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Os desafios da prática profissional do assistente social no CRAS no enfrentamento às expressões da questão social

Por:   •  22/8/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.041 Palavras (5 Páginas)  •  652 Visualizações

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Os desafios da prática profissional do assistente social no CRAS no enfrentamento às expressões da questão social

Alunos: Anderson Mol Junior  e  Maurisete Fabian

CAPITULO I – O Serviço Social brasileiro: da sua gênese à interlocução com a Política de Assistência Social.

  1. O Serviço Social enquanto profissão inserida na divisão sócio técnica do trabalho: sua gênese e sua história no Brasil.

O Serviço Social surgiu a partir dos anos 1930 no Brasil, quando se iniciou o processo de industrialização e urbanização do país. A emergência da profissão encontra-se relacionada à articulação dos poderes dominantes como burguesia industrial, oligarquias cafeeiras, Igreja Católica e Estado Varguista, à época, com o objetivo de controlar as insatisfações populares e frear qualquer possibilidade de avanço do comunismo no país.

A Igreja Católica foi talvez, a que teve mais influência no serviço social, onde a profissão era exercida pelas damas de caridade, e baseava-se nas ações caritativas realizadas pelas instituições ligadas a religião. Com o apoio do Estado, a burguesia para se manter no poder utiliza do assistencialismo com o objetivo de alienação, na busca de estratégias para um consenso com a classe trabalhadora. Sendo assim,

[...] a origem do Serviço Social como profissão tem, pois, a marca profunda do capitalismo e do conjunto de variáveis que a ele estão subjacentes- alienação, contradição, antagonismo-, pois foi nesse vasto caudal que ele foi engendrado e desenvolvido[1].

O processo de legitimação da profissão no Brasil, acontece em um período que o país vivia um momento de turbulência devido a diversos fatores, podendo mencionar a Grande Guerra, a Revolução Russa e problemas derivados da quebra da Bolsa de Nova York em 1929. Tudo isso motivou grandes impactos econômicos e políticos, e o Brasil sofreu com a queda do preço do café que era seu maior produto de exportação, causando aumento do custo de vida da população e consequentemente o aumento da pobreza.

O Serviço Social está vinculado com o surgimento da questão social, que ocorre pelas mazelas e desigualdades, direcionado a um viés assistencialista e filantrópico seguindo os princípios da igreja católica. Neste contexto mantém se o controle das classes trabalhadoras com implantação das políticas sociais que é uma forma de enfrentamento da questão social é também uma maneira de organizar a classe trabalhadora, controlando a mão-de-obra que é essencial para o capital, IAMAMOTO afirma que,

[...] Com o surgimento do Serviço Social como profissão, está vinculado a emergência da “questão social”, afirma também que os problemas políticos e econômicos que reclamados pela classe trabalhadora no curso da consolidação do capitalismo; portanto a “questão social” está atrelada aos conflitos da relação capital/trabalho[2].

Entre 1930 a 1937 o país viveu um período de grandes agitações políticas, devido à amplitude e a organização de movimentos políticos. Relativo à mobilização, essa atingiu vários Estados da federação, inclusive a capital da República, além de envolver vários grupos sociais como: operários, classe média, militares, oligarquias e industriais. Quanto à organização, cresce o número de sindicatos, associações e surgem diversos partidos políticos.

Tendo como competência elaborar, implementar e executar políticas sociais, mais especificamente políticas públicas, NETTO sinaliza que “estes profissionais apresentam-se como um executor terminal de políticas sociais, intervindo diretamente com a população usuária[3]”.

Sua função enquanto profissão para a classe burguesa deve seguir na direção de amenizar conflitos, uma vez que, segundo FALEIROS,

se alicerça tanto no processo conservador de manutenção da ordem como no processo renovador [...] de mudança do comportamento em função das normas de higiene social, controle biopsíquico, recuperação dos indivíduos[4].

A partir dos anos de 1960 o Serviço Social avança, na perspectiva do rompimento do conservadorismo que assola a profissão, no entanto RIBAS afirma que:

“O Serviço Social tem o grande desafio de superar as práticas conservadoras que imprimam a identidade assistencialista à profissão por muitas décadas”, onde acontecem vários congressos para discutir os interesses da categoria, onde possam atender as reais necessidades enfrentando um tradicionalismo de um governo imperialista[5].

O Movimento de Reconceituação do Serviço Social, iniciado na década de 1960, representou uma tomada de consciência crítica e política dos assistentes sociais em toda a América Latina, não obstante, no Brasil as condições políticas em que ele ocorreu trouxe elementos muito diversos dos traçados em outros países. O Materialismo Histórico Dialético situa a sociedade determinada historicamente e em constante transformação, dividida em classes sociais distintas: a burguesia, como detentora do  capital e de todo o lucro, e a classe trabalhadora ou o proletariado que dispõe da força de trabalho vendida por um ínfimo salário, não garantindo condições dignas de sobrevivência.

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