TEICA DE CIENCIA
Pesquisas Acadêmicas: TEICA DE CIENCIA. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: ChrisFeedback • 27/3/2015 • 782 Palavras (4 Páginas) • 139 Visualizações
CIÊNCIA E TÉCNICA
Desde logo, porém, encontramos um segundo obstáculo. É verdade que se trata de um "mata-burro", e do qual temos escrúpulo em falar, a tal ponto foi debatida a questão. A relação entre ciência e técnica é um desses temas clássicos do bacharelado, uma vez vestida de todos os ouropéis da ciência experimental do século XIX. Sabem todos que a técnica é uma aplicação da ciência e, mais particularmente, sendo a ciência especulação pura, a técnica surgirá como o ponto de contato entre a realidade material e o resultado científico, mas também como resultado experimental, como aplicação das provas, que serão adaptadas à vida prática.
Essa ideia tradicional é radicalmente falsa. Não explica senão uma categoria científica e durante breve lapso de tempo: só é verdadeira para as ciências físicas e para o século XIX. Não se pode, pois, de modo algum, fundar nessa ideia uma consideração de ordem geral, quer dizer, como o estamos tentando, uma visão atual da situação.
Do ponto de vista histórico, uma simples observação destruirá a segurança dessas soluções: historicamente, a técnica precedeu a ciência, pois o homem primitivo conheceu técnicas. Na civilização helênica, foram as técnicas orientais que chegaram em primeiro lugar, não derivadas da ciência grega. Logo, historicamente, a relação ciência-técnica deve ser invertida.
A técnica, no entanto, só receberá seu impulso histórico após a intervenção da ciência. A técnica deverá, então, esperar pelo progresso da ciência. Nessa perspectiva histórica, observa com razão Gille: "A técnica, por suas repetidas experiências, propôs os problemas, revelou as noções e os primeiros elementos cifrados, mas precisa esperar as soluções" que vêm da ciência.
Quanto ao nosso tempo, é bem certo que a mais rápida observação do horizonte permite conceber uma relação inteiramente outra; de qualquer modo, o que parece fora de dúvida é que a fronteira entre o trabalho técnico e o trabalho científico não é nada clara.
Quando se fala, no domínio da ciência histórica, de técnica histórica, é todo um trabalho de preparação que assim se designa: pesquisa dos textos, leitura, restauração dos monumentos, crítica e exegese, todo um conjunto de operações técnicas que devem chegar à interpretação, em seguida à síntese histórica, que é o verdadeiro trabalho científico. Encontramos aqui, portanto, uma precedência da técnica.
Sabe-se, aliás, que em certos casos, mesmo em física, que a técnica precede a ciência. O exemplo mais conhecido é o da máquina a vapor. É uma pura realização do gênio experimental: a sucessão das invenções e dos aperfeiçoamentos de Caus-Huygens, Papin, Savery, etc... repousa em experiências práticas. A explicação científica dos fenômenos virá mais tarde, com dois séculos de atraso, e será muito difícil de encontrar. Estamos muito longe, portanto, do encadeamento mecânico da ciência e da técnica. A relação não é tão simples; há cada vez mais interação: toda pesquisa científica utiliza atualmente um enorme aparelhamento técnico (é o caso das pesquisas atômicas). E muitas vezes é uma simples modificação técnica que permite o progresso científico.
Quando esse meio
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