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Journal of Modern Management

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Por:   •  8/12/2014  •  Projeto de pesquisa  •  6.070 Palavras (25 Páginas)  •  253 Visualizações

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Revista de Administração Contemporânea

On-line version ISSN 1982-7849

Rev. adm. contemp. vol.10 no.4 Curitiba Oct./Dec. 2006

http://dx.doi.org/10.1590/S1415-65552006000400003

ARTIGOS

Competências empreendedoras de dirigentes de empresas brasileiras de médio e grande porte que atuam em serviços da nova economia

Sérgio Carvalho Benício de Mello; André Luiz Maranhão de Souza Leão; Fernando Gomes de Paiva Júnior

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RESUMO

Num contexto de estímulo ao empreendedorismo, uma compreensão de comportamentos relacionados a competências empreendedoras é crítica. Tal perspectiva apresenta valiosas contribuições para o desenvolvimento e a gestão de negócios, bem como para a interação com grupos internos e externos da organização. Neste sentido, competência pode ser entendida como um construto que engloba diferentes traços de personalidade, habilidades e conhecimentos. Este estudo corresponde a uma pesquisa qualitativa, realizada por meio de análise de conteúdo clássica, junto a dirigentes de empresas brasileiras da nova economia, sediadas no eixo Rio-São Paulo. Os resultados demonstraram uma prevalência das competências conceituais e administrativas. Além disto, uma competência não prevista na literatura - equilíbrio entre trabalho e vida pessoal - foi descoberta. Conclusões e implicações gerenciais são também discutidas.

Palavras-chave: competências empreendedoras; comportamento empreendedor; negócios da nova economia.

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ABSTRACT

In a contextwhereentrepreneurshipisbeingstimulated, anunderstandingofbehaviorrelatedtoentrepreneurcompetencesiscritical. Such perspective presents a valuablecontributionto business developmentand management, as well as for externalandinternalorganizationgroupinteraction. Thus, competencemaybeunderstood as a constructthat includes differentpersonalitytraits, skillsandknowledge. Thisstudyhas a qualitativeresearch approach. A series of interviews with new economyBrazilianC.E.O.s, based in Rio de Janeiroand São Paulo wasundertaken, followedby a contentanalysis. Resultsindicate conceptual andmanagerialcompetencesprevalence. Besides, a competencenotindicated in theliterature - work-life balance competence - wasdiscovered. Conclusionsandmanagerialimplications are alsodiscussed.

Key words: entrepreneurcompetences; entrepreneurbehavior; new economy businesses.

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INTRODUÇÃO

No contexto da nova economia, as relações de mercado permeiam as práticas empreendedoras de forma complexa e confusa (independentemente das localidades nacionais ou regionais); os recursos que guiam as atividades imateriais, ligados ao tecido humano e ao social; e a qualidade das competências (Benko, 2002). Nessa ótica, a sociedade pós-capitalista, concebida como do conhecimento, demanda um indivíduo universalmente instruído, cujas características se concentram em absorver o conhecimento e a sabedoria herdados da tradição humana, em paralelo com a ciência do presente e a moldagem do futuro (Drucker, 2002). Essa pessoa terá que ser preparada para enfrentar o mundo globalizado e informacional, ato que requer tanto o saber fazer, como o saber ser. Tais imperativos são determinantes de sobrevivência, contextualizada no aprender a aprender, e podem ser traduzidos na prática de geração do crescimento organizacional por meio de mecanismos recursivos de formação de competências (Demo, 1994).

No campo dos estudos organizacionais, incluindo treinamento e desenvolvimento vocacional, tem havido, em âmbito mundial, ênfase na necessidade de se aperfeiçoarem habilidades e capacidades que gerem reflexões sobre as práticas profissionais. A crítica mais comum para tal preocupação parece residir na necessidade de suporte para dirigentes e equipes enfrentarem, de forma efetiva, as crescentes mudanças sociais, em particular aquelas que contribuem para incrementar a incerteza nos negócios e, conseqüentemente, no mercado de trabalho (Gibb, 1999; Schön, 1991).

Existem competências associadas a posturas empreendedoras que auxiliam na compreensão de atributos geradores de respostas de valor na interação com grupos internos e externos da organização. Elas se vinculam ao senso de identificação de oportunidades, à capacidade de relacionamento em rede, às habilidades conceituais, à capacidade de gestão, à facilidade de leitura, ao posicionamento em cenários conjunturais e ao comprometimento com interesses individuais e da organização. Esses elementos são básicos no desenvolvimento de artefatos representativos, como expressão de crescimento pessoal e profissional do dirigente de êxito (Birley&Muzuka, 2001; Man &Lau, 2000; Man, Lau, & Chan, 2002; Pinto, 2000).

Deste modo, surge uma pergunta que representa o foco deste estudo: que áreas de competências empreendedoras são mais relevantes nos comportamentos de dirigentes de perfil empreendedor? Com base nisto, torna-se necessária uma pergunta complementar: que comportamentos específicos compõem as áreas de competências?

REFERENCIAL TEÓRICO

Competência pode ser concebida como característica que engloba diferentes traços de personalidade, habilidades e conhecimento, influenciados pela experiência, capacitação, educação, história familiar e aspectos demográficos peculiares à pessoa (Kets De Vries, 1996; Man &Lau, 2000).

Fraser (2000) assinala a ênfase que a literatura confere a padrões comportamentais concebidos como diferenciados, ao sugerir que empresas em fase de crescimento devem fomentar estilos de organizações flexíveis e generalistas, eliminar excessos burocráticos, intensificar discussões informais e explorar recursos gerados por terceiros num clima de reciprocidade de negócios em rede. No entanto não adianta estabelecer padrões criativos e empreendedores no plano abstrato das organizações, sem conceber que a versatilidade das estruturas estratégicas advém de ações de

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