CORTICOTERAPIA EM DOENÇAS REUMÁTICAS
Exames: CORTICOTERAPIA EM DOENÇAS REUMÁTICAS. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: vagy2903 • 10/11/2014 • 425 Palavras (2 Páginas) • 307 Visualizações
Departamento de Reumatologia Pediátrica
A história da corticoterapia é inseparável da história das diversas especialidades médicas, devido à grande importância que o uso destas medicações representa na sobrevida e qualidade de vida de muitos pacientes, em particular as crianças. Apesar de seus inúmeros e importantes efeitos colaterais, os glicocorticóides (GC) são potentes antiinflamatórios e um marco no tratamento de inúmeras patologias, especialmente as auto-imunes.
Os corticosteróides são hormônios esteróides produzidos no córtex adrenal a partir do colesterol e se dividem em glicocorticóides (cortisol), mineralocorticóides (aldosterona) e 17-cetosteróides (androgênios). Entre os GC secretados pelo homem, a hidrocortisona (cortisol) é o principal. Ela é produzida na zona fasciculada do córtex adrenal, em quantidades próximas a 10 mg/dia, sendo metabolizada no fígado. Diferentes modificações na molécula do cortisol dão origem aos demais GC, naturais e sintéticos. O objetivo destas modificações é obter uma droga com maior potência antiinflamatória e menores efeitos colaterais (menor atividade mineralocorticóide). Por serem lipofílicos os GC cruzam rapidamente a membrana celular e entram no citoplasma, onde se ligam ao receptor específico e, desta forma, atingem o núcleo celular, interagindo com o DNA e regulando a ativação e supressão de diferentes genes de alguns mediadores da inflamação como as citocinas, de enzimas indutíveis durante o processo inflamatório como a COX-2 e de moléculas de adesão (que recrutam células inflamatórias como neutrófilos, eosinófilos e linfócitos T da circulação, para os locais da inflamação) (Figura 1). Acredita-se que estes sejam os principais mecanismos responsáveis pela potente ação antiinflamatória destas medicações, o que as coloca como a primeira opção no tratamento da maioria das doenças do colágeno.
Os níveis dos GC oscilam pouco durante o período diurno, sendo que o pico principal ocorre pela manhã. As diferenças mais importantes entre os diversos GC disponíveis em nosso meio são com relação a: duração da ação; potência glicocorticóide relativa e potência mineralocorticóide relativa (Quadro 1).
Quanto à duração de ação, são classificados como de curta, média ou longa ação, de acordo com o tempo de supressão do ACTH após uma única dose equivalente a 50 mg de prednisona. A potência relativa dos GC vai depender da sua afinidade pelo receptor plasmático. Entretanto, a medida dessa potência se baseia não apenas na potência biológica intrínsica mas, também, na duração da ação.
a) Ação curta: cortisona, hidrocortisona (suprimem o ACTH por 8 a 12 horas).
b) Ação média: prednisona, prednisolona, metilprednisolona e triancinolona (suprimem o ACTH por 12 a 36 horas).
c) Ação longa: dexametasona e betametasona (suprimem ACTH por 36 a 72 horas).
Todos os GC atualmente utilizados são obtidos por síntese ou por oxidação microbiológica de esteróides de origem natural.
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