Sociedade, Natureza E Desenvolvimento Humano: Fundamentos
Ensaios: Sociedade, Natureza E Desenvolvimento Humano: Fundamentos. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: thana2907 • 15/8/2014 • 2.429 Palavras (10 Páginas) • 566 Visualizações
O presente paper tem por objetivo refletir sobre o papel do campo científico diante dos desafios socioambientais da contemporaneidade, a partir das possibilidades que se abrem com a interdisciplinaridade, abordando-se a problemática da geração e destinação dos resíduos sólidos domésticos.
De acordo com José de Ávila Aguiar Coimbra “O ‘jargão da interdisciplinariedade’ alastrou-se facilmente, não apenas pela sensação de novidades mas, ainda, por uma justificada preocupação com a busca de novos paradigmas, que viessem a responder às inquietações teóricas e praticas associadas ás mutações que o saber e o agir enfrentam nos dias de hoje.
Nessa perspectiva Henrique Leff afirma que a questão ambiental analisada com a sua complexidade é algo relativamente novo, emergindo no final dos anos 60 e início dos anos 70, surgindo a partir de uma crise civilizatória, manifestada pela degradação ambiental e pelo transbordamento da economia mundial desordenada guiada pela racionalidade tecnológica e pela desordenada busca pelo consumo como forma de satisfação pessoal.
Quanto a problemática dos resíduos sólidos urbanos, colocamos que a partir da Revolução Industrial que iniciou na Inglaterra na segunda metade do século XVIII, ocorreu a mecanização no sistema de trabalho da época, assim houve uma transformação nos sistemas de produção. Essa transformação foi um marco decisivo na história e suas consequências são visíveis e crescentes até os dias atuais.
Desta forma, com a Revolução Industrial, as fábricas começaram a produzir objetos de consumo em grande escala, trocar suas embalagens atendendo as tendências do mercado numa velocidade desenfreada. A grande quantidade de descartáveis, utensílio e equipamentos, que são inutilizados associado ao crescimento desordenado das grandes metrópoles fez com que diminui-se as áreas disponíveis para implantação de aterros.
Nesse sentido, Leff afirma que o processo de globalização econômica venera o deus-mercado, para pedir-lhe maior crescimento sustentável, sem considerar que é esse crescimento econômico, regido pelas leis do mercado e por uma racionalidade do lucro de curto prazo, que produz os ritmos crescentes da extração e da transformação de recursos naturais, de matéria e energia sujeitas às leis da entropia.
Dessa forma, ultrapassamos a noção de ambiente que considera essencialmente os aspectos biológicos e físicos, para obtermos uma concepção bem mais abrangente, que dá lugar às questões econômicas e sócio-culturais, biológicos e físicos que constituem a base natural do ambiente humano com suas dimensões sócio-culturais e econômicas definem as orientações conceituais os instrumentos técnicos e os comportamentos práticos que permitem ao homem compreender e utilizar melhor os recursos da biosfera para a satisfação de suas necessidades .
A falta de estrutura e deficiência na gestão de resíduos gerou um aumento nos lixões a céu aberto, poluindo o meio ambiente e afetando as condições de saúde das populações, especialmente nas regiões menos desenvolvidas. Como se percebe os problemas ambientais, principalmente as questões relacionadas a gestão de resíduos sólidos, necessariamente necessita ser analisado a partir de uma abordagem holística e de um método interdisciplinar que possibilite a integração das ciências da natureza e da sociedade; das esferas do ideal e do material, da economia, da tecnologia e da cultura .
Portanto, para construirmos um conhecimento científico é indispensável que abandonemos nossos pré-conceitos para que possamos verdadeiramente compreender outras sociedades e culturas, nos libertando de pensamento de discriminação e preconceitos. Só assim poderemos usar desse poderoso instrumento que é a Antropologia com eficiência .
O ser humano é produto da cultura a qual está inserido e dentro dessa perspectiva Roque de Barros Laraia afirma que o ser humano é biologicamente preparado para adaptar-se a qualquer cultura, que quanto antes for inserido ao meio, mais fácil se adaptará. Por outro lado ele salienta que a criança está apta ao nascer de ser socializada em qualquer cultura existente. Essa amplitude será limitada pelo contexto real e específico onde de fato ela crescer. Portanto, tudo que o homem faz, aprendeu com seus semelhantes e não decorre de imposições originadas fora de sua cultura.
A cultura, portanto, serve como uma espécie de lente através da qual o homem vê o mundo. Embora nenhum indivíduo conheça totalmente o seu sistema cultural, é necessário ter um conhecimento mínimo para operar dentro do mesmo. Conhecimento mínimo este que deve ser compartilhado por todos integrantes de uma sociedade de forma a permitir a convivência dos mesmos .
O homem é o resultado do meio cultural em que foi socializado. A partir das experiências vividas surge as inovações e invenções e nossa geração é fruto do capitalismo e sua cultura nos levou a um consumo desenfreado, nos obrigando a buscar soluções para alguns problemas, como a destinação dos resíduos sólidos urbanos. Hoje pensarmos em desenvolvimento sustentável parece-nos uma utopia, pois para que ele ocorra precisamos mudar nossa cultura, nossa forma de agir e pensar, deixando de lado do egocentrismo para pensarmos na coletividade.
Portanto de acordo com José Augusto Pádua na virada do milênio, o conjunto das ciências naturais vem assumindo posições cada vez mais abertas produzindo a imagem de um universo dinâmico, histórico, ocasionalmente caótico, no qual mudanças extraordinárias de estado acontecem de maneira imperfeitamente previsível, e o papel do observador em moldar o que é observado se torna tão presente quanto a subjetividade que sempre marcou a história e as ciências sociais. A evolução do pensamento voltado ao meio ambiente, ocorreu a partir das observações empíricas de uma ação devastadora do capitalismo, ou seja a busca pelo progresso a qualquer custo. Nessa perspectiva podemos concluir que o Brasil é um país modelo em termos de legislação, mas mesmo assim a degradação ambiental não foi revertida, muito pelo contrário com a mecanização o processo se intensificou. Assim, conclui-se que até que o homem não deixar de pensar de forma isolada e não se unir em sociedade num processo único e intenso de recuperação e preservação ambiental nunca iremos conseguir alcançar o fim maior da moderna legislação ambiental.
Importante analisar as questões ambientais de forma interdisciplinar , em se tratando da questão dos resíduos, indispensável analisarmos o contexto histórico para compreendermos o problemática atual.
Nesse sentido, Marcos Gerhardt informa que a colonização significou um momento de ruptura para essa população que
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