FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E TEÓRICOS METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL
Por: Jasson Matias • 8/4/2016 • Pesquisas Acadêmicas • 32.215 Palavras (129 Páginas) • 564 Visualizações
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Prezado aluno (a),
O objetivo desta disciplina é oferecer ao aluno do SEPI/SEI material de apoio para o acompanhamento da disciplina Fundamentos Históricos, Teóricos e Metodológicos do Serviço Social. Esta matéria será a sua primeira aproximação com o curso escolhido e pretende estabelecer parâmetros para a compreensão da profissão no seu contexto sócio histórico.
A disciplina pretende proporcionar a apreensão crítica em relação ao surgimento da profissão de serviço social a partir do contexto decorrente da reprodução das relações sociais – perspectiva capital e trabalho, em particular a partir da Revolução Industrial. Objetiva-se explicitar, no que se refere à herança do serviço social, as práticas assistencialistas advindas da influência europeia e norte-americana, num contexto marcado pelas lutas de classes, ditadura na América Latina, tendo seu momento de reconceituação e renovação a partir do acirramento do conflito entre as classes.
O serviço social, sob a influência das ciências sociais, reconceitua-se e através de uma reflexão teórica que revê seus paradigmas e parte para a regulamentação da profissão, definindo seus espaços na sociedade contemporânea.
Iniciamos este curso revendo a questão do assistencialismo no Brasil, suas práticas e formas de organização, sua influência nas políticas públicas e como estas, através da distribuição de renda desigual, contribuem para a manutenção da acumulação capitalista – o capital na mão de poucos.
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1
CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
1. O assistencialismo
2. As primeiras formas de assistencialismo no Brasil
2.1 Formas de assistencialismo
3. A revolução industrial
4. O projeto ético-político do serviço social: novos horizontes para a atuação profissional
CAPÍTULO 2
AS FASES DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
1. O processo de modernização pós Revolução Industrial
2. O advento do capitalismo
3. Fases do Capitalismo
3.1 Capitalismo monopolista e o serviço social
3.2 As relações sociais e o serviço social dentro do sistema capitalista
4. As protoformas do serviço social
5. As primeiras escolas do serviço social no Brasil
CAPÍTULO 3
GÊNESE DO SERVIÇO SOCIAL
1. O surgimento do serviço social no Brasil
2. O centro de estudos e ação social de São Paulo e a necessidade de uma formação técnica especializada para a prestação de assistência
CAPÍTULO 4
A INFLUÊNCIA DA IGREJA NA GÊNESE DO SERVIÇO SOCIAL
1. A influência norte-americana: o funcionalismo e o serviço social de caso, grupo e comunidade
2. O processo de constituição das principais matrizes do conhecimento e da ação do Serviço Social brasileiro
3. O Serviço Social nos anos 80: as tendências históricas e teórico metodológicas do debate profissional
4. As Dimensões Ético-políticas e Teórico-metodológicas no Serviço Social Contemporâneo
5. O Serviço Social contemporâneo: fundamentos históricos, teórico-metodológicos e éticos-políticos
6. A influência do serviço social de caso, grupo e comunidade
7. Positivismo na profissão
8. Introdução do funcionamento do serviço social
9. Os fundamentos do processo de institucionalização e desenvolvimento da profissão: trajetória e desafios
CAPÍTULO 1
CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
Apresentação
Desde seu início, o serviço social sofre influência externa e interna de correntes filosóficas e de pensamento. A primeira foi a Igreja Católica que colocava um caráter missionário para o assistente social. Soma-se a essa o pensamento norte-americano de Mary Elly Richmond. Outras influências como o tomismo, o neotomismo, o funcionalismo americano, como o estudo de caso, grupo e comunidade, a fenomenologia, o positivismo, o conservadorismo, o marxismo permearam a atuação do assistente social nestas seis décadas de existência da profissão.
No Brasil, o contexto sócio histórico influencia a prática do serviço social, que tem no golpe militar de 1964 um divisor de águas para a profissão.
Requisitou-se um rearranjo, uma revisão geral, que teve nos congressos de serviço social nacionais e internacionais, nos códigos de ética profissional, nas legislações sociais, um rompimento com a visão tradicional e conservadora impressa desde a gênese da profissão.
Sua inserção no âmbito da universidade, da pesquisa, o agregamento da teoria marxista, a conversa com as ciências sociais, reafirmaram o processo de renovação crítica.
O Movimento de Reconceituação – 1965-1975 – reconceitua o pensamento e a prática do assistente social, revisando sua ação e as tendências.
Esta renovação teve três vertentes: perspectiva modernizadora (Documentos de Araxá
1967 e de Teresópolis – 1970), reatualização do conservadorismo (Documentos de Sumaré
1978 e do alto da Boa Vista – 1984) e a intenção de ruptura (Método de BH – 1972/75 e INOCOOP).
A década de 1980 demonstrou o ápice revisional da profissão rompendo com o tradicionalismo. Os anos de 1990 imprimem uma nova visão de homem e de mundo sob a ótica da totalidade e da sua historicidade – ser histórico que é e faz história.
Novas demandas são colocadas para o serviço social, exigindo novas legislações e políticas, tendo a profissão na cena contemporânea sua direção voltada à defesa da classe trabalhadora e do trabalho, dentro do processo de reprodução da vida material e dos modos de vida; comprometido com a afirmação da democracia, a liberdade, a igualdade e a justiça social, lutando pelos direitos e a cidadania em direção do desenvolvimento social inclusivo.
Muitas viradas o serviço social vivenciou desde o movimento de reconceituação, dos congressos de serviço social que sistematizaram a prática, até a contemporaneidade, expressas nas unidades desta apostila e que podem revelar sua escolha por este curso.
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