Contabilidade Gerencial

WEB AULA 1 – CONTABILIDADE GERENCIAL

Unidade 1 - Comportamento dos Custos, Análise e Alavancagens do Resultado

Para fazermos a análise do custo/volume/lucro utilizando das ferramentas administrativas: margem de contribuição, ponto de equilíbrio, margem de segurança e as alavancagens operacional, financeira e combinada, precisamos entender a composição dos custos de fabricação de um produto e o comportamento dos mesmos.

Comportamento dos Custos

O comportamento dos custos refere-se à maneira como o custo muda quando uma atividade muda.

Inicialmente é importante definirmos o custo do qual estamos falando, é o custo de produção, é o gasto utilizado na transformação de bens e serviços em um novo bem ou serviço.

Estes custos devem ser classificados para que seja possível aproveitar mais das informações geradas na sua apuração.

Classificação do comportamento dos custos: variáveis e fixos.

Veja o item 5 (a partir da página 22) do livro Controladoria disponível emhttp://www.crcrs.org.br/arquivos/livros/livro_controladoria.pdf

Custo Variável

É tudo aquilo que é gasto na produção que varia de acordo com o volume de produção. Se no total gasto com aquele item é possível afirmar que haverá variação em função do volume produzido, em relação a cada unidade do produto fabricado vamos perceber que não haverá variação, pois se para uma unidade produzida eu tenho o mesmo custo, para cada unidade produzida eu terei o aumento no custo em valor igual.

Neste gráfico podemos perceber que para cada unidade fabricada, temos o aumento de R$10,00 no gasto total.

Assim sendo, podemos representar graficamente o Custo Variável Unitário da seguinte forma:

Custo Fixo

É tudo aquilo que é gasto na produção que não varia de acordo com o volume de produção. Este custo é referente a estrutura da fábrica, se tomarmos como exemplo o salário do gerente de produção de R$5.000,00 e considerando que o mesmo não recebe por comissão ou produtividade, vamos perceber que se a empresa produzir 10 ou 80 unidades, o gasto com o gerente será o mesmo, será fixo.

Por outro lado, se considerarmos este custo fixo por unidade fabricada, vamos ver que o efeito é bem diferente, pois se o salário é de R$5000,00 e a produção for 10 unidades, para cada unidade deverá atribuído o valor de R$500,00, já se a produção for de 80 unidades, para cada unidade dever ser atribuído o valor de R$62,50.

Custo Total da Produção

Para que um produto fique pronto para venda é necessário aplicar nele custos variáveis e fixos. Para as ferramentas administrativas que iremos estudar nesta disciplina é imprescindível conhecermos qual é o valor do custo variável do produto e do custo fixo da fábrica que foi distribuído aos produtos. Na apuração dos custos contabilmente e para fins fiscais temos que usar o método de custeio por absorção, que considera tanto os custos variáveis quanto o custo fixo como custo de fabricação, mas para a análise custo/volume/lucro o custo fixo é considerado custo do período e somente os custos variáveis que são custos do produto.

ANÁLISE DE RISCOS E ALAVANCAGENS

Flutuações nas receitas de vendas, associada à existência de custos fixos, provocam mudanças significativas nos resultados das empresas. Uma queda de 10% no faturamento poderá causar um decréscimo muito maior no lucro. Inversamente, a elevação das vendas em proporção superior ao crescimento dos custos fixos beneficiará significativamente os resultados.

Esses efeitos mais do que proporcionais assemelham-se àquilo que se obtém com o emprego de uma alavanca no deslocamento de um objeto: conforme a posição do ponto de apoio consegue-se uma força de deslocamento muito superior àquela aplicada na outra extremidade da alavanca.

O retorno do capital próprio também está sujeito a efeitos de alavancagem em função da diferença entre a taxa de retorno sobre o ativo e a taxa de custo global dos empréstimos e financiamento.

REFLEXÃO :

Em sua opinião, quanto maior a alavancagem desejada maiores são os riscos da atividade?

ALAVANCAGEM SOBRE OS RESULTADOS

O que é Alavanca?

É uma barra que deve ser apoiada em uma base, na qual por meio de uma força pequena na parte maior da alavanca, é possível move um peso muito maior na parte menor da alavanca. Veja imagem a seguir:

Nesta imagem vemos que com uma força aplicada de 1kg na parte da alavanca de 10m, é possível levantar um peso de 10kg que está na parte da alavanca de 1m.

A alavancagem resulta do uso de ativos ou fundos a custo fixo para multiplicar os retornos aos proprietários da empresa. De modo geral, aumentá-la resulta em maior retorno e risco, ao passo que reduzi-la, diminui ambos. O volume de alavancagem na estrutura de capital da empresa pode afetar seu valor de maneira significativa ao afetar o retorno e o risco. Ao contrário de algumas fontes de risco, a administração tem controle quase total sobre o risco introduzido pelo uso da alavancagem. Em virtude de seu efeito sobre o valor, o administrador financeiro deve saber como medir e avaliá-la, especialmente ao tomar decisões referentes à estrutura de capital.

A alavancagem sobre os resultados somente poderá ser entendida a partir dos conceitos de custos e despesas variáveis e fixos. A ação de uma alavanca (leverage) faz com que os resultados sejam maximizados em decorrência dos custos fixos.

Como os custos fixos não se alteram em função da variação no volume de produção podem ser considerados custos do período e não da produção, por este motivo, para efeito de apuração do resultado para fins administrativos os custos fixos são levados ao resultado e não acompanham o produto, passando pelos estoques para somente após vendidos refletir no resultado da empresa.

Aqui vemos a ilustração do efeito da variação das vendas no resultado, para cada 1% de aumento nas vendas, temos uma variação de 10% nas vendas.

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