CORPO GÊNERO E SEXUALIDADE
Dissertações: CORPO GÊNERO E SEXUALIDADE. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: minasua • 16/8/2014 • 3.143 Palavras (13 Páginas) • 364 Visualizações
1. No livro “Corpo, gênero e sexualidade”, você encontra várias definições do que é gênero. Escolha a definição que se mostrou mais clara e compreensiva para você.
A leitura do primeiro e do segundo capítulo do livro didático situa o termo gênero para muito além da simples e redundante definição de masculino e feminino que tradicionalmente o senso comum tem adotado. Nele, gênero ganha uma abrangência e uma significância muito mais ampla.
Provavelmente, com o surgimento da linguagem o ser humano viu a necessidade de convencionar uma palavra que expressasse de forma condensada as características fisiológicas observada na espécie humana e em outras espécies animais. Assim, através da comparação não só da fisiologia nos indivíduos macho e fêmea, mas também do comportamento e da estrutura organização social e das atribuições dos indivíduos macho e fêmea introduziu-se o uso de gênero para expressar sexo, considerando-se todas as características físicas e instintivas dos seres.
Durante milênios, em várias e diferentes sociedades no mundo esta designação foi utilizada para delimitar o papel dos indivíduos macho e fêmea. Ao macho, caberia o papel de provedor, protetor, dominante, guerreiro forte e corajoso entre outras coisas. A fêmea, por sua vez, deveria incorporar perfeitamente o papel de submissa, de ser frágil e dependente, de intelectualmente inferior e dedicada aos afazeres domésticos e ao cuidado das crias. Esta busca por uma definição de gênero totalmente antagônica e padronizada, influenciada entre outras causas pela filosofia judaico-cristã fez criar um clima de aversão entre os dois gêneros.
Durante muito tempo a mulher foi considerada como ser ardiloso e corruptíveis, pelas quais as ações do mal poderiam se manifestar na vida dos homens, tornando-os covardes, fracos e pecaminosos, comprometendo toda a estrutura social. Na Grécia antiga existia a idéia de que o amor entre homem e mulheres era fraco e corruptível, daí as buscas constantes por relações homo afetivas mesmo entre homens casados. Para eles, este seria o amor perfeito, capaz de formar grandes alianças e por conseqüências grandes reinos e nações.
As mulheres, por sua vez, insatisfeitas em sua condição de inferioridade e submissão e com os rumos que o domínio do macho levara a humanidade proclamaram a Revolução Feminista dos anos 60. O advento da pílula, o acesso ao mercado de trabalho e a busca pela tão sonhada liberdade fez com que feministas acabassem colocando o macho, de certa forma como o grande rival a ser batido, numa disputa interminável entre gato e rato, como se houvesse muitos outros gêneros, mas fosse exatamente o masculino o grande causador da infelicidade feminina, numa batalha na qual não há vencedor.
A essência do ser humano é fruto de somatória de fatores biológicos a fatores culturais e psicológicos. Somos frutos dos discursos da sociedade em que nascemos e crescemos. Esta sociedade, por sua vez é dinâmica e muda seus rumos constantemente.
Por gênero, entende-se a condição social através da qual identificamos como masculinos e femininos. É diferente de sexo, termo usado para identificar as características anatômicas que diferenciam os homens das mulheres e vice-versa. O gênero é construído socialmente e culturalmente e envolve um conjunto de processos que vão marcando os corpos a partir daquilo que se identifica ser masculino e/ou feminino (GOELLNER, 2011, p.17).
Assim, partindo da conceituação de gênero como uma construção histórico-social do sexo, torna-se possível a afirmação de que os comportamentos que determina masculino e feminino admitem variações, quer seja pela introdução por meio de rupturas bruscas do padrão comportamental, quer seja pela introdução gradual de uma nova mentalidade via educação.
Vivemos em uma sociedade na qual os problemas e desafios se colocam diante da humanidade, comprometendo até meso a sua sobrevivência e já não é mais viável ou interessante uma divisão social belicosa entre os gêneros. Também não é mais aceitável a definição padronizada e estática de gênero. Cada um tem a liberdade de ser aquilo com que melhor se identifica, sem que isso signifique algo errado. O home macho pode perfeitamente ser educado, sensível, atento às necessidades afetivas da mulher e dos filhos sem perder sua masculinidade e seu papel de protetor. A mulher, por sua vez, pode muito bem exercer o trabalho, suas capacidades intelectuais e produtivas sem perder sua capacidade instintiva para a sensibilidade, para a geração da vida. Isto não significa perda de gênero, apenas uma adequação às novas demandas e à nova configuração social.
Cada ser humano é a história de suas relações sociais, perpassadas por antagonismos e contradições de gênero, classe e etnia. Sobre esta plataforma pode ser perfeitamente construída uma sociedade mais justa, sem discriminação ou preconceitos.
Referências
AUAD, Daniela. Da escola mista à co-educação: igualdade de gênero e construção da democracia. In: SIMILI, Ivana Guilherme (Org.). Corpo, Gênero e Sexualidade. Maringá: eduem, 2011. p.23-34.
GOELLNER, Silvana Vilodre. Corpo, gênero e sexualidade: reflexões necessárias para pensar a educação escolar. In: SIMILI, Ivana Guilherme (Org.). Corpo, Gênero e Sexualidade. Maringá: eduem, 2011. p.15-22.
2. Considerando os conhecimentos proporcionados pela disciplina e as experiências de vida (pessoais e profissionais), reflita e responda: que papel a escola desempenha na produção das subjetividades de gênero? Em outras palavras, como a escola - as práticas pedagógicas, os espaços, as brincadeiras, as linguagens e comunicações verbais e não verbais dos gestos, dos comportamentos, das atitudes -, enfim, tudo o que envolve o cotidiano escolar, formatam as representações de masculino e de feminino na infância?
A escola, como um espaço social importante de formação dos sujeitos, tem um papel primordial a cumprir, que vai além da mera transmissão de conteúdos. Cabe a ela ampliar o conhecimento de seu corpo discente, bem como dos demais sujeitos que por ela transitam. A escola, enquanto espaço de práticas sociais e pedagógicas constituidoras de mecanismos que criam e recriam formas diversas de relações de poder, precisa debater sobre as implicações das relações de gênero e sexualidade nas práticas de inclusão/exclusão de seus docentes, tanto nos processos de ensino-aprendizagem, como nos de acesso às condições de possibilidade a todas outras formas de promoção social.
Em sua função social a escola, caracteriza-se como um espaço democrático que deve oportunizar a discussão de questões sociais e possibilitar
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