Castanha Do Pará
Artigos Científicos: Castanha Do Pará. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: natalino • 11/9/2013 • 2.711 Palavras (11 Páginas) • 1.834 Visualizações
CASTANHA DO PARÁ
A castanheira, conhecida popularmente como, castanha-do-Pará, castanha-do Brasil e Brazil nut, é pertencente à espécie (Bertholletia excelsa H. B. - Lecythidaceae) nativa da Amazônia que tem por habitat as terras não inundáveis (terra firme).. As árvores dessa espécie podem atingir 60m de altura por 4m de diâmetro na base do tronco, sendo que árvores deste porte têm idade estimada de 800 anos segundo (MULLER et al., 1995). A castanheira é uma árvore com altas taxas de sobrevivência, exceto nas etapas iniciais da vida, quando é predada pelas cutias (Dasyprocta spp.) e outros mamíferos terrestres (ZUIDEMA, 2003).
De 15 a 1 castanheira por hectare segundo (Salomão, 1991; Salomão ET al., 2002), uma média geral para a Amazônia como um todo é de 1,5 árvore/ha.
Característica Botânica
A castanheira-do-brasil (Bertholletia excelsa) pertence à família Lecythidaceae. É uma espécie arbórea de grande porte, com copa dominante, fuste reto e cilíndrico, apresentando casca fendilhada de coloração pardo acidentada.
Suas folhas apresentam pecíolo de 5 a 6 cm de comprimento. Possui forma de calha, lâmina coriácea de base aguda e margens onduladas, com 25 a 35 cm de comprimento e
8 a 12 cm de largura segundo (CAVALCANTE, 1976). Sua inflorescência é do tipo espiciforme axilar ou em panículas terminais, pouco ramificadas e erectas, raquis anguloso, atingindo 40 cm de comprimento, pubescente e suportando flores pedunculadas, pétalas de coloração branco-amarelada e perfumada segundo (OHASHI, DANIEL e COSTA, 1995).
Descrição Botânica
Forma: atinge alturas de 30 a 60 m, com diâmetros na base do tronco superiores a 4 m. O tronco é retilíneo, cilíndrico e desprovido de ramos, com DAP (diâmetro a 1,30 m do solo) de 100 a 180 cm (EMBRAPA, 2004).
Ramificação: Os galhos são encurvados nas extremidades, compostos de folhas esparsas, alternadas, verde – escura na parte superior e pálida na inferior (EMBRAPA, 2004).
Flores: Desenvolve-se em panículas retas, verticais, racemosas nas extremidades dos ramos. O ovário é recoberto e o estilete estende-se normalmente além das anteras. Apresenta seis pétalas brancas, grandes, côncavas e decíduas (EMBRAPA, 2004).
Fruto: do tipo pixídio arredondado que pesa entre 200 g a 1,5 kg; contém de 12 a 25 sementes, que pesam de 4 a 10 g cada uma (EMBRAPA, 2004).
Figuras ilustrativas da Castanha do Pará (Bertholletia Excelsa)
Semente: apresenta formato triangular-anguloso, transversalmente rugoso e estritamente comprimido. O comprimento varia entre 4 e 7 cm e a casca é bastante dura e rugosa (EMBRAPA, 2004). O fruto, conhecido como ouriço, é uma cápsula indeiscente, com casca lenhosa muito dura e de formato esférico ou levemente achatado as amêndoas são altamente nutritivas. Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Ciências Naturais, Belém, v. 1, n. 2, p. 103-112, maio-ago. 2006
Figura 1. Bertholletia excelsa Humboldt & Bonpland. Detalhes do fruto.: a) hábito do fruto imaturo; b) base do fruto imaturo; c) ápice da cápsula poricida; d) base da cápsula poricida; e) secção transversal do fruto. ex-exocarpo; f-fruto; go-goma; me-mesocarpo; pd-pedúnculo; po-poro; s-semente.
Segundo Barroso et al. (1999), o fruto de Bertholletia é uma cápsula poricida, originado de ovário súpero, com dois ou mais carpelos, cuja deiscência dá-se por meio de poros, porém, nem todos os frutos desse tipo liberam as sementes através dessas aberturas, a exemplo de Bertholletia cujo orifício do pericarpo não possui dimensões suficientes para permitir a saída da semente.
Local de ocorrência da Castanha do Pará
Sua área de ocorrência da espécie segundo (LOCATELLI et al., 2005), ocorre na Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia e Guianas, mas no Brasil existe em maior número e formações compactas, nos estados do Pará, Amazonas, Acre, Maranhão, Mato Grosso, Rondônia, Amapá e Roraima.
Importância socioeconômica
O fruto da castanheira é o produto florestal não-madeireiro (PFNM) mais conhecido e solidamente estabelecido nos mercados doméstico e de exportação há mais de um século, constituindo-se na única colheita de sementes comercializada internacionalmente que é feita exclusivamente em florestas tropicais primárias (CLAY, 1997), com grande importância econômica para a região.
“Produto Florestal Não-Madeireiro” (PFNM) Wickens (1991) definiu PFNM como todo e qualquer material biológico, excetuando-se madeira serrada, aparas, painéis de madeira e celulose, extraída de ecossistemas naturais utilizado para fins de subsistência, destinado ao mercado, ou ainda que possua significado cultural ou religioso.
Germinação de sementes
A posição certa para se plantar a amêndoa é colocar pólo radicular (base da semente), de onde se origina a raiz primária, é mais largo que o caulinar, responsável pela formação da parte aérea da planta segundo (MULLER et al., 1995),ou seja, a parte larga da semente deve ficar para abaixo e a mais estreita para cima e nunca colocar na horizontal.
A Castanha do Pará pode ser plantada com o tegumento lenhoso da semente o que leva mais tempo para o processo germinativo, lento e desuniforme, contornado, em parte, pela remoção do tegumento lenhoso (Camargo, 1997; Kainer et al., 1999a).
Utilizar castanha recém retirada do ouriço o mais breve possível para que a castanha não venha perder umidade e comprometer o processo de germinação, já que são intolerantes à dessecação e a baixas temperaturas –principais formas de conservação de sementes e, portanto, são de difícil armazenamento segundo (Bonjovani & Barbedo, 2008).
Para acelerar o processo de germinação da castanha, deve-se colocar em água por um período de 48 horas, utilizar uma ferramenta que prensa o tegumento com cuidado para não danificar a amêndoa no momento da retirada do tegumento lenhoso utilizando uma faca ou canivete.
Produção de mudas
O viveiro deve ser construído em um local sombreado, pois
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