Arborização dos Canteiros da Avenidas de Palmas - Tocantins
Por: Dianes G. Marcelino • 29/7/2021 • Pesquisas Acadêmicas • 1.008 Palavras (5 Páginas) • 189 Visualizações
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ARBORIZAÇÃO DOS CANTEIROS DAS AVENIDAS DE PALMAS, TOCANTINS
Renato Torres Pinheiro - Universidade Federal do Tocantins, Palmas, TO. renaxas@hotmail.com Dianes Gomes Marcelino - Ecótono Engenharia
Dieyson Rodrigues de Moura - Ecótono Engenharia
INTRODUÇÃO
A cidade de Palmas, capital do Tocantins foi projetada com a preocupação de integrar o meio natural ao espaço urbano, por meio da implantação de um sistema composto por parques urbanos e áreas verdes comunitárias. A cidade assemelha-se a um tabuleiro de xadrez formado por uma centena de quadras residenciais, comerciais e industriais separadas por dois eixos estruturantes, as avenidas Teotônio Segurado e Juscelino Kubitschek e avenidas laterais que cortam a cidade, paralelamente aos eixos, respectivamente, no sentido Norte/Sul e Leste/Oeste. As avenidas foram projetadas com duas vias de rolamento separadas por um canteiro central, porém menos da metade delas foram implantadas, havendo em muitas avenidas, apenas uma via de rolamento sem canteiro central. A arborização destas vias representa inúmeros benefícios ao meio urbano, purificando o ar, reduzindo a poluição sonora, auxiliando no conforto térmico, na dispersão da fauna e flora, além do componente estético e o resgate da paisagem cultural. Porém para cumprir o seu papel, sócio-ambiental a arborização destas vias deve ser realizada mediante planejamento prévio o que não vem ocorrendo na cidade de Palmas-TO.
OBJETIVO
O objetivo do estudo foi realizar o diagnóstico da arborização dos canteiros centrais das avenidas Norte/Sul e Leste/Oeste da cidade de Palmas, capital do Estado do Tocantins, visando contribuir com o planejamento da arborização urbana.
METODOLOGIA
Local de estudo: o estudo foi realizado nas avenidas Norte/Sul e Leste/Oeste localizadas na área central de Palmas- TO. Foram amostrados em torno de 60% dos canteiros centrais das avenidas e em cada uma delas identificados 100% dos indivíduos arbóreos em diferentes estágios de desenvolvimento (muda, plantas jovens e adultas). A coleta de dados foi realizada em planilha eletrônica digital em um coletor de dados modelo Mesa Juniper System 3G com GPS acoplado. Cada indivíduo foi georreferenciado e obtidas as seguintes informações: nome científico e popular, altura, origem, fitossanidade e desenvolvimento. Utilizou-se estatística descritiva para apresentação dos dados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram amostrados 10.500 metros de canteiros centrais, sendo 4.300m nas avenidas Leste/Oeste e 6.200m nas avenidas Norte/Sul. Os canteiros possuem seis metros de largura e comprimento médio igual a 505 metros, variando entre 175m e 760m. Um total de 1.215 árvores de 17 famílias e 49 espécies foram encontradas nos canteiros centrais amostrados, representado aproximadamente uma árvore a cada 8,6 metros. As famílias com maior número de espécies foram, respectivamente, Fabaceae com 11 espécies, Bignoniaceae com 10 espécies e Anacardiaceae com cinco espécies. No entanto, as famílias com maior número de indivíduos amostrados foram, Myrtaceae com 457 árvores, Bignoniaceae com 357 e Arecaceae com 153 indivíduos, totalizando 81,4% dos indivíduos dos canteiros amostrados. O jamelão Syzygium cumini foi a espécie mais frequente, correspondendo a 36,79% das árvores e junto com o ipê rosa Tabebuia impetiginosa (18,77%), representam mais da metade (55,66%) de todas as árvores presentes nos canteiros centrais amostrados. Em geral, os canteiros são dominados por uma única espécie, eventualmente por duas ou mais espécies plantadas alternadamente. Quanto à origem, 40,0% são nativas do Cerrado, 35,5% exóticas do Brasil e 24,5% exóticas ao Cerrado, porém quase metade dos indivíduos arbóreos, 46,4%, são espécies provenientes de outras regiões ou países como o jamelão Syzygium cumini e a
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palmeira locuba Dypsis madagascariensis. A maioria das árvores, 62,6% é de médio porte e 32,8% de grande porte, porém sua distribuição não é uniforme. Ainda que o estado fitossanitário da maioria das árvores seja bom (82,8%), os indivíduos adultos, que representam 73,7% do total amostrado, encontram-se com altura inferior ao seu porte natural, evidenciando algum tipo de problema. Fatores como temperaturas extremas, estresse hídrico, insuficiência de nutrientes, condição fitossanitária, idade ou a compactação do solo podem afetar negativamente o crescimento das árvores no meio urbano (Milano 1984). A exemplo da maioria das cidades brasileiras existe o predomínio de umas poucas espécies na arborização dos canteiros centrais, sendo a maioria das árvores, espécies exóticas, o que contribui para o processo de homogeneização da arborização urbana. O uso de espécies exóticas compromete o adequado funcionamento da biota, interferindo negativamente na riqueza de espécies da fauna (Reis et al., 2010), sendo menos adaptáveis ao clima e ao solo e mais vulneráveis a pragas e doenças, além de interagir negativamente com as espécies nativas (Sucomine, 2009). Nos canteiros centrais percebe-se que a implantação da arborização é realizada sem muitos critérios, utilizando-se as espécies disponíveis nos viveiros municipais e não necessariamente aquelas mais apropriadas para este fim. A falta de manejo do solo e das mudas, juntamente com outros fatores associados ao meio urbano parece estar influenciando negativamente no desenvolvimento das árvores, comprometendo a eficiência do seu metabolismo e a qualidade dos serviços ambientais por elas prestados (Ennos et al., 2015).
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