SEMINARIO EM SS 1
Por: Sabrina Pereira • 21/7/2015 • Trabalho acadêmico • 2.218 Palavras (9 Páginas) • 211 Visualizações
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Universidade Estadual do Ceará - UECE
Curso de Serviço Social
Disciplina: Seminário em Serviço Social I
Professora: Maria Helena de Paula Frota
Pesquisa sobre Cor ou Raça – Síntese de Indicadores Sociais (S.I.S IBGE 2010)
Aluno (a): Ana Clara Sousa
Sabrina Pereira da Costa
Fortaleza - CE
Sumário
Introdução 1
Desenvolvimento 2
Conclusão 6
Referências Bibliográficas 7
Introdução
O presente trabalho é sobre a Síntese de Indicadores Sociais (S.I.S) do ano de 2010, no qual o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) faz uma análise das condições de vida da população brasileira.
Mais precisamente, apresenta-se neste trabalho uma análise mais profunda dos dados (tabelas e gráficos) do tema Cor ou Raça. Esse sistema de classificação é composto por cinco categorias: brancos, pretos, pardos, amarelos e indígenas. Aqui se aborda os principais indicadores da desigualdade social e racial, que apesar de uma maior presença desse grupo historicamente desfavorecido no ensino superior em relação ao ano de 1999, ela continua grande nos anos 2000.
Desenvolvimento
Os dados coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) são de questionários, em que a população entrevistada autodeclara a sua cor. Além disso, foram perguntadas a população a língua falada e a origem geográfica com a intenção de saber a existência das populações indígena ou afrodescendente. Tais questionários foram realizados nos países latino-americanos.
Assim, segundo o gráfico que mostra a proporção eurodescendente, indígena ou afrodescendente há uma quantidade significante de indígenas ou afrodescendentes que sobrevivem com menos de 2 reais e quarenta centavos por dia, equivalente a um dólar nos países latino-americanos no ano de 2000. Tal quantidade ultrapassa a quantidade de eurodescendentes vivendo nos mesmos países e na mesma situação anteriormente citada, com exceção de Costa Rica, em que os eurodescendentes representam 5% e os indígenas ou afrodescendentes, 4,9%. Entretanto, em Bolívia, Colômbia, Nicarágua e Honduras se percebe uma diferença mais acentuada entre os eurodescendentes e indígenas ou afrodescendentes, sendo em Bolívia 16,6% dos eurodescendentes vivendo com menos de um dólar por dia contra 37,1% dos indígenas ou afrodescendentes na mesma situação; em Nicarágua 15% eurodescendentes contra 35% indígenas ou afrodescendentes; em Honduras 14,7% eurodescendentes contra 26,1% indígenas ou afrodescendentes; e em Colômbia 15,2% eurodescendentes contra 24,1% indígenas ou afrodescendentes. Isto devido ao fato de nesses países existirem movimentos sociais financiados pelo Programa de Fortalecimento Institucional para a Igualdade de Gênero e Raça, Erradicação da Pobreza e Geração de Emprego (Programa GRPE), que ajudam no reconhecimento e valorização cultural, político, religioso e físico da população afrodescendente, como Yungas (Bolívia), Palenqueros (Colômbia), Garifunas (Honduras e Nicarágua).
No Brasil, esse reconhecimento teve um crescimento a partir do século XXI quando boa parte da população negra ou parda recuperou sua identidade racial. Isso pode ser comprovado por meio do gráfico que representa a distribuição da população segundo a cor ou a raça. Neste é possível observar que, em relação a 1999, no ano de 2009 cresceu o número de pessoas pretas (passando de 5,4% para 6,9%), de pardos (passando de 40% para 44,2%), de amarelos ou de indígenas (passando de 0,6% para 0,7%), incluindo áreas urbana e rural. Além disso, tal crescimento deve ao aumento da natalidade de pessoas das cores e raças citadas anteriormente.
Embora, o nível de reconhecimento racial e étnico aumentou, as taxas de desigualdade entre a população preta, parda e branca é alta nos seguintes coeficientes: analfabetismo, analfabetismo funcional; educação; renda familiar; ocupação; e arranjos familiares.
Analisando a tabela que representa a taxa de analfabetismo para pessoas com mais de 15 anos de idade, percebe o quanto há pessoas pretas (13.3%) e pardas (13.4%) analfabetas no Brasil, chegando essa população ultrapassar o dobro de brancos analfabetos (5,9%) na mesma faixa etária pesquisada. Ainda assim, analisando profundamente a situação brasileira, percebe que nas regiões menos povoadas, como Norte (que representa 8.3% da população brasileira) e Centro-oeste (que representa 7,4% da população brasileira) o índice da população preta e parda é, de modo geral, maior do que nas regiões mais povoadas, como Sudeste (que representa 42,1% da população brasileira) e Nordeste (que representa 27,8% da população brasileira). Na região Norte são 14,6% pessoas pretas analfabetas contra 7,2% pessoas brancas analfabetas e na região Centro-Oeste são 11,3% pessoas pretas analfabetas contra 6% pessoas brancas analfabetas. Já a população parda, nessas regiões são 11,3% e 9,2% respectivamente. Enquanto que, na região Sudeste a população preta analfabeta é de 9,5% contra 4% da população branca e na região Nordeste são 19,8% da população preta contra 14,2% da população branca. Já os pardos analfabetos nessas regiões representam 7,65 e 20,6% respectivamente.
Nas cidades de algumas dessas regiões a análise também não é diferente, pois São Paulo (localizado na região Sudeste), que tem uma população por volta de 41 milhões de habitantes, e o Acre, que têm por volta de 732 mil habitantes, a taxa de pretos analfabetos é de 8% contra 3,7% da população branca analfabeta em São Paulo. Já no Acre, são 16,8% pretos analfabetos contra 10,45% brancos analfabetos. Ou seja, o acesso à leitura entre pretos, pardos e brancos é desigual entre as regiões e unidades de federação brasileiras, sendo que o índice maior de analfabetismo por cor e raça estão naquelas menos povoadas.
Além disso, tem o analfabetismo funcional, ou seja, pessoas com mais de 15 anos de idade que possuem somente cerca de quatro anos de estudos. Tal realidade, traz consequências para essa população, como a dificuldade de interpretar textos. Segundo os dados da tabela que representa a taxa de alfabetismo funcional nas regiões Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-oeste a população negra (pretos e pardos) ultrapassa significantemente a população branca em 2009, como mostra os dados da tabela, em que os negros (pretos e pardos) representam 51,1% e os brancos 15% no que se refere a esse coeficiente. Embora, no ano de 2009 a taxa de analfabetismo diminuiu 9,1% em relação ao ano de 1999, é possível perceber que a desigualdade, tendo como coeficiente a taxa de analfabetismo funcional, ainda é grande.
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