CARACTERISTICAS DO VALE DO JEQUITINHONHA
Ensaios: CARACTERISTICAS DO VALE DO JEQUITINHONHA. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: jarrao • 8/11/2013 • 3.368 Palavras (14 Páginas) • 2.709 Visualizações
CARACTERISTICAS DO VALE DO JEQUITINHONHA
A bacia hidrográfica do rio Jequitinhonha abrange grande parte do nordeste do Estado de Minas Gerais e pequeno setor do sudeste da Bahia, está compreendida entre os paralelos 16º e 18°S, e os meridianos 39º e 44ºW, totalizando uma área de 70.315. Km², desta área, 66.319 Km², situam-se em Minas Gerais, enquanto 3.996 km2 pertencem à Bahia, a bacia abarca 11,3% da área de Minas Gerais, e apenas 0,8% da Bahia, equivalendo a 6,1% da área combinada dos dois estados, a área compreende seis mesorregiões, subdivididas em onze microrregiões, com sessenta e três municípios, estando 41 totalmente incluídos na bacia e 22 parcialmente, o índice de pobreza ostentado pela região é elevado, ocasionando êxodo rural para os grandes centros urbanos e um esvaziamento demográfico persistente, com mais de dois terços da população vivendo na zona rural, vários diagnósticos convergem ao apontar as restrições hídricas e as secas periódicas como agentes relevantes para o baixo desempenho da agropecuária na bacia, que ainda responde por 30% do PIB regional, estas características demonstra a fragilidade da região em relação a mudanças climáticas por ter um geosistema já modificado pelo homem. Contudo, problemas com respeito à qualidade da água também são confirmados por estudos científicos, que indicam riscos de contaminação de origem fecal na ausência de medidas para a prevenção de tais problemas (AMORIM, 2001, p.1).
O sertanejo é antes de tudo um forte. É o homem permanentemente fatigado... Entretanto, toda esta aparência de cansaço ilude. Nada é mais surpreendedor do que vê-la desaparecer de improviso... Basta o aparecimento de qualquer incidente exigindo-lhe o desencadear das energias adormidas. O homem transfigura-se...reponta, inesperadamente, o aspecto dominador de um titã acobreado e potente, num desdobramento surpreendente de força e agilidade extraordinárias (CUNHA, 2004, p. 146-147).
O rio Jequitinhonha é o recurso natural mais importante da região, tendo nas atividades humanas de desmatamento para fins agropastoris, de mineração e de garimpagem em seu alto curso e alguns dos afluentes têm causado, no decurso dos anos, modificações importantes no ciclo hidrológico, além disso, foi observada em todo o vale a formação de densos terracetes de pisoteio nas encostas, esta degradação ambiental vem se instalando lentamente, mas de forma crescente onde os aspectos ambientais já estão comprometidos de forma a alterar o panorama encontrado.
No Vale do Jequitinhonha persevera uma memória negativa por época das passagens de anos terminados em nove, que vêm sempre associados às catástrofes. A repetição de ciclos bastante regulares permitiu a criação de representações sobre um quadro natural que se alterna entre momentos de fartura, quando as chuvas são bem distribuídas, e a situação de penúria, quando a seca certa esturrica a terra (SOUZA, 2005, p.1).
CARACTERISTICAS DA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL DO RIO E SOLO DO JEQUITINHONHA
As atividades econômicas predominantes nos municípios do vale do Jequitinhonha são, a mineração de diamante e ouro, e a lavra garimpeira, merecendo destaque também a pecuária, a silvicultura e a agricultura, a influencia do homem em relação à degradação das terras locais está diretamente relacionada ao uso dos estabelecimentos agrícolas, essas territoriais, estendidas a todas as propriedades rurais da área, mostrando as condições gerais dominantes do uso do solo e suas condições ambientais, embora haja controvérsia quanto aos impactos negativos das florestas homogêneas, sabe-se, no entanto, que os mais significativos são devido aos danos à biodiversidade, além dos impactos sociais, pela expulsão de grande número de posseiros que viviam adaptados às condições dos biomas naturais pré-existentes, além disso, os maciços florestais foram implantados numa época de frágil regulação ambiental, não respeitando as condições de preservação das áreas de proteção natural da flora nativa, uma primeira conclusão é possível se deduzir dessa análise prévia que inter-relaciona uso do solo e meio ambiente, a região possui um patrimônio natural ainda relativamente pouco impactado pelas atividades antrópicas, haja visto a considerável área dos estabelecimentos ainda ocupados por vegetação natural, aspecto que pode vir a ser relevante para o desenvolvimento do turismo, se padrões adequados de desenvolvimento sustentável forem utilizados para a exploração desses recursos.
Toda sociedade imprime sua marca sobre o espaço e, inversamente, o espaço aparece como um modo de manifestação ou expressão de uma sociedade (CADORET.2003,p.235).
As atividades agropecuárias de maiores impactos estão relacionadas à pecuária, sabe-se que o Jequitinhonha, em razão de suas condições naturais, pobreza dos solos e elevado déficit hídrico, não é uma região agrícola competitiva com as demais, as melhores áreas agrícolas vêm sendo ocupadas por lavouras permanente onde certamente o produto agrícola responsável pelo maior percentual de cultura permanente nos estabelecimentos desta região são as lavouras temporais são pouco expressivas quanto á área que ocupam dos estabelecimentos da região, nota-se claramente uma mudança nos últimos anos onde plantios de banana, café, dentre outras lavouras vem sendo implementadas com certo êxito na região.
Outra inquietação dos moradores refere-se à degradação da vegetação nativa em torno de nascentes e córregos, que também afeta a quantidade e qualidade da água na região. A procura apoio para otimizar a produção agrícola dentro das condicionantes ecológicas da região, primordialmente em áreas degradadas pelo uso inadequado do solo, como por exemplo, o superpastoreio. Tais problemas sublinham a necessidade de uma gestão integrada dos recursos naturais inserida no contexto sociocultural da região (GNADLINGER. 2003, p.9).
A Mata Atlântica presente na região do Vale do Jequitinhonha compreendia áreas que se iniciavam abaixo da barra do rio Araçuaí, indo além das serras que fazem limites entre os vales do Jequitinhonha e Mucuri, abrangendo todo o lado leste do Rio São Francisco, todavia ao longo dos anos a mata atlântica no Brasil vem perdendo seu espaço, onde os climas de muitas regiões já estão comprometidos, uma destas regiões é o vale do Jequitinhonha que já esta de forma catastrófica alterada por perda de sua diversidade florestal, onde a mata atlântica resta apenas resíduos de uma floresta que há muito virou lenha, ou áreas de pasto para os fazendeiros locais. Inicialmente, a Mata Atlântica estendia-se por uma faixa junto ao litoral do Brasil, do Ceará ao Rio Grande
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