Oswaldo Bratke
Exames: Oswaldo Bratke. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: dessaferraioli • 13/3/2015 • 1.449 Palavras (6 Páginas) • 275 Visualizações
Oswaldo Arthur Bratke (Botucatu SP 1907 - São Paulo SP 1997). Arquiteto, urbanista. Ingressa no curso de engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie em 1926, e ainda estudante abre um escritório com colegas de turma.
Em 1930, recebe a medalha de ouro na Seção Universitária do 4º Congresso Pan-Americano de Arquitetura do Rio de Janeiro, e ganha o concurso do projeto para o Viaduto Boa Vista, em São Paulo.
Dois anos depois de se formar engenheiro-arquiteto, em 1933, abre escritório com o colega Carlos Botti. Na década de 1930, a dupla projeta e constrói mais de 400 residências nos estilos ecléticos em voga. A partir de 1940, Bratke se envolve na urbanização do Jardim do Embaixador, em Campos do Jordão, São Paulo, onde projeta um bar e restaurante, algumas residências e o Grande Hotel Campos do Jordão. Trabalha em São Vicente, São Paulo, na urbanização da Ilha Porchat, em 1942. Progressivamente se distancia do canteiro de obras, concentrando-se em projetos residenciais - ao mesmo tempo que passa a buscar soluções formais modernas. Nessa década projeta alguns edifícios em São Paulo, entre os quais o Jaçatuba (1942). Em visita à costa oeste dos Estados Unidos, em 1948, conhece as obras de Richard Neutra (1892-1970) e Frank Lloyd Wright (1867-1959), e tem sua casa-ateliê da rua Avanhandava, de 1947, publicada na Arts & Architecture, periódico californiano que promove a arquitetura moderna internacional. Em 1950, trabalha na urbanização do bairro Paineiras, no Morumbi, onde projeta inúmeras residências, entre as quais a sua, em 1951 (menção especial na Exposição Internacional de Arquitetura da 1ª Bienal Internacional de São Paulo), e a do amigo Oscar Americano, em 1952 - casas que se tornam famosas pela utilização de coberturas planas e pela incorporação da paisagem na construção através de vazios, pérgulas e elementos vazados.
É eleito presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil de São paulo (IAB/SP) por duas gestões, de 1951 até 1954, ano em que participa do júri de arquitetura da 2ª Bienal Internacional de São Paulo, e do 4º Congresso Brasileiro de Arquitetos. Torna-se membro da comissão do 4º Centenário de São Paulo.
Uma nova fase na sua carreira surge quando é contratado pela Indústria e Comércio de Minérios S.A. (Icomi) para desenvolver o projeto de dois núcleos urbanos no Amapá, em 1955. Durante cinco anos projeta os planos urbanos, as residências e todos os equipamentos necessários para as vilas de Serra do Navio e Amazonas - estudando os costumes locais, estabelecendo pequenas oficinas de elementos construtivos e desenhando mobiliários e objetos. Após o fim do contrato com a Icomi, continua com o escritório e participa de várias comissões julgadoras de concursos, entre eles o do Paço de Santo André, 1965. Nesse ano, ganha uma sala especial na 8ª Bienal Internacional de São Paulo, e em 1987 é homenageado com uma exposição de sua obra no (IAB/SP) pelos 80 anos de vida. Nas décadas de 1960, 1970 e 1980 se concentra em consultorias em planejamento urbano, além de projetar os planos de urbanização de bairros novos no Morumbi e conceber o plano piloto de Vila Santana e Porto Grande, no Amapá. Aos 89 anos, é homenageado na 2ª Bienal Internacional de Arquitetura do Brasil, em Salvador, em 1996.
Comentário Crítico
Oswaldo Bratke é um dos mais discretos entre os grandes arquitetos modernos brasileiros. Obteve destaque sobretudo pelos seus projetos residenciais - que, através de pesquisas sobre novos tipos de cobertura, esquadria, material e técnica não convencional, se tornam exemplos máximos na área -, o arquiteto consolida também, a partir de uma experiência ímpar no coração da Amazônia, com os projetos das vilas Serra do Navio e Amazonas, de 1955 a 1960 - uma referência na busca de soluções urbanas e construtivas adequadas a uma situação específica.
Ainda estudante, vence o concurso para a realização do Viaduto Boa Vista (1930), inaugurado em 1932, projeto que guarda a influência do art déco. A sociedade com Carlos Botti lhe rende quase 500 projetos de casas nos bairros-jardim de São Paulo. Essa experiência, se não chega a lhe proporcionar o desenvolvimento de uma linguagem moderna, lhe fornece uma experiência fundamental no campo da construção.
Com o envolvimento em projetos urbanísticos em cidades paulistas como Campos do Jordão e São Vicente, mais especificamente a Ilha Porchat, Bratke começa a despertar seu trabalho para a linguagem moderna ainda nos anos 1940. Após a morte de seu sócio, deixa de lado o acompanhamento da obra e se dedica aos projetos. Desenha alguns edifícios que prenunciam o vocabulário moderno que incorpora e reelabora com maestria a partir dos anos 1950, sobretudo depois de sua visita aos Estados Unidos, em 1948. São exemplos os prédios de apartamentos na rua General Jardim, e na rua Avanhandava, ambos de 1943, e o Edifício ABC, de 1950, além de sua casa-ateliê, também na rua Avanhandava. A cobertura é executada com telhas de papelão revestidas com asfalto e uma película de cobre, permitindo um caimento pequeno que anuncia as coberturas planas posteriores. Em 1956, projeta o Edifício Renata Sampaio Ferreira: um embasamento para comércio e serviços, e um volume vertical para escritórios, solução difundida desde então, com fachadas revestidas de elementos vazados que garantem a proteção às esquadrias. Em 1975, o Renata Sampaio, o ABC e o Jaçatuba são selecionados como "bens arquitetônicos com interesse de preservação" pelo município.
Mas é no programa residencial
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