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Relatório de Aula Sobre as Transformações no Mundo do Trabalho e o Serviço Social

Por:   •  31/3/2017  •  Relatório de pesquisa  •  1.922 Palavras (8 Páginas)  •  366 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

FACULDADE DE SERVIÇO SOCIAL

DISCIPLINA: PROCESSO DE TRABALHO

PROFESSORA: Msc. Carla Sales

Equipe:

Darliane Borges

Edinalva Poça

Joyce Pantoja

Marta Batista

Monique Oliveira

Michelee Brito

Neyla Cidade

Relatório da exposição da dissertação de mestrado intitulada: A Intervenção Profissional do Assistente Social na Saúde Mental dos Servidores Públicos: um estudo nos Tribunais Eleitorais do Brasil”

Belém, 29 de março de 2017.

No dia 22 de março de 2017, a assistente social do TRE Fernanda fez em sala de aula exposição de sua dissertação de mestrado intitulada: “A Intervenção Profissional do Assistente Social na Saúde Mental dos Servidores Públicos: um estudo nos Tribunais Eleitorais do Brasil”.

A apresentação teve como objetivo mostrar algumas particularidades das demandas da profissão do campo específico da área jurídica, advinda da influencia do padrão produtivo no trabalho, mais especificamente na área da saúde do trabalhador e ainda, desvelar como o Serviço Social visualiza essas transformações, como as interpreta e reelabora sua prática profissional.

Para chegar ao seu propósito, Fernanda fez uma breve contextualização histórica onde tratou de temas como: Trabalho Profissional, Serviço Social na Cena Contemporânea: novos espaços sócio-ocupacionais e novas demandas e Transformações Societárias contemporâneas e suas manifestações da questão social, ressaltando que a reestruturação produtiva trouxe mudanças nos processos e nas relações de trabalho. Indicando assim, de quais formas, essas novas configurações rebatem no fazer operativo do Serviço Social.

        Esta mesma perspectiva é retratada no texto Trabalho e reprodução: Enfoques e abordagens, onde Serra (2001) ao tratar do tema reestruturação do capital sinaliza que este se apresenta como bases objetivas da precarização do trabalho, a intensificação da exploração e da força de trabalho, o desmonte de coletivos de trabalho e de resistência sindical. Assim como, também reverbera na fragmentação social em virtude do crescimento desordenado do desemprego em massa.

         A assistente social do TRE, em suas explanações cita que essas transformações que vêm ocorrendo nas sociedades capitalistas, decorrem da crise que teve inicio na década de 1970. E com essa crise do modelo de desenvolvimento, se intensifica nos anos 1990, com a política neoliberal e a abertura econômica, acarretando no processo produtivo, na gestão e organização do trabalho, bem como no espaço. Com a queda da taxa de lucro do capital, nos países centrais, houve baixo crescimento da produção e da produtividade. Todos esses fenômenos repercutiram no mundo do trabalho com aumento do desemprego, pois, a lógica do sistema produção vem convertendo a concorrência e busca da produtividade num processo que gera uma massa de excluídos, como visto em Serra (2001):

As profundas transformações sócio-históricas, num cenário de transformações nas relações entre o Estado e sociedade civil, submetidas à ordem do grande capital. repercutem na reconfiguração dos espaços sócio-ocupacionais, "impondo novas competências aos profissionais, já que as transformações societárias de toda ordem: econômica, política, social e cultural estão alterando e/ou produzindo novas necessidades sociais  (SERRA, 2001, p. 160).

        Fernanda ressalta que as transformações societárias polarizam a profissão de Serviço Social entre os interesses de segmentos divergentes, onde de um lado está o Estado representando a classe dominante e do outro a classe trabalhadora, responsável pela reprodução da sociedade. E que, no modo de produção capitalista, o valor de uso dos meios é reduzido ao seu valor de troca e subordinado inconscientemente à sua dimensão abstrata, enquanto dispêndio de força humana produtiva, física e intelectual, socialmente determinada e voltada à produção de trabalho excedente ou mais valia apropriado pelo capitalista.

        Nesse sentido, afirma Serra (2001):

[...] sob essa ótica de transformação da forma e não da estrutura e modo capitalistas, deve-se identificar tais mudanças para que possamos adquirir e acessar as ferramentas necessárias para seu enfrentamento, pois o que se apregoa nesse novo padrão é a flexibilização dos processos e mercados de trabalho, dos produtos e padrões de consumo, as respostas imediatas e diretas as demandas por segmentos do mercado (SERRA, 2001, pág.153 e 154).

Seguindo o pensamento de Serra (2001), a assistente social do TRE em sua exposição, indica que as transformações societárias contemporâneas impõem restrições a profissão de Serviço Social, onde o profissional deve se pensar inserido em meio a conjuntos. A mundialização do capital trouxe uma nova configuração do capitalismo e de seus mecanismos. Dentre estes, a cooptação de trabalhadores faz parte do ideário de participação no processo produtivo dentro da ordem, envolvendo os próprios trabalhadores na fiscalização entre si, estabelecendo metas e objetivos prefixados. Criou-se, então, o trabalhador “polivalente”, capaz de operar com máquinas e executar diversas atividades ao mesmo tempo, o que reverbera no assistente social como profissional que tem que trabalhar com diversos setores ao mesmo tempo, absorvendo ainda a demanda advinda como consequência dessa polivalência, o outro lado, a massa de trabalhadores sem qualificação.

Diante desse panorama societário, Serra (2001), aborda a total satisfação dos clientes e usuários tratando este como um dos princípios mais usados deste processo, o incentivo à participação dos empregados, gerando o compromisso com os resultados dos serviços e, nessa perspectiva, o aperfeiçoamento contínuo com ênfase ao uso de novas tecnologias, a transferência de responsabilidades, e um sistema ágil de comunicação para obter resultados com maior rapidez. Para se alcançar a missão de garantir a qualidade dos produtos ou serviços não há aceitação de erros, objetivando um padrão de desempenho que deve ser o de “zero erros e zero reclamações”[1].

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