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RISCOS OCUPACIONAIS DOS TRABALHADORES DE ENFERMAGEM

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Por:   •  15/7/2013  •  3.496 Palavras (14 Páginas)  •  943 Visualizações

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RESUMO

Os riscos ocupacionais a que se sujeitam uma equipe de enfermagem tem sido alvo de muitas discursões, tornando-se um tema de suma importância, reflexo da relevância da segurança ocupacional como fator preponderante e garantidor da boa prática profissional e do respeito a vida. Diversas pesquisas apontam os riscos químicos, biológicos, ergonômicos e os riscos físicos como os principais riscos ocupacionais. Este artigo, discutindo e disponibilizando uma breve revisão de literatura sobre os riscos ocupacionais em saúde, tem como objetivo torna-se um instrumento informacional, contribuindo para a atenuação da exposição de profissionais de enfermagem aos inevitáveis riscos a que a sua própria prática está sujeita.

Palavras-chave: Enfermagem, risco ocupacional, saúde.

1. INTRODUÇÃO

O trabalho constitui uma das práticas mais importantes da vida do ser humano, pois, através deste, o homem garante a sua existência e a de sua família. Pelo trabalho, o homem deve garantir também sua satisfação pessoal advinda da sua realização e pelos resultados que seu esforço permite colher (Mauro et. al. 2004).

Mendes et al (1991) definiu a saúde do trabalhador como o processo de saúde e de doença dos grupos humanos, em sua relação com o trabalho, representando um esforço de compreensão deste processo – como e por que ocorre – e do desenvolvimento de alternativas de intervenção que levem à transformação em direção à apropriação pelos trabalhadores da dimensão humana do trabalho, numa perspectiva teleológica.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a globalização é um fator que pode contribuir para o aumento da incidência de doenças e acidentes de trabalho. As mesmas organizações relatam ainda que as doenças e os acidentes relacionados ao trabalho matam, anualmente, 1,1 milhão de pessoas em todo o mundo (OMS 1999).

Renast (2006) afirmou que milhares de mortes, centenas de milhares de mutilações e milhões de agravos produzidos pelo trabalho poderiam ser evitados, anualmente, uma vez que os diversos riscos à saúde e seus agravos já são suficientemente reconhecíveis.

Embora esta seja a era da informação, ao iniciar a carreira profissional, a maioria dos profissionais de enfermagem não tem a exata noção dos Riscos Ocupacionais envolvidos no exercício da profissão, ressalta Silva (1998). Uma possível explicação para isto deve-se à recente importância dada aos riscos ocupacionais relativas ao exercício das profissões da área de saúde. A exemplo, Mendes et al (1991) reporta que a preocupação com os riscos biológicos surgiu somente a partir da epidemia de HIV/AIDS nos anos 80, quando foram estabelecidas normas para as questões de segurança no ambiente de trabalho.

A portaria nº. 25 (29/12/1994) destaca como principais classes de riscos ocupacionais: a) riscos químicos (poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, vapores e substâncias compostas ou produtos químicos em geral); b) riscos biológicos (vírus, bactérias, protozoários, fungos e outros); c) riscos ergonômicos e de acidentes (esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso, exigência de postura inadequada, controle rígido de produtividade, imposição de ritmos excessivos, trabalho em turno e noturno, jornadas de trabalho prolongadas, monotonia e repetitividade, arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos sem proteção, ferramentas inadequadas ou defeituosas, probabilidade de incêndio ou explosão, entre outras situações causadoras de estresse físico e/ou psíquico ou acedentes); d) riscos físicos (ruídos, vibrações, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, frio, pressões anormais, umidade e calor) (Atan et. al. 2005).

Oliveira et. al (2009), de acordo com relatos de profissionais de enfermagem, propuseram a reclassificação dos riscos ocupacionais em quatro classes, a saber: a) Classe I ou risco de nível laboratorial; b) Classe II ou de risco relativos a estresse, depressão e outras doenças psicológicas; c) Classe III ou de riscos químicos e biológicos; d) Classe IV ou riscos relativos a segurança. Observa-se, assim, como inovação nesse sistema de classificação, o nivelamento entre os riscos químicos e biológicos e a importância do estado psicológico do profissional de saúde

Os riscos ocupacionais a que estão sujeitos o pessoal da equipe de enfermagem têm sido alvo de estudo de muitos pesquisadores, por sua relevância e repercussões pessoais, sociais e econômicas. Os trabalhadores que desenvolvem suas atividades em instituições hospitalares são destaques entre os diversos grupos vulneráveis a riscos ocupacionais e ambientais, de acordo com vários trabalhos de pesquisa e de cooperação técnica envolvendo problemas de saúde, trabalho e ambiente (Mauro et. al., 2004). Neste sentido, a título de exemplo, pode-se destacar as pesquisas de, Alcântara et al (2005), Leitão et al (2008) e Zeitoune et al (2009) como importantes colaborações.

Alcântara et. al (2005) pesquisaram os riscos ocupacionais de profissionais de enfermagem quanto a doenças imunopreveníveis, analisando-se o perfil vacinal dos profissionais que atuavam em uma Unidade de Saúde da Família de Fortaleza, Estado do Ceará.. Observou-se uma problemática, pois para cerca de dez patologias imunopreveníveis, a maioria dos profissionais não haviam sido vacinados, oferecendo grande risco ocupacional a esses profissionais.

Leitão et.al.(2008) relataram os riscos ocupacionais enfrentados pelos profissionais de enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no município de Fortaleza - CE. Neste setor, destacaram-se os riscos relativos aos ruídos provocados pelos aparelhos, como alarmes das bombas e respiradores e quanto aos fatores climáticos, devido a precariedade dos equipamentos de ar condicionados, expondo os profissionais e pacientes a altas temperaturas. Além desses fatores, tal pesquisa apontou ainda como riscos a saúde dos profissionais: poeiras, gases, vapores, fadiga, estresse, e risco na manipulação de drogas e materiais cortantes como agulhas.

Zeitoune et. al. (2009) analisaram os riscos ocupacionais dos trabalhadores de enfermagem do setor de hemodiálise, em um hospital no Rio de Janeiro e relataram que a maioria dos trabalhadores de enfermagem, nesse hospital, recebeu cursos sobre os riscosocupacionais, em especial, a cerca dos riscos biológicos (contaminação viral por HIV e outras doenças virais, além de fungos, bactérias e outros microorganismos) e riscos químicos (hipoclorito 12% e proxitante utilizados na desinfecção de equipamentos).

No contexto geral, as

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