Biorreatores na Micro Propagação de Citrus latifolia Tanaka com Avaliação da Atividade Antioxidante

Biorreatores na micropropagação de Citrus latifolia Tanaka com avaliação da atividade antioxidante e quantificação dos principais constituintes bioativos

Equipe: Luana Cristine de Souza Silva, Luisa Taynara Silvério da Costa e Paloma Molina Hernandes.

Orientadora: Drª Mônica Rosa Bertão, FCLA, UNESP.

Co-orientadora: Milena Cristina Moraes

Área de conhecimento/CNPq: 2.02.03.00-4 - Genética Vegetal.

Tempo de execução: 12 meses.

Local de execução: Laboratório de Biotecnologia Vegetal da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Assis - Departamento de Ciências Biológicas.

Data: 04/12/2015. 

RESUMO

As tecnologias de produção de mudas frutíferas vêm evoluindo muito devido às exigências fitossanitárias e aos padrões comerciais cada vez mais rígidos, fazendo com que a cadeia produtiva utilize tecnologias avançadas, treinamento de mão-de-obra e comercialização eficiente. Nesse sentido, os biorreatores são sistemas usados na micropropagação de plantas, podendo ser uma alternativa viável para a otimização do processo e a redução dos custos de produção. Este sistema permite a renovação do ar no ambiente in vitro, aumentando a produção de biomassa vegetal propagada com redução do tempo requerido para a propagação in vitro. No Brasil, o “Taiti” é uma das espécies cítricas de maior importância comercial, estimando-se que sua área plantada ultrapasse, atualmente, 40 mil hectares. É uma planta de porte médio a grande, vigorosa e quase sem espinhos. De origem tropical, o limão-taiti não é, na realidade, um limão verdadeiro, mas uma lima ácida. Cultivado desde o século passado na Califórnia, EUA, admite-se que sua introdução naquele estado tenha ocorrido a partir de sementes de frutos importados do Taiti, derivando daí sua denominação. O presente projeto pretende realizar a micropropagação de Citrus latifolia Tanaka, conhecido popularmente como limão taiti ou limão tahiti, com biorreatores de imersão temporária e imersão contínua, bem como avaliar atividade antioxidante e quantificar os seus principais constituintes bioativos, visto que as frutas cítricas são muito consumidas e apreciadas não só devido ao seu paladar agradável como também ao seu valor nutricional, são fontes de constituintes bioativos que podem atuar como antioxidantes em defesa ao nosso organismo.

Palavras-chave: Citrus latifolia Tanaka, biorreatores, limão taiti, cultura de tecidos, atividade antioxidante, constituintes bioativos.

1. INTRODUÇÃO - JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO TEMA

O Brasil possui uma das maiores produções agrícola do mundo, principalmente para a exportação. No ano de 2008, o Brasil ocupou a terceira posição dos maiores produtores de frutas do mundo, superando 43 milhões de toneladas, o que corresponde a 5% da produção mundial (Abanorte, 2010).

A lima ácida, cv. Tahiti (Citrus latifolia Tanaka), conhecida como limão Tahiti, destaca-se no Brasil como uma das frutas cítricas de maior importância comercial, estimando-se que sua área plantada ultrapasse 30 mil hectares (BARROS, 1986). O seu uso vai desde o suco limão tahiti in natura para o uso culinário, na limpeza e preparo de alimentos, como em bebidas alcoólicas, até na produção de suco concentrado (SEBRAE Nacional).

O limoeiro é uma frutífera rentável e os frutos têm ampla aceitação no mercado, pois podem ser usados em alimentos, fármacos, chás e refrigerantes (PEDRÃO, 1999). A lima ácida é rica em vitamina C, ácido fólico, niacina e piridoxina, além de possuir, em sua constituição, compostos fenólicos, entre outros compostos bioativos (substâncias com alto potencial antioxidante), o que caracteriza o grande interesse dediferentes grupos de pesquisa (VIANA, 2010).Segundo Dhuique-Mayer (2005), os compostos fenólicos e a vitamina C são os maiores responsáveis pela atividade antioxidante em frutos cítricos.

O limão tem maior valor comercial no Brasil, com excelente potencial de exportação. O seu valor de mercado está relacionado à ausência de sementes, ao seu aroma intenso e agradável, ao

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elevado volume de suco e à sua capacidade de produzir o ano inteiro desde que se adotem tecnologias adequadas para seu manejo (BELLO, 2014).

A micropropagação de plantas, algumas vezes, apresenta alto custo de produção, o que torna as mudas produzidas nestes sistemas caras e de difícil aquisição pelos produtores rurais. Estes custos de produção são devido à mão-de-obra, que chega a 40% ou 60% dos custos de produção (Barrueto Cid et al.,2002).Recentemente, os biorreatores começaram a ser utilizados para cultivo de células, tecidos, gemas e plântulas, tendo como objetivo final a produção de mudas em larga escala (SILVA, 2006). A função básica de um biorreator é promover ótima condição de crescimento, devido ao controle de fatores físicos e químicos do ambiente do cultivo, para a produção de tecidos vegetais em cultivos líquidos (Paek et al. 2001).

Segundo Teixeira (2006), comparada com a tecnologia de micropropagação tradicional, a utilização de biorreatores apresenta uma série de vantagens que tornam esta técnica de extrema importância para área de cultura de tecidos vegetais, entre elas: a aceleração do processo de multiplicação; redução significativa dos custos com mão-de-obra; adaptável a diversas espécies vegetais; uniformização da produção; simplicidade de montagem do sistema; eliminação do estresse gasoso e mecânico; redução do custo total por unidade produzida.

Atualmente, a lima ácida tahiti (Citrus latifolia Tanaka), vem despertando interesse para a ampliação dos plantios comerciais. Assim, justifica-se esse estudo pela capacidade do aumento da atividade econômica mediante cultivo em larga escala em biorreatores de Citrus latifolia Tanaka, aumentando a produção e gerando maior lucro visto que o limão tahiti têm ampla aceitação no mercado.

Além disso, as frutas cítricas, como o limão tahiti, são conhecidas como fontes de constituintes antioxidantes que apresentam várias ações benéficas ao ser humano, como por exemplo, a atividade antioxidante.  Dentre esses compostos bioativos, destacam-se o ácido ascórbico, os compostos fenólicos e os carotenóides. Vários estudos têm indicado o papel-chave dos radicais livres e outros oxidantes como grandes responsáveis pelo envelhecimento e pelas doenças degenerativas associadas ao envelhecimento, como câncer, doenças cardiovasculares, catarata, declínio do sistema imune e disfunções cerebrais. Os compostos bioativos do limão são ricos em substâncias antioxidantes que ajudam a diminuir a incidência dessas doenças.