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Cap. 7 - As Origens Ordoliberais da Construção da Europa

Por:   •  15/5/2017  •  Resenha  •  4.126 Palavras (17 Páginas)  •  397 Visualizações

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Livro: A Nova Razão do Mundo

Autor: Pierre Dardot e Chistian Laval

Cap. 7 - As Origens Ordoliberais da Construção da Europa

Disciplina: Serviço social e Transformações Societárias 

Prof: Beatriz G. Aguinsky

Mestrandas: Clarissa de Paula, Nadianna Marques

Pág. 245 – A grande virada mundial que ocorreu nos anos 1980 e 1990 seguiu a poderosa onda conservadora que veio da Grã- Bretanha e dos Estados Unidos. Como consequência, surgiu uma espécie de lenda encantada da construção europeia vista como bastião contra o “ultraliberalismo” anglo-saxão. Essa é uma das cantinelas do neoliberalismo de esquerda. 

Pá. 245 – universitários norte – americanos do coletivo Retort (...)“a noção de uma Europa politicamente autônoma, de uma Europa que se opõe à barbárie norte-americana e ocupa um lugar relativamente positivo no capital e na modernidade é largamente ilusória”. (...) “a esquerda abandona qualquer possibilidade de resistência real”.

Pág. 245 – A construção da Europa é fruto de várias tradições, entre as quais a poderosa tradição da democracia cristã. (...) ligada a antigas estratégias neoliberais (...) ortoliberalismo. (...) estratégia original (...) é anterior á difusão da ideologia neoliberal nos anos 1970 e à crise de regulação do capitalismo fordista.

Pág. 245/246 – O neoliberalismo europeu progressivamente se institucionalizou (...) graças a políticas conduzidas com um grande espírito de continuidade. A construção jurídica e política de um mercado concorrencial ocorreram pouco a pouco, enquanto continuava a predominar certa racionalidade administrativa e burocrática e, na prática, prevalecia o intervencionismo Keynesiano ou, como na França, as diferentes formas de “colbertismo”.

Pág. 246 – (...) “o concorrencialismo está substituindo o liberalismo de antigamente”. (...) acrescentava a ideia de base do neoliberalismo contemporâneo”.

Pág. 246 – A construção do “mercado comum” na Europa é um exemplo” (...) O tratado da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (Ceca) em 1951 e, depois, o Tratado de Roma em 1957 começaram a instaurar regras restritas para evitar que a concorrência fosse desvirtuada por práticas discriminatórias, abusos de posição dominante e subsídios governamentais.

Pág. 246 – A comissão Europeia (...) amparada na corte de justiça Europeia, elaborou um conjunto de instrumentos, que segundo o relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, formou a base de uma verdadeira “constituição econômica”. Essa política da concorrência continuou a ampliar-se aprofundar-se (...) uma das alavancas mais poderosas da integração econômica.

Pág. 247 – Esse neoliberalismo político não surgiu do nada. O Ordoliberalismo constituiu a parte mais importante do fundamento doutrinal da atual construção europeia, antes mesmo de ela ser submetida à nova racionalidade mundial.

Pág 247 – (...)Conferencia de Frits Bolkestein no Walter Eucken Institut em Freiburg, em 10 de julho de 2000. (...)Bolkestein afirmava:

Numa visão da Europa do Futuro, a ideia de liberdade, como era defendida por Eucken, deve seguramente ocupar uma posição central. Na prática europeia, essa ideia é concretizada pelas quatro liberdade do mercado interno, a saber: a livre circulação de pessoas, bens, serviços e capitais. (...) a comissão europeia e o conselho têm consciência desse desafio e o assumiram, aditando um programa ambicioso de desregulamentação e flexibilização. (...) a implementação do conjunto de medidas propostas em Lisboa representará um progresso considerável na realização de uma Europa em conformidade com a ideias “ordoliberais”.  

Ambicioso projeto de união econômica e monetária. (...) objetivo de fortalecer as liberdades do cidadã (...) constitui um dos principais instrumentos políticos que permitiram a estabilização da enorme economia de mercado que é a Europa. (...) ele é puro produto do pensamento “ordoliberal”

Pág – 248 Bolkestein detalhava o programa de reformas que deveria permitir a realização integral dessa Europa “ordoliberal”. Quatro pontos eram destacados.

  1. Flexibilização de Salários e preços mediante a reforma do mercado de trabalho:

Avançar no campo da flexibilização do mercado de empregos, (...) melhorar a flexibilidade do mercado de trabalho e do mercado de capitais.

  1. Reforma do sistema de aposentadorias mediante o estímulo à poupança individual:

Com relação as aposentadorias se refere como “bomba-relógio”, por isso a necessidade da reforma da legislação sobre as aposentadorias. Os fundos de pensão devem poder aproveitar as novas possibilidades de investimento oferecidas pelo euro”.

  1. Promoção do espirito empreendedor:

Europeus pouco espirito de empreendimento. Problema da Europa: Não é a falta

de dinheiro e sim que pouquíssimas pessoas estão dispostas a criar a sua própria empresa. “Reformas Estruturais devem vir acompanhadas de uma mudança de mentalidade no cidadão”.

  1. Defesa do ideal de civilização de um sociedade livre contra o niilismo[1]:

O relativismo moral e epistemológico dessa corrente ameaça os valores essenciais do projeto liberal, como o espirito crítico e racional e a crença na dignidade fundamental do indivíduo livre.

Pág. 249 – (...) A tarefa dos universitários, portanto, é transmitir, por meio de seu trabalho, os valores fundadores da sociedade livre (...)combater as ideias que visam a pôr em risco esse tipo de sociedade.

Pág. 249 – Bolkestein (...) para ele a construção da Europa era desde o princípio um projeto antissocial. (...) projeto voltado contra o Estado Social.

Pág. 249 – A Europa Liberal (...) é um grande programa, claramente desenhado. (...) essa construção se inseria na linhagem do Ordoliberalismo alemão, indo de encontro, a ideia de que a Europa encarna um “modelo social” contrário à globalização “ultraliberal” dos anglo-saxões.

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