DOCUMENTÁRIO: GLOBALIZAÇÃO MILTON SANTOS - O MUNDO GLOBAL VISTO DO LADO DE CÁ
Por: merciaealex • 30/8/2017 • Resenha • 1.330 Palavras (6 Páginas) • 1.787 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL
CAPITALISMO E QUESTÃO SOCIAL
MÉRCIA SANTOS
RESENHA CRÍTICA
DOCUMENTÁRIO: GLOBALIZAÇÃO MILTON SANTOS - O MUNDO GLOBAL VISTO DO LADO DE CÁ, ARTICULADO AO O TEXTO DE TESE DE LUANA SIQUEIRA “POBREZA E SERVIÇO SOCIAL”, IDENTIFICANDO AS TRÊS DIMENSÕES MARXISTA: MATERIALISMO HISTÓRICO-DIALÉTICO;A ECONOMIA-POLÍTICA E A PERSPECTIVA DE TRANSFORMAÇÃO.
NATAL/RN
AGOSTO 2017
Milton Almeida Santos, nasceu em 03 de Maio de 1926 na cidade de Brotas de Macaúbas na Bahia, neto de escravos foi alfabetizado pelos pais e formou-se em Direito pela UFBA em 1948, fez doutorado em Geografia na França na Universidade de Strasburgo no final dos anos 50, trabalhou como jornalista em Salvador e com o golpe militar em 1964 foi para França onde exerceu o papel de professor universitário, e em outros pais como Peru, Venezuela, Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Tanzânia. Retorna ao Brasil em 1977 se torna professor de Geografia Humana na UFRJ entre 1979 e 1983, e em seguida passou no concurso para USP que ficou até aposentar. Em 1994, recebeu o “Prêmio Internacional de Geografia Vautrin Lud” tido como maior prêmio da área. Em seguida recebeu o título de “Professor Emérito da Universidade de São Paulo” e “Professor Honoris Causa” em doze universidades brasileiras e sete estrangeiras. Milton Santos faleceu dia 24 de junho de 2001.
TENDLER, Silvio. Documentário: Globalização Milton Santos - O mundo global visto do
lado de cá. (2002).
SIQUEIRA, Luana. Pobreza e Serviço Social: diferentes concepções e compromissos
políticos. São Paulo, Cortez, 2013. (CAPITULO 4).
O mundo globalizado visto do lado de cá.
O documentário é uma entrevista realizada com o renomado Milton Santos que aborda a globalização e seus impactos na história mundial, fazendo uma relação entre a globalização, a divisão internacional do trabalho, o grande dinheiro, a informação e ao território como matriz da vida social, política e econômica. O geógrafo faz considerações a existência de 03 mundos: “ O mundo tal como nos fazem vê-lo: a globalização como fábula”; “O mundo tal como ele é: a globalização como perversidade”; “O mundo como pode ser: uma outra globalização”. Ou seja, o mesmo sistema que justifica a visão da globalização como única alternativa de avanço é o mesmo sistema que instaura a crise.
Logo no início, é feito uma contextualização histórica com as primeiras conquistas marítimas em nossos territórios na América do sul entre 1500 e 1600. Estas primeiras ocupações já tinham características explorativas, de maneira, que suas riquezas naturais eram saqueadas, e vorazmente extinguida a cultura, a língua e a religião, dando inicio ao processo de globalização do colonialismo pela ocupação territorial, e que até os dias atuais não tem sido diferente, os países do hemisfério norte desenvolvidos, usurpando os países periféricos do hemisfério sul, a globalização transforma o planeta em um mundo capitalista e incoerente. Em 1989, foi criado o consenso de Washington com o objetivo que América latina reconquistasse seu desenvolvimento, em contra partida regras foram estabelecidas, e grandes empresas desorganizou os territórios sem responsabilidades social e moral, por causa da frouxidão do Estado. Houve apropriação dos bens naturais, privatizações e altos índices de juros. No equador em 2000, o movimento indígena se revoltou contra as privatizações. Na Bolívia o BM (Banco Mundial) e o FMI (Fundo Monetário Internacional) pressionou o governo para privatizar a água e o controle do gás, apesar da reação violenta do governo a população reagiu nas ruas desprivatizando a água. Na Argentina em 2001 a dolarização atingiu a classe média os deixando pobres, a população fez o panelaço e derrubou três presidentes. No Brasil em 1997, foi privatizada a Vale do Rio Doce, que gerou manifestações isoladas. Milton diz que a crise de Washington representou para a América Latina “um fruto envenenado”.
Na globalização como fábula, a mídia traz uma informação manipulada através de suas agências, imposta é pelos economistas, nos fazendo enxergar de maneira coletiva que as revoluções, as tecnologias e o desenvolvimento vem para um mundo melhor e humanizado, quando de fato, a grande verdade é a divisão de trabalho injusto, com mais pobreza para os pobres e mais riquezas para os ricos, tendo o “consumo como o grande fundamento do sistema capitalista”.
A globalização como fábrica de perversidade, retrata a perda da qualidade de vida com os baixos salários, o desabrigo generalizado, a fome, o aumento da pobreza e o alto índice de desemprego sendo visto como coisas normais. A humanidade se divide em dois grupos: o grupo dos que não comem e o grupo dos que não dormem com receio da revolta dos que não comem. Ficando claro, que o problema da fome não estar na sua produção de alimentos, mas na distribuição desigual, e desta forma avança matando de forma cruel homens,mulheres e crianças. A incompatibilidade do sistema, causa a perca dos valores, onde se permite a livre circulação de mercadorias e dinheiro e se proíbe a livre circulação de pessoas, criou verdadeiras muralhas capitalistas de controle em suas fronteiras, se proibindo, matando e deportando pessoas. Na globalização o mais importante não é o ser humano e sim o capital em sua forma de dinheiro puro.
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