Os fundamentos filosóficos da ética profissional tradicional
Por: Pedro Desidério Santos • 23/11/2015 • Trabalho acadêmico • 1.050 Palavras (5 Páginas) • 1.048 Visualizações
Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR[pic 1]
Disciplina: Ética Profissional
Docente: Danillo Brito Discente: Pedro Desidério Santos
Turma: 2ª Ano Serviço Social
Fichamento Referente ao livro - Ética e Serviço Social
Fundamentos Ontológicos de Maria Lúcia Silva Barroco
1.3. Os fundamentos filosóficos da ética profissional tradicional
O primeiro Código de Ética do Serviço Social tinha em suas fundamentações uma postura neotomista, que resgatava os valores de São Tomas de Aquino, porém servindo apenas para justificar as respostas conservadoras que eram dadas pelo Serviço Social.
“Para esse pensamento filosófico de base teológica, o princípio da existência de Deus confere uma hierarquia aos valores morais, tem em vista sua subordinação às “leis divinas”.” (p.91)
Este pensamento era repassado nas escolas de Serviço Social da época através dos cursos de filosofia e ética.
“A dimensão ética da profissão, em sua origem, tem sua centralidade afirmada nas Escolas de Serviço Social; através das disciplinas de Filosofia e Ética, são reproduzidos os princípios éticos buscados na filosofia tomista, no positivismo e no pensamento conservador” (p.91)
O profissional do Serviço Social ainda era tido como um vocacionado, preferencialmente exercido por mulheres por serem consideradas “como agente moral responsável pela socialização dos filhos, nos moldes da educação cristã.” (p.92) Também deverá portar-se de acordo com a ética da igreja católica da época “ (...) o assistente social deve ser um exemplo de “integridade moral”, o que , concebido a partir do conservadorismo ético, irá se expressar em normas de conduta que abrangem inclusive sua vida pessoal, impondo-lhe deveres e normas de comportamento.” (p.93)
A ação da prática do Assistente Social, neste primeiro momento, por ainda estar completamente ligada a sua teoria com a da igreja católica, tem sua atuação voltada para tratar o indivíduo e sua moral, este era o objeto do Serviço Social na época. Por atuar na moral do indivíduo, esta, perde seu caráter de escolha para ser uma ferramenta de dominação. “A ação profissional tem por objetivo eliminar os “desajustes sociais” através de uma intervenção moralizadora de caráter individualizado e psicologizante, os problemas sociais são concebidos como um conjunto de “disfunções sociais”, julgadas moralmente segundo uma concepção de “normalidade” dada pelos valores cristãos.” (p.94)
O bem e o mal eram a dicotomia pregada pela ideologia neotomista da época, o mal deveria ser eliminado e os bons costumes católicos deveriam ser a orientação “Orientada pelo neotomismo, a ética profissional opera de modo prescritivo, baseando-se em uma dicotomia entre o bem e mal (...)”. (p.96)
Capítulo 2 - Rumo à construção de uma nova moralidade
2.2.2. Os Códigos brasileiros (1965-1975)
Foi baixa a produção e compartilhamento dos estudos em serviço social na época, um dos documentos importantes foi o livro que fornaceira subsídios para a moralidade do assistente social do período o Código Moral de Serviço Social. De origem europeia, o Código contém a visão tomista humanista e cristã, o que não rompe com o tradicionalismo do Serviço Social. “Sua fundamentação tomista reproduz a perspectiva humanista cristã tradicional que, (...) cabe ressaltar sua configuração ideológica, que torna este documento europeu a expressão do mais absoluto exemplo de ética conservadora na profissão. Sua posição à liberdade e sua defesa da ordem moral, da autoridade e da tradição são afirmados enfaticamente (...)” (p.122)
Neste período, ao que parece, é que o assistente social deve saber repassar o modo de como é viver em um sistema hierárquico, aceitar passivamente o que lhes são passados sem subsídios para o questionamento. “(...)à ação profissional: além de exercer uma função educativa moralizadora dos comportamentos, o assistente social deve aceitar passivamente a autoridade institucional, intervindo em face das transgressões à ordem social.” (p.125)
O código de 1965 não vem para romper com o tradicionalismo, porém, é neste período que entramos na chamada modernização conservadora, onde, graças as atualizações do mundo moderno, incorporamos novas técnicas e práticas, porém a teoria continuava inalterada.
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