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Atuação interdisciplinar entre Serviço Social e Psicologia

Por:   •  5/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  3.696 Palavras (15 Páginas)  •  503 Visualizações

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  1. INTRODUÇÃO

A Psicologia, bem como o Serviço Social possui um largo campo de atuação, onde se faz necessário um diálogo com outras áreas, o que veremos a seguir é como acontece essa interação entre essas duas profissões no campo social, para que haja um melhor entendimento torna-se necessário um breve passeio na formação dessas duas profissões.

Dentro desse universo de multiplicidade, é importante entender como essa interdisciplinaridade contribui para a formação de novos conhecimentos e como os conhecimentos que abrangem ambas áreas que podem fundir-se ou somar-se no intuito de formar uma equipe bem preparada no seu campo de atuação capaz de realmente fazer a diferença perante a sociedade.


  1. BREVE HISTÓRICO DO SURGIMENTO DA PSICOLOGIA A PSICOLOGIA       SOCIAL

A Psicologia surge devido uma intensa busca do entendimento de si mesmo e dos outros, conforme vai evoluindo, métodos, modelos explicativos e o foco vai mudando. Os filósofos gregos foram os primeiros a tentar sistematizar a Psicologia, também por isso a origem grega do termo.

A palavra psicologia etimologicamente significa PSQUE (alma) e LOGOS (estudo, ciência), no século 18 o termo passa a significar “estudo da mente”.

Mas é no século 19 com WUNDT que a Psicologia ganha caráter científico, perdendo então o caráter filosófico. Assim como em outros campos científicos algumas correntes divergentes se formam, como é o caso do Estruturalismo e Funcionalismo, que acompanhadas do Associacionismo surgem como as primeiras escolas em Psicologia.

                  As contribuições de WUNDT foram de extrema importância para o desenvolvimento da Psicologia,

 

“A partir de Wundt, o estudo da mente, mais acessível dentro dos pressupostos do positivismo, tornou-se o foco principal. A Sociologia, por sua vez, apresentou-se como uma disciplina independente na França, especificamente com o trabalho de Durkheim. A partir de então, essa ciência passou a dedicar-se aos fenômenos sociais, os quais deveriam ser considerados como objetivos e externos aos sociólogos.”(Chaves,2005)

        No início do século 20 surgem novas teorias, as três que mais se destacaram foram Behaviorismo, Gestalt e Psicanálise. O Behaviorismo inaugurado por John B. Watson, proveniente do termo inglês BEHAVIOR, significa comportamento. Para Weiten (2010) “o behaviorismo é uma orientação teórica baseada na premissa de que a psicologia científica deveria estudar apenas o comportamento observável”.

 É justamente para se contrapor à fragmentação dos processos presentes nas escolas americanas que surge a Gestalt na Alemanha, ela retoma um viés filosófico e procura compreender o homem na sua totalidade. Também conhecida como psicologia de protesto, em oposição principalmente ao behaviorismo e ao estruturalismo.

  Essa Psicologia questiona a explicação da percepção como uma soma de sensações, pois considera que nem o processo ideológico, nem a percepção ou excitação nervosa poderia ser concebido como uma simples soma das partes, o processo cerebral, assim como a percepção, deveria ser um todo unificado, não sendo mais uma integração em atividades isoladas de unidades distintas.

“... as principais correntes da Psicologia na  Alemanha, como, a Psicologia da Gestalt, cuja influência se fez marcante na Psicologia Social, sendo Kurt Lewin seu principal representante. Também são trazidas algumas considerações sobre as contribuições da teoria psicanalítica para o desenvolvimento das ciências sociais. o início do século XX, a idéia de que boa parte do comportamento humano é instintiva instigou a Psicologia Social. Essa idéia foi alvo de muitas críticas, até deixar de ser considerada, o que levou a Psicologia a entrar numa nova fase de investigação – as idéias ambientalistas. As teorias do condutismo adquiriram destaque com os trabalhos de Floyd Allport. Foi nesse período em que foram publicados os primeiros manuais de Psicologia tanto na perspectiva psicológica quanto na perspectiva sociológica. Em referência a esta última perspectiva, a Escola de Chicago foi de fundamental importância, destacando-se WilliamThomas e George Mead como representantes. Nesse período, o pragmatismo foi uma forte influência, contribuindo para o surgimento das bases do interacionismo simbólico, principal corrente da Psicologia Social sociológica.” (Chaves,2005)

Na década de 70, há uma reorientação dos estudos em direção aos processos cognitivos, foram surgindo propostas tanto teóricas quanto metodológicas na formação de uma nova Psicologia Social.

No Brasil, em 1921, um livro sob título “Pequenos estudos de psychologia”, de Francisco José de Oliveira Viana, tratava de temas como o meio social e o meio político, esse é um dos primeiros publicados em torno da Psicologia Social.

“Mas, já havia um pensamento psicossocial no Brasil, que é normalmente denominado de "pensamento social brasileiro". Dentre os autores que mais se destacaram neste sentido, ainda no século XIX ou na passagem para o XX, citam-se Sylvio Romero, Raimundo Nina Rodrigues e Manoel Bomfim, cujas idéias traziam as marcas brasileiras de uma época de pouca industrialização, domínio da oligarquia rural e um contexto intelectual regido pelo predomínio das idéias positivistas.” (Araújo,2008)

Na década de 1930, surgiram os primeiros cursos superiores em Psicologia Social, à partir desse momento, outros cursos foram se desenvolvendo, até que houvesse a regulamentação da Psicologia como profissão em 1962,porém a ditadura militar de 1964 impediu que esse processo evoluísse, somente na década de 80, a atuação do Psicólogo sofreu alterações, adotando-se assim, o tema do compromisso social como diretriz da atuação psicológica.A década de 90, além de responder questões levantadas anteriormente também foi importante, no que tange as seguintes questões:

“o psicólogo começou a ser visto como profissional da saúde; a profissão se aproximou dos contextos sociais; houve aumento do número de profissionais em outros campos de trabalho não tradicionais, o que levou à necessidade de rever a formação tradicional dos psicólogos” (Bock APUD Araújo).

   Nos últimos quinze anos, houve um considerável aumento da participação do Psicólogo nas políticas públicas, entra em cena a transformação social voltada para a emancipação humana. “ Como resultado dessas experiências houve uma ampliação da concepção social e governamental acerca das contribuições da Psicologia para as políticas públicas, além da geração de novas referencias para o exercício de profissão de psicólogo no interior da sociedade” (CFP,2005).  

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