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A Parasitologia humana e seus fundamentos

Por:   •  5/4/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.396 Palavras (6 Páginas)  •  427 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo explicar sobre as formas de diagnóstico disponíveis para a detecção da doença causada pelo helminto Schistosoma Mansoni, conhecida como esquistossomose, já que a mesma é muito comum em nosso estado, Minas Gerais. Dentre os métodos de diagnóstico, enfocaremos o Exame Parasitológico de Fezes (EPF), por ser um dos mais requisitados em pedidos médicos e de mais fácil realização.

A esquistossomose é uma doença parasitária conhecida vulgarmente no Brasil como barriga d’água, causada pelo helminto trematódeo Schistosoma Mansoni. O parasita apresenta-se em sua forma adulta nos vasos sanguíneos do hospedeiro definitivo, que é o homem e em sua forma intermediária se desenvolve em caramujos do gênero Bhiompalaria apresentando, portanto um ciclo biológico heteroxênico (CIMERMAN, 1999).

A transmissão desse parasita ocorre através da liberação de seus ovos através das fezes do homem infectado. Em contato com a água, os ovos eclodem e libertam larvas que morrem se não encontrarem os caramujos para se alojar. Se os encontram, porém, dão continuidade ao ciclo e liberam novas larvas que infectam as águas e posteriormente os homens penetrando em sua pele ou mucosas (NEVES, 1999).

A Esquistossomose é um indicativo sócio-econômico importante, estando relacionada à pobreza pela ineficácia ou até mesmo inexistência de uma educação sanitária eficaz e falta de um saneamento básico distribuído igualitariamente entre todos. No Brasil, ocorre nas regiões Norte, Nordeste, e no norte das regiões Sudeste e Sul (SECRETARIA DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2004).

A esquistossomose pode ser confundida com diversas doenças, em função das diferentes manifestações que ocorrem durante sua evolução. Dentre estas manifestações que podem ser confundidas com outras patologias temos:

  • Dermatite cercariana – seu quadro clínico pode ser confundido com manifestações exantemáticas como sarampo, rubéola, escarlatina e dermatites causadas por outros tipos de cercárias de aves aquáticas.
  • Esquistossomose aguda ou toxêmica – o diagnóstico diferencial deve ser feito com outras doenças infecciosas agudas, tais como febre tifóide, malária, hepatite viral anictérica, estrongiloidíase, amebíase, mononucleose, tuberculose miliar e ancilostomose aguda.

  • Esquistossomose crônica – nessa fase, a doença pode ser confundida com amebíase, estrongiloidíase, giardiase e demais parasitoses, além de outras afecções que cursam com hepatoesplenomegalia, tais como calazar, leucemia, linfoma, salmonelose prolongada, esplenomegalia tropical e cirroses (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).

Para obter o diagnóstico concreto da existência da esquistossomose no organismo, nos utilizamos principalmente do Exame Parasitológico de fezes (EPF), feito preferencialmente através do método de Kato-Katz. Além do EPF podem ser utilizadas outras formas de diagnóstico, dentre elas a biópsia retal, eclosão de miracídios, métodos imunológicos e PCR (FRANZ, 2005; DOS SANTOS, 2005; LIMA, 2005).


2 DESENVOLVIMENTO

Para o diagnóstico laboratorial da esquistossomose, são utilizados métodos parasitológicos ou diretos que se fundamentam no encontro de ovos do parasito Schistossoma Mansoni nas fezes ou tecidos do paciente. Os mais utilizados são os exames de fezes por serem de fácil realização, não invasivos, baratos e de amplo acesso a toda a população. Para o sucesso nos resultados obtidos ao final da realização dos mesmos, devemos nos ater à excelência da amostra biológica coletada, que é a principal parte da fase pré-analítica. Devido ao abrigo do momento da coleta, a fase pré-analítica se faz extremamente importante em diagnósticos laboratoriais.

Nesta fase deve ser realizada a identificação do paciente, observando alguns aspectos como o nome do mesmo, idade, sexo e o uso ou não de algum medicamento. Para que não haja não conformidades na fase analítica, fase onde são realizadas as análises do material biológico, o paciente deve seguir todas as orientações passadas pelo técnico do laboratório, que são realizadas na fase pré-analítica e devem ser claras e objetivas, sendo elas impressas e verbais. As orientações para a realização do Exame Parasitológico de fezes são as seguintes:

  • Antes de tudo, identificar o frasco que conterá a amostra biológica. Em laboratórios de pequeno porte, os próprios pacientes identificam suas amostras. Já em laboratórios maiores, os responsáveis por tal identificação são os técnicos;
  • Colher as fezes em um frasco limpo e seco, apropriado para o exame;
  • Com o auxílio de uma espátula, transferir uma porção das fezes para o frasco coletor, de preferência a parte intermediária das mesmas;
  • Colher as fezes em uma única evacuação, evitando o contato com a água do vaso sanitário;
  • Se o médico solicitar coleta alternada, deve-se colher o material fecal a cada 2 dias;
  • Não misturar a amostra de fezes com urina;
  • Não fazer uso de laxantes;
  • A amostra é estável por 12 horas se conservada em geladeira e 2 horas caso não refrigerada.
  •  Amostras diarreicas não são viáveis para o diagnóstico da esquistossomose;
  • Após a coleta, encaminhar a amostra o mais rápido possível ao laboratório, para que esta seja analisada.

Com a amostra biológica em mãos, após respeitado todo o processo da fase pré-analítica, iniciam-se os procedimentos analíticos. Para que essa fase seja iniciada, os profissionais da saúde devem ficar sempre atentos e conhecer os sistemas analíticos, que empregam os Procedimentos Operacionais Padrão (POP) dos materiais e dos métodos que serão utilizados. Sempre devemos nos utilizar de todos os EPI’s necessários para a execução de todas as etapas do procedimento.

No momento de analisar a amostra deve ser observado, como em todos os outros exames, o pedido médico para que seja definido o método que será utilizado e que facilitará a conclusão do diagnóstico. De modo geral, ao executar a análise para exames de fezes são utilizados dois métodos, um geral e um específico para determinadas doenças. O fato é que a maioria dos médicos não indicam um método específico que direcionam para alguma doença, da qual é sua suspeita. Se caso o mesmo indicar o método que deverá ser utilizado, é recomendado que seja também feito um método geral. A combinação dos dois, trará mais certeza e confiabilidade no resultado que será emitido para que logo após, o paciente possa vir a administrar o tratamento adequado.

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