EFICIÊNCIA DE EXTRATORES DE FÓSFORO PARA SOLOS DE REGIÕES TROPICAL ÚMIDA E SEMIÁRIDA DO BRASIL
Dissertações: EFICIÊNCIA DE EXTRATORES DE FÓSFORO PARA SOLOS DE REGIÕES TROPICAL ÚMIDA E SEMIÁRIDA DO BRASIL. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: CarlosBai • 29/3/2014 • 3.495 Palavras (14 Páginas) • 394 Visualizações
Correlacionar o fósforo absorvido e acumulado pelas plantas de sorgo em classes de solos do Vale do São Francisco e da savana do estado de Roraima com o fósforo extraído pelos extratores Mehlich-1, Mehlich-3, Bray-1 e Resina de troca iônica.
Este objetivo será alcançado através de uma série de estudos estabelecidos para:
a) Determinar a Capacidade Máxima de Adsorção de Fósforo (CMAP);
b) Efetuar a calibração dos extratores quanto ao fósforo retirado dos solos em estudo;
c) Correlacionar os níveis de fósforo retirados pelos extratores e analisados na matéria seca de sorgo;
d) Determinar os melhores métodos de extração para cada classe de solo.
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1 O fósforo e as plantas
O fósforo (P), essencial ao crescimento, desenvolvimento e à reprodução das plantas, está associado à fotossíntese, divisão celular e utilização de açúcares e amido e desempenha importante papel no processo de formação de sementes (MIRANDA et al., 2008). Em quantidades adequadas, ele estimula o desenvolvimento radicular, é essencial para a boa formação da planta e incrementa a produção. Na planta, encontra-se na forma de DNA (ácido desoxirribonucléico), RNA (ácidos ribonucléicos), polímeros de nucleotídeos, ésteres, fósforo inorgânico (Pi) e ATP. É um elemento pouco móvel no solo e seu suprimento para as plantas é efetuado, principalmente, pelo processo de difusão, o qual depende da umidade do solo e da superfície radicial (LEÃO et al., 2011).
As espécies vegetais apresentam diferentes habilidades para absorção de P. Dentre os principais aspectos relacionados à planta, pode-se destacar a acidez na rizosfera, o dreno por Ca e P das espécies e o ciclo da cultura. Dessa forma, estudos relacionados à eficiência de fontes de P devem considerar não apenas o solo, mas também a espécie cultivada e a sua capacidade de absorção de P (HOROWITZ; MEURER, 2004).
De acordo com Miranda et al. (2008), dos macronutrientes essenciais às plantas, o P é um elemento que está frequentemente em concentrações subótimas para as culturas na solução do solo. Isso é consequência da habilidade do fósforo de formar compostos de alta energia de ligação com os colóides, conferindo-lhe alta estabilidade na fase sólida. Dessa forma, mesmo que os teores totais do fósforo no solo sejam altos em relação aos necessários para as plantas, apenas uma pequena fração está disponível às plantas.
Devido às novas tendências socioeconômicas e ambientais, a busca por culturas mais eficientes na aquisição e uso de P e outros nutrientes apresenta razões básicas: os fertilizantes são os insumos com a maior participação no custo final da produção agrícola em escala comercial, sendo que seu uso é, na maioria das vezes, restringido pelo pequeno produtor, devido à falta de recursos (MIRANDA et al., 2008).
3.2 Dinâmica do fósforo no solo
O P é visto como um dos principais nutrientes na agricultura brasileira, devido à resposta que apresenta para as espécies vegetais e à complexa dinâmica do elemento no solo. Em solos tropicais, o P pode sofrer adsorção específica, o que diminui sua disponibilidade para as plantas (NOVAIS; SMYTH, 1999).
Essa retenção do P ocorre pela adsorção pelos oxidróxidos de Fe e Al, presentes de maneira geral, em grandes quantidades em solos tropicais intemperizados, principalmente nos mais argilosos e também pela precipitação do P em formas catiônicas de Fe, Al e Ca (NOVAIS; SMYTH, 1999).
As principais limitações de fertilidade dos solos da Amazônia são a acidez elevada, baixa capacidade de troca de cátions, deficiência de N, P K, S, Ca, Mg, B, Cu, Zn e também a baixaalta capacidade desses solos para fixar o P aplicado como fertilizante. O teor total de P dos solos se situa, de modo geral, entre 200 e 3000 mg kg-1 de P, sendo que menos de 0,1% desse total encontra-se na solução do solo (FALCÃO; SILVA, 2004).
Na região do semiárido nordestino, o P disponível nos solos é, em geral, um reflexo das baixas concentrações de P total nos solos da região, que associada a longos períodos com deficiência hídrica, compromete a acumulação de matéria orgânica (FRAGA; SALCEDO, 2004).
A análise química de um solo é utilizada como ferramenta para obtenção de informações sobre sua fertilidade e a determinação do teor de P disponível, uma das principais análises utilizadas para a recomendação de adubação fosfatada (HOROWITZ; MEURER, 2004). A avaliação da disponibilidade de P em um solo é complexa, porque esta é resultante da ação integrada dos fatores Intensidade (I), Quantidade (Q) e Fator Capacidade de Fósforo (FCP). O valor I refere-se à concentração do nutriente na solução do solo, o Q à quantidade do nutriente que está adsorvida e, ou, precipitada, mas em equilíbrio com I, e o FCP é a medida da resistência que tem o solo para deixar variar o valor de I (ALVAREZ, 1996).
De acordo com Souza et al. (2011), a avaliação da disponibilidade de P no solo apresenta, muitas vezes, problemas de correlação entre o P disponível para as plantas e o avaliado pelo extrator, ficando essa correlação ajustada ou não para cada extrator, em função da fonte de P utilizada, das características do solo e da planta. De acordo com Corrêa et al. (2005), o teor e o tipo de argila, a capacidade de troca de cátions (CTC), o poder tampão, a adsorção de Ca e de P, o teor de matéria orgânica e a umidade afetam a solubilização de P no solo e, consequentemente, sua extração. Segundo Rocha et al. (2005), o aumento do poder tampão de fosfato do solo diminui a extração de P do solo pelos extratores constatando-se que, em solo com menor teor de argila, elevado valor de P remanescente (P-rem) e baixa Capacidade Máxima de Adsorção de Fósforo (CMAP), as extrações de P são maiores.
Os teores de P disponível do solo nas análises químicas feitas nos laboratórios de rotina do Brasil dão uma ideia apenas do valor Q, de modo que, para a correta interpretação da disponibilidade de P, é necessário o conhecimento do Fator Capacidade de Fósforo (FCP) do solo, estimado a partir de características do solo que se correlacionam com esta propriedade, como teor de argila e P remanescente, principalmente quando se usam extratores sensíveis ao FCP, como o Mehlich-1 (OLIVEIRA et al., 2000).
As recomendações de adubação fosfatada devem considerar características do solo que
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