Saude
Casos: Saude. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: cianaaranha • 25/3/2015 • 1.146 Palavras (5 Páginas) • 119 Visualizações
A história da saúde pública no Brasil se confunde com a própria história do país. E, de certo modo, isso perpassa pela própria brutalidade que a colonização portuguesa foi imposta: desde o abandono social do homem branco livre e pobre ao genocídio dos bandeirantes às civilizações indígenas, passando pelo próprio período de escravidão do negro de origem africana que trabalhava em péssimas condições de salubridade e ficava condicionado em senzalas, sem nenhum acesso à hábito de higiene e, muitas vezes, na base da tortura.
Se formos ainda mais longe, os próprios vilarejos e cidades do Brasil nasceram sem nenhuma condição de saneamento básico, despejando lixo e esgoto nos rios – o que é uma herança social e cultural que traz reflexos para a saúde até hoje. Muito por conta desta ausência de preocupação com o meio ambiente e com as questões sanitárias que o Brasil viveu um período de endemias rurais e urbanas, principalmente no século XVIII e XIX.
E a necessidade de uma política de saúde começa a ganhar forma quando o “estado de doença” começa a atrapalhar os negócios da elite social dominante. A preocupação sanitária era mínima nos portos e nas ocupações urbanas, para não dizer inexistente. E isso acabou por afetar a economia naquela época. Para se ter uma ideia, logo no período da colonização europeia, a preocupação com a saúde se dava pela procura de boticários, curandeiros e a filantropia de Casas de Saúde ligadas aos Militares ou a Igreja Católica. Quem não tinha dinheiro para pagar, não tinha assistência.
Foi só a partir do século XIX, com a chegada da Família Real no Brasil, é que houve o fortalecimento da medicina como necessidade de personalizar o profissional da saúde perante a sociedade. E isso se deve, sobretudo, a criação das primeiras escolas de medicina na Bahia e no Rio de Janeiro. E, por causa disso, começam-se as primeiras discussões em torno do que veríamos a conhecer como políticas de saúde.
Mas, se o Brasil é atualmente uma das maiores referência de campanha de imunização, como tudo isso começou? Foi pelas mãos do sanitarista Oswaldo Cruz em 1989 é que houve o primeiro controle sanitário do Brasil de impacto por meio do enfrentamento ao surto da peste bubônica. Já à frente do Departamento de Saúde Pública, Oswaldo Cruz foi um grande incentivador da imunização e da criação dos primeiros laboratórios brasileiros, uma vez que importar medicamentos era muito caro e demorado.
Um ponto curioso desta parte da história é o fato do governo usar a força militar bruta para convencer as pessoas a tomarem a vacina, ao invés de explicar para a população quais eram os benefícios do medicamento. E isso acabou sucedendo, entre outros fatores, a Revolta da Vacina, logo no início do século XX, no Rio de Janeiro.
A revolta também estava ligada a medida higienista da época de expulsar da cidade as pessoas mais pobres e doentes que moravam em cortiços, sendo marginalizados para as vilas e favelas nos morros. Mesmo com a “limpeza” aparente da cidade, a doença continuou e isso foi determinante para que houvesse mudança de postura em relação às campanhas de vacinação e outras ações de saúde na época.
Já no início do século XX, a situação muda de figura: existe uma necessidade de pensar em saúde de forma mais coletiva. O Brasil começa a viver o início da República e as demandas sociais são outras: com a maioria da população é de origem rural e começa a instalação das primeiras indústrias, cresce a demanda por uma regulação sanitária capaz de atender a população que já sofria de endemias rurais e só tinha a filantropia e os médicos privados para recorrer.
Foi na Era Vargas, na década de 1920, em que a população trabalhadora – após várias greves e manifestações, consegue ter a saúde como uma reivindicação atendida por meio do Instituto de Aposentadoria e Pensões (IAPM).
A partir desta caixa de aposentadoria e pensão que o trabalhador conseguiu, num primeiro momento, ter acesso aos serviços de saúde, tendo que fazer uma contribuição financeira compulsória na folha de pagamento. Porém, esta iniciativa excluía a população pobre que não trabalhava
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