A Ocupação antrópica e problemas de ordenamento
Por: Rita Pinheiro • 12/11/2017 • Trabalho acadêmico • 1.846 Palavras (8 Páginas) • 459 Visualizações
Ocupação antrópica e problemas de ordenamento
A Terra é um planeta que se caracteriza pelo seu intenso dinamismo, reflexo da acção de agentes de geodinâmica interna e externa.
Os fenómenos geológicos fazem parte do funcionamento normal do planeta, contribuindo para o tornar um local habitável e um planeta geologicamente vivo.
No entanto, a dinâmica da Terra pode desencadear fenómenos catastróficos, por vezes altamente destruidores, que podem pôr em perigo as populações e os seus bens. Assim, os fenómenos geológicos incluem riscos para as populações.
O risco é a probabilidade de um acontecimento perigoso ocorrer numa determinada área e num dado momento. Pode ter impacto negativo na sociedade causando danos humanos ou materiais.
Os riscos geológicos são os sismos, as erupções vulcânicas, as inundações e os deslizamentos de terreno.
Os riscos naturais incluem os anteriores e contemplam outras situações como os fogos selvagens, os tufões e tornados, as secas e as pragas de animais.
Variando de região para região, e de acordo com as características geológicas e climáticas de cada local, as situações de risco geomorfológico – relacionados com as características morfológicas dos terrenos – podem ser agrupadas da seguinte forma:
- bacias hidrográficas – sujeitas a erosão fluvial, cheias e exploração de inertes;
- zonas costeiras – onde é constante a erosão costeira e a elevada pressão urbanística;
- zonas de vertente – onde se faz sentir a erosão hídrica das vertentes e onde ocorrem movimentos de massa.
A ocupação antrópica, ou seja, a ocupação feita pelo Homem, das zonas fluviais, costeiras e de vertente, depara-se com problemas de ordem geológica, entre os quais se destaca a erosão.
As consequências dos riscos podem ser reduzidas se existir pleno conhecimento dos processos geológicos e dos materiais rochosos que constituem as áreas de intervenção humana.
Este é o objecto de estudo da Geologia ambiental que procura compreender os fenómenos geológicos perigosos, as causas que lhes estão associadas e as formas de prevenção que diminuem os riscos inerentes a esses processos.
Com o elevado crescimento da população humana, grandes zonas da superfície terrestre foram e continuam a ser ocupadas. A ocupação antrópica levou a grandes alterações paisagísticas e à exploração acelerada dos recursos naturais, nem sempre feita de forma sustentável, o que tem levado à deterioração ambiental. A ocupação de zonas de risco, que muitas vezes oferecem condições vantajosas, aumentou a vulnerabilidade das populações aos riscos naturais causando graves desastres com perdas irreparáveis.
Assim, é necessário definir regras de ordenamento do território para evitar que a ocupação antrópica aumente, cada vez mais, os problemas resultantes da interacção do Homem com a Terra. Estas regras devem procurar assegurar a organização do espaço tendo como objectivo a sua ocupação, utilização e transformação de acordo com as capacidades que esse espaço oferece.
Bacias hidrográficas
A Terra é um planeta ativo que manifesta a sua atividade através de diferentes processos que alteram a morfologia da sua superfície. O dinamismo da Terra provém das interações entre os agentes de geodinâmica interna e os agentes de geodinâmica externa.
Embora muito lentamente, o movimento das águas modifica as irregularidades existentes à superfície da Terra, sendo, provavelmente, o principal agente modelador do relevo terrestre. A maioria dos aspetos e formas que se observam nas rochas deve-se, essencialmente, à ação exercida pela água.
[pic 1]
Ação da água sobre as rochas - paisagem sedimentar
[pic 2]
Ação da água sobre as rochas - paisagem basáltica
[pic 3]
Ação da água sobre as rochas - paisagem cársica
[pic 4]
Ação da água sobre as rochas - chaminés-de-fada
[pic 5]
Ação da água sobre as rochas – ravinamentos
Quando ocorre precipitação de chuva, granizo ou neve, a terra recebe água proveniente da atmosfera que se pode infiltrar no solo ou pode começar a percorrer a superfície terrestre. Assim, a água líquida do nosso planeta pode encontrar-se em rios, lagos, mares e oceanos e, também, em lençóis subterrâneos.
Rios:
[pic 6]
Rio
- São cursos de água, superficiais e regulares, que podem desaguar num outro rio, num lago ou no mar.
- São parte integrante da hidrosfera e constituem sistemas abertos, que interagem com os restantes subsistemas terrestres (geosfera, atmosfera e biosfera).
- Possuem um leito e são ladeados pelas margens:
– as margens são faixas de terreno contíguo ao leito.
– o leito é o espaço de terreno que pode ser coberto pelas águas. Compreende:
– os mochões – ilhas cultiváveis formadas nos rios;
– as lodeiras – locais de acumulação de lodo;
– os areais – locais de acumulação de areia.
- Podem distinguir-se três tipos de leito, o leito aparente, o leito de inundação e o leito menor:
[pic 7]
O estudo de um rio e a análise dos seus leitos efetua-se através da elaboração de cortes transversais em determinadas zonas do seu percurso – os perfis transversais.
[pic 8]
Perfil transversal de um rio
Num percurso de um rio podem considerar-se três zonas: o curso superior, o curso médio e o curso inferior.
A rede hidrográfica é formada por um rio e por todos os cursos de água de uma determinada região que nele debitam as suas águas.
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