Delinear propostas de ação profissional de um debate metodológico

Esboço de propostas de ação profissional a partir do debate metodológico

Maciel e Cardoso fizeram circular o esboço de uma proposta metodológica para o Serviço Social, cuja fundamentação teórica foi buscada, essencialmente, no pensamento de Gramsci sobre a práxis, ressaltando a preocupação com a elaboração teórica voltada para a pratica política na perspectiva da hegemonia da classe subalterna. Entendem a práxis como “processo coletivo das classes sociais em luta pela hegemonia no bloco histórico”, e o Serviço Social como profissão de intervenção na realidade social, supondo uma base explicativa da realidade e da intervenção.

A partir desse referencial teórico, as autoras situaram o Serviço Social no quadro da divisão social do trabalho, enquanto intervenção direta na realidade social, servindo a interesses presentes na luta hegemônica, sendo esses interesses determinados pela dinâmica das relações sociais.

Essa proposta de pratica profissional, Maciel e Cardoso apontaram como elementos da estrutura da pratica interventiva: problemática, objetivos, estratégias e táticas, sendo esses elementos determinados pelas diferentes formas de inserção do Serviço Social na sociedade, ou seja, conforme sua vinculação com os projetos das classes fundamentais.

Na perspectiva dos interesses da classe trabalhadora, as autoras apontaram, como eixo de preocupação, as relações de forças, de poder e saber, sugerindo conforme a formulação de Faleiros, a utilização de estratégias e táticas de aliança e confronto, na busca de modificação da correlação de forças existentes, tendo em vista os interesses dos usuários.

A proposta metodológica de Faleiros coloca a necessidade de romper com as possibilidades predefinidas e propõe estratégias e táticas processuais permanentes, autocriticáveis e teoricamente criativas, destacando a analise de conjuntura, das forças, do objeto do Serviço Social, da instituição.

Era entendido para Faleiros que a reprodução esta articulada à representação, significando consciência de si e ante os outros. Nessas formulações, Faleiros situa, portanto, o assistente social como intelectual que trabalha a representação articulada à reprodução, sendo que, a partir da perspectiva funcionalista, o autor admite que a dominação fosse reforçada e, na perspectiva dialética, são adotadas estratégias e táticas de ruptura e critica, tendo em vista a alteração das relações existentes. Admite, ainda, que é no campo da política do cotidiano que se processa a relação entre assistente social e população através da mediação da reprodução e da representação.