juntamente com A Constituição de 1988, a participação popular passou a ser mais abrangente.
Sobre os movimentos sociais pós-ditadura, e o contexto atual dos movimentos sociais TOURAINE expõe:
“O contexto atual dos principais movimentos sociais da América Latina é um dos principais debates para discutir suas formas, demandas, identidade que constroem, redes que as estruturam, manifestações culturais e políticas sociais a que se articulam”. (p15) Na América latina, especialmente no Brasil os atuais movimentos que ocorreram na fase do regime político populista, são diferentes dos movimentos ocorridos do final da década de 1970 e parte dos anos 1980(movimentos populares reivindicatórios de melhorias urbanas articulados com pastorais, grupos políticos de oposição ao regime militar etc.), embora muitos dos atuais movimentos sejam herdeiros daqueles dos anos 1980, onde naquela década, dos movimentos, lutavam para ter “ direito a ter direitos.
“Os movimentos sociais citam suas características básicas como: possuem uma identidade, têm um opositor e articulam ou se fundamentam num projeto de vida e de sociedade (TOURAINE, 1973).”(p16)
Muitos dos movimentos sociais atuais almejam uma sociedade que tenha mais participação popular, desenvolvimento sustentável, responsabilidade ambiental, uma busca pela equidade.
Grupos ativistas, costumam se preocupar com uma troca de conhecimento, ajudando pessoas que se encontram em grupos que sofrem exclusão social a buscarem o empoderamento, tornando-as então protagonistas de suas lutas.
No cenário atual temos um elemento importante: os militantes lutam pelos seus direitos a terem direitos, pela visibilidade de suas culturas, pelo fim da violência simbólica, reforma agrária, a quebra de opressões sobre cor, gênero, classe, orientação sexual, idade. Há também uma busca por uma democracia que faça jus a seu nome, que nela todos tenham voz, os sentidos de justiça social, igualdade, cidadania, emancipação e direitos passam a dar lugar a outras categorias como capital social, inclusão social, reconhecimento social, empoderamento. Os movimentos sociais nessa totalidade perdem espaço de ação e autenticidade no âmbito de suas reivindicações como é dito por Gohn (p.20), “enquanto a sociedade não resolver seus problemas básicos de desigualdade sociais, opressão e inclusão, haverá lutas, haverá movimentos... e haverá teorias para explicá-los”.
É importante ressaltar que a sociedade é complexa, dinâmica, existem diversos tipos de opressões, de grupos invisibilizados, marginalizados: Há opressões por racismo, homofobia, lesbofobia, etarismo, elitismo, misoginia, transfobia, dentre outras. Sendo assim, dentro desse contexto, é fundamental dar voz e importância aos que vivenciam determinado sofrimento. Por conta disso, a teoria é muitas vezes preterida em comparação com o diálogo sobre as vivências com o objetivo de motivar empatia entre os participantes dos movimentos.
Para não ficarem à margem histórica, muitos movimentos sociais atuam seguindo pautas institucionalizadas, nascidas através de políticas públicas. Por isso, esses grupos tiveram que modificar suas práticas, suas formas de reivindicar.
A forma de reivindicar seus direitos também mudou com o surgimento de novas tecnologias e meios de comunicação, tal como afirma:
“ Na ação concreta, essas formas adotam diferentes estratégias que variam da simples denúncia, passando pela pressão direta (mobilizações, marchas, concentrações, passeatas, distúrbios à ordem constituída, atos de desobediência civil, negociações etc.) até as pressões indiretas. Na atualidade, os principais movimentos sociais atuam por meio de redes sociais, locais, regionais, nacionais e internacionais ou transnacionais, e utilizam-se muito dos novos meios de comunicação e informação, como a internet. Por isso, exercitam o que Habermas denominou de o agir comunicativo. A criação e o desenvolvimento de novos saberes, na atualidade, são também produtos dessa comunicabilidade.”.
Dentre os diversos grupos atuantes na contemporaneidade temos o movimento negro que reivindicam igualdade racial, a desconstrução do racismo em nossa cultura, ascensão social do negro, como também a representatividade do negro na mídia, visibilizando-o.
Um importante movimento é o movimento feminista. As pessoas que são ativas em coletivos lutam a favor da igualdade de gênero, são contra a misoginia, machismo, lesbofobia, transfobia, violência sexual, violência obstétrica dentre muitas outras opressões de gênero. Uma de suas pautas principais é a descriminalização do aborto, pois esta é vista como um problema de saúde pública já que, segundo estudo “Aborto Sem Condições de Segurança”, todos os anos, 68 mil mulheres morrem devido a abortos feitos em condições
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