Thais Silva
Dissertações: Thais Silva. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: thaiszero1 • 18/3/2014 • 737 Palavras (3 Páginas) • 644 Visualizações
O QUE É CIÊNCIA?
SILVIO SENO CHIBENI
Departamento de Filosofia - IFCH - Unicamp
chibeni@unicamp.br - http://www.unicamp.br/~chibeni
Resumo:
Este trabalho apresenta para um público geral algumas das principais concepções de ciência defendidas por
filósofos da ciência desde o surgimento da ciência moderna, no século XVII. Procura-se destacar que essas
concepções evoluíram na direção de uma melhor adequação ao que de fato se verificou na história da ciência.
Índice:
1. A visão comum de ciência ......................................................................................................................................... 1 2. Objeções à visão comum da ciência........................................................................................................................... 3 3. Popper e o falseacionismo.......................................................................................................................................... 6 4. Limitações do falseacionismo .................................................................................................................................... 8 5. Lakatos: uma visão contemporânea da ciência ........................................................................................................ 12 Referências................................................................................................................................................................... 16
1. A visão comum de ciência
Constitui crença generalizada que o conhecimento fornecido pela ciência distingue-se por um
grau de certeza alto, desfrutando assim de uma posição privilegiada com relação aos demais tipos
de conhecimento (o do homem comum, por exemplo). Teorias, métodos, técnicas, produtos,
contam com aprovação geral quando considerados científicos. A autoridade da ciência é evocada
amplamente. Indústrias, por exemplo, freqüentemente rotulam de “científicos” processos por
meio dos quais fabricam seus produtos, bem como os testes aos quais os submetem. Atividades
várias de pesquisa nascentes se auto-qualificam “científicas”, buscando afirmar-se: ciências
sociais, ciência política, ciência agrária, etc.
Essa atitude de veneração frente à ciência deve-se, em grande parte, ao extraordinário
sucesso prático alcançado pela física, pela química e pela biologia, principalmente. Assume-se,
implícita ou explicitamente, que por detrás desse sucesso existe um “método” especial, uma
“receita” que, quando seguida, redunda em conhecimento certo, seguro.
A questão do “método científico” tem constituído uma das principais preocupações dos
filósofos, desde que a ciência ingressou em uma nova era (ou nasceu, como preferem alguns), no
século XVII. Formou-se em torno dela e de outras questões correlacionadas um ramo especial da
filosofia, a filosofia da ciência. Investigações pioneiras sobre o “método científico” foram 2
conduzidas por Francis Bacon (1561-1626). Secundadas no século XVII por declarações de
eminentes cientistas, como Galileo, Newton, Boyle, e, no século seguinte, pelos Enciclopedistas,
suas teses passaram a gozar de ampla aceitação até nossos dias, não tanto entre os filósofos, mas
principalmente entre os cientistas, que até hoje muitas vezes afirmam seguir o método baconiano
em suas pesquisas. Isso é singular, visto que os estudos recentes em história da ciência vêm
revelando que os métodos efetivamente empregados pelos grandes construtores tanto da ciência
clássica
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