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A EVOLUÇÃO HUMANA

Por:   •  17/11/2017  •  Ensaio  •  1.320 Palavras (6 Páginas)  •  427 Visualizações

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A EVOLUÇÃO HUMANA

Há milhões de anos, a África era coberta por densas florestas, aonde habitavam diferentes espécies de primatas que viviam nas árvores. Em torno de 7 milhões de anos atrás, um terremoto gerou uma cadeia de montanhas ao longo do continente, dividindo-o em duas partes, oeste e leste. A parte mais próxima do litoral manteve-se uma região de floresta, enquanto que a parte separada do litoral pelas montanhas passou a ter um clima mais seco, uma vez que não sofria ação dos ventos úmidos vindos do litoral. Neste lado, iniciou-se a formação de uma região de savana.

Nesta região da África vivia uma população de uma espécie ancestral primata, parecida com o gorila atual. Com o surgimento destas montanhas, uma parte da população desta espécie ficou restrita ao lado florestal e úmido, enquanto que a outra ficou na região que se transformava em uma savana, o que impediu o cruzamento entre estas duas populações. Na região florestal esta população primata ancestral foi acumulando pequenas mudanças no corpo e no comportamento, dando origem aos modernos chimpanzés. Na região savânica, apresentando um ambiente diferente, esta população primata ancestral foi adquirindo traços humanos e deu origem a diferentes espécies, que foram as várias espécies de Hominídeos (Australopithecus afarensis, Homo habilis, Homo erectus, entre outros), os quais ao longo do tempo foram extintos, restando atualmente apenas o Homo sapiens (Ser humano).

Enquanto que na área florestal, esta espécie ancestral primata pode continuar comendo folhas e frutos, como já era seu hábito, na parte de savana, com uma vegetação mais escassa e um clima mais seco, nossos ancestrais hominídeos tiveram que mudar seus hábitos alimentícios para sobreviver, se aplicando, entre outras atividades, à caça de animais. Porém, nossos ancestrais não apresentavam garras e presas compridas, como típicos predadores. Algumas mudanças corporais e comportamentais tiveram ocorreram antes que eles se tornassem habitantes adaptados a este novo ambiente.

Estes hominídeos parecem ter percebido que a obtenção do alimento se tornaria mais fácil se realizada cooperativamente, com os homens atuando em conjunto na caça, e as mulheres se especializando na coleta de folhas, frutos e raízes (que representavam em torno de 70% da dieta de nossos ancestrais hominídeos). Por esta razão nossos ancestrais são conhecidos como caçadores-coletores. O trabalho em equipe durante a caça também estimulou o desenvolvimento da fala, permitindo a comunicação de objetos e situações mais complexas do que as vocalizações (grunhidos, urros, sussurros) de outros primatas permitiam, facilitando a caça e aumentando as chances de sobrevivência dos nossos ancestrais hominídeos.

Outra mudança no comportamento ocorre quando, juntamente da fêmea, o macho se torna responsável pela sobrevivência, alimentação e educação dos filhos, diferentemente dos outros primatas, aonde os cuidados com a prole se restringem as fêmeas. A predisposição do macho para ajudar a cuidar dos filhos durante o longo período da infância, foi uma das características importantes para aumentar as chances de sobrevivência de nossa espécie e foi um dos passos importantes em direção a monogamia, típica dos seres humanos.[pic 1]

Algumas mudanças na forma do corpo de nossos ancestrais também ocorreram. O corpo tornou-se ereto, utilizando apenas as duas pernas para locomoção. O que a princípio pode parecer um dispêndio maior de energia para se locomover, acaba sendo uma vantagem, pois liberta as mãos para diversas funções que aumentam as chances da espécie sobreviver. Algumas delas são: uma visão mais ampla do ambiente em que vive, facilitando a identificação de presas e predadores; carregar o filho no colo; coletar alimentos; utilizar utensílios para cortar e rasgar a carne (uma vez que não possuímos a dentição dos carnívoros); utilizar armas para caçar, compensando nossa falta de presas de predadores e também nossa lenta locomoção; [pic 2]

Outra mudança corporal de grande importância foi um aumento na caixa craniana e no volume do cérebro, o que desenvolveu a inteligência e a criatividade necessárias para a fabricação de utensílios e armas, bem como a capacidade de abstração adequada para a comunicação das mais diversas situações através da fala. A complexa fala e linguagem dos seres humanos também se tornaram possíveis graças ao surgimento de um aparato vocal (contendo ossos e músculos especializados) inédito nos primatas, e que permitiu a execução de sons mais variados e com diferentes significados.

Houve também uma diminuição no número de pelos nos hominídeos, em relação aos outros primatas. Diferentes teorias tentam explicar o motivo desta redução, dentre as mais aceitas, estão as que dizem que nossos pelos se tornaram mais escassos como maneira de se adaptar ao clima mais quente da savana. Outra teoria comenta que uma vantagem da redução na cobertura pilosa seria a diminuição no número de parasitas, como carrapatos e piolhos, que se alojam nesta cobertura. Ambas as teorias consideram a redução na quantidade de pelos uma adaptação que forneceu mais chances de sobrevivência, e deste modo, indivíduos com menos pelos acabavam reproduzindo mais e gerando mais filhos com poucos pelos.

O domínio do fogo também parece ter contribuído para a redução na quantidade de pelos no corpo, uma vez que ele aquecia nossos ancestrais, tornando o desenvolvimento e mantimento de pelos um gasto energético dispensável. O controle do fogo permitiu também a colonização de terras mais frias, além de ter ampliado a variedade de vegetais para alimentação e possibilitado a conservação da carne defumada.

Como surgiram as mudanças que nos tornaram humanos?

Primeiro temos que entender o que é uma adaptação. Segundo a teoria da Evolução, postulada por Charles Darwin em 1859, uma adaptação é qualquer característica que represente uma vantagem  na sobrevivência de um indivíduo, assim a presença de pelos é uma adaptação a um ambiente frio, a pele escura é uma adaptação à um ambiente ensolarado, por exemplo. Deste modo, o organismo que apresenta uma adaptação tem maiores chances de sobreviver, em um determinado ambiente, que seus companheiros de espécie, e assim, ao chegar a idade adulta, se reproduz transmitindo esta característica vantajosa para seus filhos.

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