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Tratamento De Efluentes

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Por:   •  11/12/2014  •  1.315 Palavras (6 Páginas)  •  345 Visualizações

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1. Efluentes

Efluentes são produtos líquidos e gasosos resultantes de diversas ações do homem. Em sua maioria, estão subdivididos em efluentes industriais e domésticos, porém existem outras divisões desses resíduos.

1.1 Efluentes gasosos

Chaminés industriais são os maiores emissores deste tipo. Seus níveis de emissão foram determinados pelo famoso "Protocolo de Kioto". Os efluentes gasosos são liberados em maiores quantidades em áreas urbanas industriais devido à ação, principalmente, da indústria e da liberação de gases pelos veículos automotores.

1.2 Efluentes líquidos

Este tipo de efluente tem origem em diversas fontes. Abaixo algumas dessas.

• Domésticos: São caracterizados por portarem uma grande quantidade de material orgânico, pois são compostos de fezes, resto de comida, etc. Trazem ainda uma carga poluente por virem contendo produtos químicos como os de limpeza;

• Industriais:

Sua composição varia de acordo com o ramo da indústria que o libera. Por exemplo, de indústrias agrícolas e alimentícias, são ricos em matéria orgânica. Por outro lado, outros ramos da indústria produzem efluentes ricos em diversos compostos químico-tóxicos;

• Agrícolas: Decorrem das atividades agrícolas. Ricos em nitrogênio, fósforo e enxofre, por conta dos adubos e agrotóxicos utilizados em plantações.

De duas formas principais, os poluentes agrícolas atingem as águas: penetrando no solo e alcançando o lençol freático e quando levado pelas águas da chuva que lavam os solos contaminados por tais;

• Pluviais urbanos: Possuem mecanismo fácil de ser entendido. A água das chuvas, que ocorrem nos centros urbanos, lava o ambiente das cidades, trazendo consigo os poluentes presentes nestas. Poluentes estes como fuligem, compostos de carbono liberados por carros, dentre outros;

• Depósitos de resíduos sólidos: Os lixões, como são popularmente conhecidos os depósitos urbanos de resíduos sólidos, produzem um composto concentrado de matéria orgânica e com grande potencial poluente: o chorume.

2. Importância do Tratamento de Efluentes

O lançamento de efluentes nos cursos receptores está regido pela resolução CONAMA No. 430 de 2011, cujo objetivo é manter os padrões de qualidade dos corpos hídricos,

Essa resolução estabelece concentrações máximas de poluentes nos lançamento e considera mais de trinta parâmetros químicos, físico-químicos, microbiológicos, toxicológicos e ecotoxicológicos.

Além das questões de toxicidade, a legislação também estabelece limites para as alterações das características dos corpos hídricos que possam causar impactos ambientais significativos.

Por exemplo, o aumento da turbidez de um rio por material inerte em suspensão não significa um risco toxicológico, mas pode alterar a taxa de penetração da luz solar reduzindo a taxa de fotossíntese e comprometendo toda a cadeia alimentar.

Caso medidas adequadas não sejam tomadas, podem vir à ocorrer graves consequências como: contaminações por doenças virais, alterações na cadeia alimentar, acometimento de doenças respiratórias e etc.

2.1 Tratamento de esgoto no Pará

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o estado do Pará possui um dos maiores índices de pessoas internadas por doenças relacionadas a falta de saneamento básico no estado. O principal problema seriam as doenças com transmissão feco orais, com 866,06 casos registrados a cada 100 mil habitantes, e as transmitidas por mosquitos, com incidência de 116,9 para cada 100 mil habitantes. Porém, as autoridades responsáveis por este assunto afirmam que melhoras estão por vir.

A Companhia de Saneamento Básico do Pará (Cosanpa) prevê a entrega de uma obra que promete amenizar o problema de saneamento no estado. Trata-se da construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Bacia do Una, que receberá unidades, dispositivos e equipamentos destinados ao tratamento primário, secundário e terciário de água coletada da rede de esgotos de bairros da Região Metropolitana de Belém como Reduto, Umarizal e parte de Nazaré, Sacramenta e Telégrafo, para só então ser devolvida à baía do Guajará, hoje considerada seu corpo receptor.

Ela será construída numa área de 24.000 metros quadrados, localizada em frente à Baía do Guajará, onde atualmente funciona a comporta do Una. Além da etapa inicial, que contempla estudos e adaptação do terreno, o projeto deve ser constituído de outras duas etapas, com conclusão prevista para novembro de 2015.

3. Processos do tratamento de efluentes

3.1 Tratamento preliminar

Constituído unicamente por processos físicos. Nesta etapa, é feita a remoção dos materiais em suspensão, através da utilização de grelhas e de crivos grossos (gradeamento), e a separação da água residual das areias a partir da utilização de canais de areia (desarenação).

• Gradeamento

Etapa na qual ocorre a remoção de sólidos grosseiros, onde o material de dimensões maiores do que o espaçamento entre as barras é retido. Há grades grosseiras (espaços de 5,0 a 10,0 cm), grades médias (espaços entre 2,0 a 4,0 cm) e grades finas (entre 1,0 e 2,0 cm) que têm pôr objetivo reter o material sólido grosseiro em suspensão no efluente. As principais finalidades do gradeamento são: proteção dos dispositivos de transporte dos efluentes (bombas e tubulações); proteção das unidades de tratamento subsequentes e proteção dos corpos receptores.

• Desarenação

Etapa na qual ocorre a remoção da areia por sedimentação. Este mecanismo ocorre da seguinte maneira: os grãos de areia, devido às suas maiores dimensões e densidade, vão para o fundo do tanque, enquanto a matéria orgânica, de sedimentação bem mais lenta, permanece em suspensão, seguindo para as unidades seguintes.

As finalidades básicas da remoção de areia são: evitar abrasão nos equipamentos e tubulações; eliminar ou reduzir a possibilidade de obstrução em tubulações, tanques, orifícios, sifões, e facilitar o transporte do líquido, principalmente a transferência de lodo, em suas diversas fases.

3.2 Tratamento Primário

O tratamento primário é constituído unicamente por processos físico-químicos. Nesta etapa procede-se a equalização e neutralização da carga do efluente a partir de um tanque de equalização e adição de produtos químicos. Seguidamente, ocorre a separação de partículas líquidas ou sólidas através de processos de floculação e sedimentação, utilizando floculadores e decantador (sedimentador) primário.

• Floculação

O processo de coagulação, ou floculação, consiste na adição de produtos químicos que promovem a aglutinação e o agrupamento das partículas a serem removidas, tornando o peso especifico das mesmas maior que o da água, facilitando a decantação.

• Decantação Primária

Esta etapa consiste na separação sólido (lodo) – líquido (efluente bruto) por meio da sedimentação das partículas sólidas.

Os tanques de decantação podem ser circulares ou retangulares. Os efluentes fluem vagarosamente através dos decantadores, permitindo que os sólidos em suspensão, que apresentam densidade maior do que a do líquido circundante, sedimentem gradualmente no fundo. Essa massa de sólidos, denominada lodo primário bruto, pode ser adensada no poço de lodo do decantador e enviada diretamente para a digestão ou ser enviada para os adensadores.

3.3 Tratamento Secundário

Processa, principalmente, a remoção de sólidos e de matéria orgânica não sedimentável e, eventualmente, nutrientes como nitrogênio e fósforo. É a etapa de remoção biológica dos poluentes e sua eficiência permite produzir um efluente em conformidade com o padrão de lançamento previsto na legislação ambiental. Basicamente, são reproduzidos os fenômenos naturais de estabilização da matéria orgânica que ocorrem no corpo receptor, sendo que a diferença está na maior velocidade do processo, na necessidade de utilização de uma área menor e na evolução do tratamento em condições controladas.

3.4 Tratamento de Lodo

• Adensamento do Lodo

Etapa em que acontece a redução do volume do lodo. Como o lodo contém uma quantidade muito grande de água, deve-se realizar a redução do seu volume.

• Digestão Anaeróbia

Etapa na qual ocorre a estabilização de substâncias instáveis e da matéria orgânica presente no lodo fresco.

• Condicionamento Químico do Lodo

Etapa na qual ocorre a estabilização do lodo pelo uso de produtos químicos tais como: cloreto férrico, cal, sulfato de alumínio e polímeros orgânicos.

• Desidratação do lodo

Etapa na qual é feita a remoção de umidade do lodo, com o uso de equipamentos tais como: centrífuga, filtro prensa ou belt press.

• Secagem do lodo

Etapa na qual é feita a secagem do lodo, com o uso de secador térmico.

3.5 Tratamento Terciário

Remoção de poluentes tóxicos ou não biodegradáveis ou eliminação adicional de poluentes não degradados na fase secundária.

Em função das necessidades de cada indústria, os processos de tratamento terciário são muito diversificados; no entanto pode-se citar as seguintes etapas: filtração, cloração ou ozonização para a remoção de bactérias, absorção por carvão ativado, e outros processos de absorção química para a remoção de cor, redução de espuma e de sólidos inorgânicos tais como: eletrodiálise, osmose reversa e troca iônica.

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