Recomendações Para O Uso De Antimicrobianos

RECOMENDAÇÕES PARA O USO ADEQUADO DOS ANTIMICROBIANOS

SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE

Gilson Cantarino O’Dwyer

SUBSECRETARIA DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE

Alcione Maria Melo de Oliveira Athayde

SUBSECRETARIA DE SERVIÇOS DE SAÚDE

Adelino Simões de Souza

COORDENAÇÃO ESTADUAL DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR

Ieda Azevedo Nogueira

EQUIPE DE ELABORAÇÃO

IANICK SOUTO MARTINS

Médica infectologista – CECIH/SES/RJ

IEDA AZEVEDO NOGUEIRA

Enfermeira Coordenadora Estadual de Controle de infecção Hospitalar – SES/RJ

MAGDA CONCEIÇÃO

Médica infectologista – HECC/SES/RJ

PATRÍCIA BRASIL

Médica infectologista – IEISS/SES/RJ

Colaboração

• Médicos Infectologistas da REDE SES

• Nazaré Maria Azevedo Thomaz

Médica cirurgiã pediátrica – CECIH/SES/RJ

• Elizabeth Lougue Pinto

Bióloga – CECIH/SES/RJ

PREFÁCIO

A cada dia a preocupação com o uso adequado dos antimicrobianos vem crescendo. Um dos maiores problemas quanto ao uso de antimicrobianos é a seleção de microrganismos multirresistentes, que limita as possibilidades terapêuticas e aumenta não só as taxas de letalidade, como também os custos de tratamento.

A OMS declara que só teremos antimicrobianos efetivos por apenas mais 20 anos e que 25% a 35% de pacientes hospitalizados fazem uso de antimicrobianos em algum momento de sua internação. Apesar dos problemas apontados com o uso destes fármacos, estes continuam sendo usados de forma inapropriada, afetando não somente os pacientes, como também a microbiota hospitalar. Freqüentemente, os profissionais envolvidos, médicos, farmacêuticos e enfermeiros desconhecem os prejuízos causados pelo uso desta má prática. Temos que ter em mente os benefícios do trabalho em equipe. O fato de o médico prescrever os medicamentos, não significa que este seja o único responsável pelos seus efeitos no paciente.

É necessária a consciência de que todos os profissionais de saúde são responsáveis pelo cliente e devemos estar atentos a tudo aquilo que envolve a sua assistência.

As práticas que envolvem a área de saúde devem ser baseadas em conceitos humanitários, éticos e científicos para que uma assistência de qualidade possa ser prestada.

IEDA AZEVEDO NOGUEIRA

APRESENTAÇÃO

Para que os antimicrobianos sejam utilizados adequadamente, conhecimentos específicos relacionados a estes, às características epidemiológicas dos pacientes e às infecções em questão, devem ser avaliados. Ao prescrever os antimicrobianos o médico deve considerar as peculiaridades de cada caso.

Elaboramos este guia, visando auxiliar a escolha e administração destes fármacos incentivando assim a preocupação entre farmacêuticos e enfermeiros para que estes possam contribuir para melhor utilização dos agentes antimicrobianos.

INTRODUÇÃO

Ao longo das últimas quatro décadas, desde a descoberta das penicilinas naturais, o avanço da indústria farmacêutica levou ao surgimento de diversos antimicrobianos, com espectro de ação cada vez mais amplo. Porém não houve paralelamente a preocupação com as conseqüências futuras de tal desenvolvimento. Hoje é notório o uso inadequado destes medicamentos tendo como principal conseqüência a emergência dos microrganismos multirresistentes.

CONCEITOS

O QUE SÃO OS ANTIMICROBIANOS ?

São substâncias naturais ou sintéticas que agem sobre as bactérias inibindo o seu crescimento (bacteriostáticos) ou causando a sua destruição (bactericida). São utilizados com fins terapêuticos ou profiláticos.

USO TERAPÊUTICO

Visam o tratamento de processos infecciosos diagnosticados clinicamente e de preferência confirmados microbiologicamente.

USO PROFILÁTICO

Objetivam prevenir as infecções bacterianas em situações clínicas nas quais já está cientificamente comprovada sua eficácia.

COMO ESCOLHER O ANTIBIOTICOTERAPIA EMPÍRICA MAIS ADEQUADA

Alguns questionamentos devem ser feitos antes da escolha, tais como:

• ESTÁ O PACIENTE INFECTADO?

Anamnese, exame físico e dados laboratoriais são fundamentais na determinação desta condição.

• ONDE SE LOCALIZA A INFECÇÃO E / OU QUAL A PORTA DE ENTRADA?

A identificação do sítio de infecção é extremamente importante uma vez que temos diferentes microbiotas em distintas localizações do corpo. Além disto os antimicrobianos se distribuem de forma diferenciada por estes diversos sítios. Desta forma consegue-se considerar os possíveis microrganismos, e qual droga atingiria melhor concentração neste sítio. A exemplo: infecção urinária, germes possíveis – enterobactérias; antibióticos que concentram bem em vias urinárias e são sensíveis a estes microrganismos – ampicilina, sulfametoxazol/trimetoprim, quinolonas.

• QUAL GRUPO ETÁRIO DO PACIENTE?

Esta informação diminui o número de agentes etiológicos, por exemplo, Hemophilus influenzae é a causa freqüente de meningite em crianças não vacinadas, sendo