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Karl Marx Jovem

Por:   •  17/9/2015  •  Ensaio  •  2.833 Palavras (12 Páginas)  •  306 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

A FILOSOFIA CONCRETA DO JOVEM KARL MARX NOS MANUSCRITOS ECONÔMICO-FILOSÓFICOS DE 1844

KAREN GALÚCIO CORREIA

SÃO LUIS

2014

A FILOSOFIA CONCRETA DO JOVEM KARL MARX NOS MANUSCRITOS ECONÔMICO-FILOSÓFICOS DE 1844

Karen Galúcio Correia[1]

RESUMO: No ensaio analisamos profundamente o legado filosófico de Karl Marx, contido nos Manuscritos Econômico-Filosóficos de 1844. A obra é composta por uma coletânea de três cadernos e sob a forma de ensaios curtos, referindo à economia politica como “economia nacional”, sendo escrito por aquele autor aos 26 anos e permaneceram desconhecidos por quase cinquenta anos, depois de sua morte. Foi publicado em 1932, assim, iniciando um debate filosófico e político sobre o todo da obra marxista que se estende até hoje. Este estudo tem a finalidade de analisar sua obra inaugural do pensamento comunista, que está focada para o problema social, a relação da sociedade com o capitalismo e o sistema que dependência e exploração existente. É maravilhosa a explicação que mostra a realidade das relações sociais, expressa, principalmente, através das categorias conceituais alienação e estranhamento as quais, na apropriação marxista, se engajam na feroz crítica ao modo de produção capitalista que é então acusado de transformar o homem em mercadoria, em ser genérico. Mostraremos também a diferença entre o animal e o homem, e a importância da natureza em relação ao ser humano e ao trabalho exercido, e o significado do capital, da propriedade privada e do trabalho, segundo Marx.

PALAVRAS-CHAVE: Marxismo; Legado filosófico; Estranhamento; Alienação.

MANUSCRITOS ECONÔMICO-FILOSÓFICOS

Esse ensaio crítico aborda um ponto de vista de uma das principais obras do renomado filósofo e economista, Karl Marx, Os Manuscritos Econômico-filosóficos de 1844, que se chama também de Manuscritos de Paris. A obra foi publicada somente cinquenta anos após a sua morte, em 1932. Porém, ele escreveu essa obra quando tinha apenas 26 anos de idade, ou seja, na fase jovem de Marx. Com o passar do tempo, ele foi amadurecendo, se tornando mais cientifico invés de filosófico, e isso pôde ser visto em suas obras, como O Capital de 1867. Mas não pode negar a divina importância dos Manuscritos Econômico-filosóficos, que ainda de forma primitiva, mas genial, explicou a forma correta do verdadeiro comunismo que deveria ser aplicado, e não aquele que era visto nos partidos. Ou seja, esclareceu a sua doutrina comunista, mas não se limitou a isso.

Os Manuscritos é uma introdução para a compreensão geral de toda a doutrina de Marx, e a obra apresenta a planta fundamental do seu pensamento: a concentração de sua filosofia na crítica da economia nacional de Adam Smith e David Ricardo. A pesar que o mesmo fosse influenciando por eles, mas, ao mesmo tempo, os criticava por haver ausência de uma análise histórica nas teorias de tais autores e na falta de se considerar a produção como uma atividade social, que vai ser organizado por Marx através dos “modos de produção” pelos quais a humanidade passou e passa ainda. Afirmava ainda que os economistas modernos eram incapazes de fazer diferença entre características universais da produção e características específicas do capitalismo, que para ele era a produção exige um instrumento de produção, assim como não há “produção sem trabalho passado acumulado” e o capital é um dos instrumentos da produção, e apenas no modo de produção capitalista os instrumentos de produção e o trabalho acumulado eram a fonte de renda e de poder da classe dominante. E para eles, o homem era naturalmente comercial, assim, moldando a economia. Marx as chamava de Leis de Ferro, que moldam o capitalismo, assim sendo impenetráveis.

Outra crítica era sobre a propriedade ser considerada por eles sagrada e por ter sido erroneamente considerada como uma forma existente de propriedade privada capitalista, portanto, eles aceitavam os direitos de propriedade capitalistas como universais e sagrados, e viam o capital como sendo comum a toda produção, deixavam de lado as instituições que, para Marx, eram específicas do capitalismo. E explicação dos economistas burgueses estava baseada nas relações de troca, argumentando que eram harmoniosas, promoviam igualdade e liberdade. Mas Marx, entretanto, dizia que essa harmonia resultante das relações de troca era apenas um fato, mas não a causa principal da relação. Ele explica muito bem o seu ponto de vista, afirmando que o real motivo eram as diferenças entre as necessidades dos indivíduos e sua produção, ou seja, interesses particulares sem preocupação com o bem-comum, o individualismo. Obtendo o embasamento nas relações monetárias e na democracia burguesa, as quais camuflam a real desigualdade do sistema através de relações econômicas.

É importante ressaltar que Marx expõe a discrepância entre moral e economia, denunciando também a radicalidade da exploração do homem pela empresa capitalista. Enquanto a reprodução do capital é o único objetivo da produção, o trabalhador ganha apenas para sustentar suas necessidades mais vitais, ou seja, para não morrer e poder continuar produzindo. Assim, dando continuidade ao circulo infinito de produção e consumo, que o capitalismo proporciona. Mas esse circulo, beneficia poucos, enquanto muitos, ou seja, os trabalhadores, vivem apenas com o básico, com o necessário para o seu sustento e de sua família.

Os Manuscritos de Paris foi a sua primeira obra materialista, abordando não somente a filosofia, mas também a sociedade em questão, o ser social. Pela primeira vez uma obra dessa dimensão foca a visão filosófica em temas sociais, compondo um sistema filosófico cimentado pela atividade material do homem na realidade da vida em sociedade. Ocorre uma ênfase no ser social, a partir de uma base materialista, como dito antes, criando uma explicação do ser social, que é aquele que a sua própria natureza vive em sociedade, assim, não conseguindo viver isolado.

Portanto, o tema central do presente estudo está direcionado para a análise do vigor incontestável do pensamento marxista contido, pela importância dos valores humanistas e libertários. Assim o marxismo abordado, é aquele verdadeiro comunismo, aquele que muitos partidos e ditadores distorceram e colocaram em pratica a faceta errônea da doutrina de Marx.

Ele busca uma forma de explicações racionais e metódicas, ideia de razão, do iluminismo, para explicar as relações do homem com a natureza. Ainda afirma que a diferenciação do ser humano do animal não é, exatamente, a inteligência, e sim o trabalho, sendo ele algo abstrato, não objetivo, questionando ao longo do tempo a concepção do ser social. Segundo Marx, o animal forma apenas, segundo a medida, e a carência da espécie, à qual pertence, enquanto o homem sabe produzir segunda a medida de qualquer espécie, e sabe considerar, por toda a parte, a medida inerente ao objeto; o homem também forma, por isso, segundo as leis da natureza. No mesmo segmento, aborda o homem, afirmando que o corpo do ser humano é a própria natureza, que sem a natureza não vivemos, sendo o homem como a parte da natureza.

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