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TENDÊNCIAS MUNDIAIS DA DEMANDA ALIMENTAR

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Por:   •  7/10/2013  •  1.710 Palavras (7 Páginas)  •  314 Visualizações

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A FAO, organização da ONU para a alimentação e agricultura, descobriu que em 2050 o mundo precisará de menos comida do que se pensava. A previsão foi revista, pois a população de países como Brasil e China está crescendo menos do que o esperado.

Segundo as novas estimativas, o mundo precisará aumentar a sua produção de alimentos em 60% até 2050, e não 70%, como se pensava anteriormente. Além da população de alguns países não estar crescendo tanto, a previsão mudou porque a população do Japão e de países da Europa irá diminuir no futuro. Com menos pessoas para alimentar, a pressão por alimentos diminui.

Ainda assim, aumentar a produção em 60% num intervalo de quarenta anos é um desafio e tanto. A FAO estima que a maior parte desse crescimento deva vir de um aumento na produtividade, ou seja, produzir mais comida no mesmo espaço.

Nos últimos anos a produção mundial de alimentos e fibras foi suficiente para atender a demanda mundial de uma população crescente. Em 1970 o mundo tinha 3,693 bilhões de pessoas e produzia 1,225 bilhões de toneladas de grãos em 695 milhões de hectares, com uma produtividade de 1.493 kg/ha, produção per capita de 0,306 t em uma área colhida per capita de 0,205 hectares. Em 2.005 a população mundial já era de 6,453 bilhões, a produção mundial de grãos alcançava 2.219,4 bilhões de t em uma área colhida de 681,7 milhões de hectares, a produção per capita foi de 0,344 t e a área colhida per capita de 0,106 hectares. Neste período, o mundo conseguiu aumentar a oferta per capita de grãos sem grandes aumentos na área cultivada e colhida.

As projeções da FAO sinalizam para 2.025 uma população de 7,851 bilhões, com 58% (4,579 bilhões) vivendo nas cidades e 3,272 bilhões (42%) nos campos. Nos países desenvolvidos a população será de 1,380 bilhões (17,58% do total) e no resto do mundo de 7,556 bilhões (84,7%). Neste ano, a população do continente africano será de 1,293 bilhões, da Ásia como um todo de 4,742 bilhões, da Europa 724,7 milhões, da América do Norte 332 milhões e da América do Sul 372 milhões. China e Índia, os dois países mais populosos do mundo em 2.025 terão 36% da população mundial, com um total de 2,826 bilhões (1,457 bilhões e 1,369 bilhões respectivamente). Nestes países, com baixas taxas de migração rural urbana, a população rural ainda será elevada, com 52 % do total morando nos campos e 48% nas cidades. Estes dados indicam que nos próximos vinte anos 1,398 bilhões de pessoas serão incorporados ao mercado de consumo. Deste total, só 44 milhões (3,15% do total) estarão sendo incorporados no mercado nos países desenvolvidos. O restante de 1,354 milhões estará nos países pobres ou em desenvolvimento.

O Brasil tem apresentado um grande desempenho nas exportações de produtos do agronegócio e conquistado novos mercados em diferentes partes do mundo. O crescimento da produção agropecuária é impressionante, pois em pouco mais de dez anos conseguiu aumentar em mais de cem por cento a produção de grãos, saindo de 57 milhões de toneladas em 1990 para 115 milhões de toneladas em 2.005 e se tornar um grande exportador agropecuário, participando com mais de 4% do comércio mundial do agronegócio. Possui liderança mundial consolidada e é um dos principais exportadores de soja, açúcar, carnes de frango, suína e bovina, café, suco de laranja e fumo. Nós últimos 15 anos o crescimento das exportações agrícolas tem sido acima de 6% e existem reais possibilidades de continuar crescendo a taxas iguais ou até mesmo superiores a esta.

A Disponibilidade de Terras no Mundo

A produção de alimentos e fibras no mundo depende fundamentalmente da disponibilidade de terras apropriadas para a exploração agrícola e pecuária em quantidade e qualidade, uma vez que a produção em água (hidropônica) ainda é muito incipiente. Além dos alimentos, há necessidade de produção de fibras e madeiras e de animais de serviços, da preservação da vida selvagem e da manutenção das florestas e ecossistemas específicos em diferentes pontos do planeta.

Em 1961, década que deu início a grandes transformações tecnológicas na agricultura mundial com o surgimento da revolução verde, a área total mundial de terras era de 13.055,5 bilhões de hectares. Deste total a agricultura utilizava 4.513,31 bilhões, representando 34,5% da área global, com 3.147,09 bilhões de hectares utilizados com pastagens permanentes, (70% da área agricultura), 1.276,31 bilhões de hectares com cultivos anuais (28%) e o restante da área de 89,66milhões de hectares (2%) com culturas permanentes. As florestas naturais e plantadas ocupavam 4.374,16 bilhões (33,5%) e o restante para todos os outros usos era de 4.168,03 bilhões de hectares (32%).

Em 2.000, a área mundial foi ajustada para 13.066,70 bilhões de hectares e 5.006,56 bilhões (38,3%) são utilizados na agricultura - os cultivos anuais utilizavam uma área de 1.396,28 bilhões, as pastagens permanentes ocupavam 26,60% da área com 3.475,20 bilhões de ha. e as culturas permanentes 135,08 milhões. As florestas naturais e plantadas utilizavam 4.270,10 bilhões (32,7% do total mundial) e em outros usos eram usados 3.790,04 bilhões de hectares (29% do total mundial). Houve um aumento percentual de 10,9% na área utilizada pela agricultura, um acréscimo de 493 milhões de hectares, passando a utilizar 38,3% da área total existente no mundo. Ocorreu uma redução de 2,37% nas áreas de florestas, que perderam 104,06 milhões de hectares e redução de 9,06% na área sob outros usos, ou seja, uma redução de 377,99 milhões de hectares.

A produção agrícola no mundo

Os alimentos básicos, fonte de carboidratos e de proteínas são basicamente os mesmos, sejam de origem vegetal (grãos, raízes e tubérculos, oleaginosas e frutas) ou animal (carnes de suínos, aves e bovina, leite, ovos e peixes). Os mais importantes são os grãos (principalmente arroz, trigo, milho, centeio, sorgo, cevada, milheto e triticale) que ocupam uma grande área de cultivos, responsáveis por 66% da alimentação mundial e largamente produzido em vários países, desde os tempos mais remotos. Dos alimentos raízes e tubérculos o mais importante é a mandioca, com área colhida mundial de mais de 18 milhões de hectares. Das oleaginosas utilizada na alimentação, tanto humana como animal, as mais importantes são soja, dendê, girassol, algodão e coco. Os alimentos de origem animal, principais fontes de proteína na dieta alimentar são as carnes (suína, bovina e de aves), peixes, leite e ovos.

Em 1.965 a produção de cereais foi de 1,019 bilhões de t, em uma área colhida de 682,92 milhões de hectares, com uma produtividade

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