Farmaco
Tese: Farmaco. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: cris1982 • 31/5/2014 • Tese • 1.063 Palavras (5 Páginas) • 126 Visualizações
Imagine a cena: você vai à farmácia, pede um remédio e o profissional ali presente acessa o seu código genético. De olho no seu DNA, ele descobre como o seu corpo irá reagir a determinadas substâncias,avalia qual a melhor opção de medicamento e indica a dose exata que você precisa tomar. Depois de alguns dias, o tratamento funciona que é uma beleza e, o melhor de tudo, sem efeito colateral algum. Parece ficção científica, mas isso está mais perto de acontecer do que você imagina. E o mérito vem da farmacogenética, uma nova área de pesquisa que promete revolucionar o modo como tratamos as doenças. “A farmacogenética busca individualizar a indicação de medicamentos, ou seja, tenta aumentar a chance do paciente de apresentar uma melhora com o tratamento e reduzir a chance da manifestação de efeitos colaterais”, explica Renan Pedra de Souza, professor de Genética e Evolução na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). As pesquisas nessa área começaram nos anos 1950 e, de lá pra cá, os cientistas tentam descobrir como pessoas dotadas de diferentes características genéticas respondem aos mais diversos tipos de medicamentos. “Como os indivíduos são diferentes entre si, pode haver a necessidade de uma pessoa precisar de uma dosagem um pouco maior ou um pouco menor de determinado medicamento”, explica Pedra de Souza. “A utilização deste tipo de informação tem o potencial de acelerar o processo de cura”, diz o especialista em genética.
Na justa medida
Um exemplo de pesquisa em farmacogenética envolve o uso da varfarina, um anticoagulante recomendado para prevenir a trombose. Se o paciente tem alterações em dois genes (CYP2C9 e VKORC1) e receber uma dose incorreta dessa substância, logo no início do tratamento, das duas uma: ou ela será inócua, ou poderá piorar o quadro. Há muitas outras pesquisas envolvendo toda a sorte de medicamentos e, no futuro, elas podem ter um impacto positivo especialmente na rotina de pacientes que precisam constantemente de medicação. “Para pacientes em uso crônico de medicamento, tal ajuste tem um potencial ainda maior de impacto na qualidade de vida seja por controlar melhor a doença seja por evitar um efeito colateral”, afirma Renan. E por falar nos genes CYP, é bom lembrar deles, pois é justamente para essa turma que boa parte dos pesquisadores está mirando os microscópios. Isso porque eles possuem enzimas responsáveis por metabolizar a grande maioria dos fármacos que utilizamos. Se esses genes têm alguma alteração, a dose tradicionalmente indicada na bula pode não funcionar ou aumentar a chance de efeitos indesejados.
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Como seria o dia a dia
Para usufruir dos avanços da farmacogenética, o primeiro passo é ter em mãos o rastreamento genético do paciente. Já existem até laboratórios que fazem isso. Esses dados são então cruzados com as fórmulas de diversos medicamentos, para saber como o corpo de uma pessoa irá reagir a determinadas substâncias. Uma vez feito isso, é mais fácil para o médico prever como o paciente vai responder a determinados tratamentos e, a partir desses dados, ajustar a dose de acordo com o código genético de cada indivíduo. Não seria incrível? No futuro, esperasse que esse detalhamento dos genes esteja na ficha de cada paciente, para que o médico possa ter acesso a ele durante a consulta e na hora de prescrever um determinado tratamento. Outro impacto da farmacogenética, lá na frente, seria na posologia que vemos nas bulas — essa teria de mudar, de modo a incluir grupos de indivíduos com características genéticas específicas. A maneira de testar medicamentos e avaliar a dosagem básica também teria de, mais adiante, ser adaptada em consequência dos avanços
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