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CARACTERISTICAS GERAIS DA ESPÉCIE BACTERIANA STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE

Por:   •  28/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.543 Palavras (7 Páginas)  •  384 Visualizações

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  1. CARACTERISTICAS GERAIS DA ESPÉCIE BACTERIANA STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE

O pneumococo ou Streptococcus pneumoniae, antigamente denominado Diplococcus pneumoniae, é constituído por cocos gram-positivos dotados de cápsula, com forma oval ou em chama de vela e agrupados aos pares; cada coco mede 0,5 a 1,25 mm de diâmetro. É bactéria que induz alfa-hemólise em placas de ágar-sangue de carneiro. Facultativamente anaeró- bia e que, em meio de cultura líquido, tem a forma de cadeias curtas, assumindo o aspecto de diplococo no exame direto, ao microscópio óptico, de esfregaços corados pelo método de Gram. Em meio de cultura, as colônias de amostras capsuladas dos sorotipos 3 e 37 de Streptococcus pneumoniae apresentam aspecto mucoide, arredondado, com 1 a 3 mm de diâmetro, enquanto as colônias dos outros sorotipos têm aspecto liso, não mucoide. Em condições anaeróbias, em meio ao qual foram adicionadas hemácias, os pneumococos alteram a hemoglobina, dando origem à coloração esverdeada que se observa em torno das hemácias. O pneumococo é catalase-negativo e peroxidase-negativo, motivos pelos quais a adição de glóbulos vermelhos ao meio de cultura inativa o peróxido de hidrogênio e aumenta a viabilidade dessa bactéria. O reconhecimento de Streptococcus pneumoniae, de modo geral, é feito com base nas seguintes propriedades: alfa-hemólise em ágar-sangue; catalase-negatividade; susceti- bilidade à optoquina (98% das cepas); solubilidade em meio contendo sais biliares (Musher, 2008). Com a demonstração da existência de cepas de pneumococo resistentes à optoquina (etil-hidrocupreína), sua sensibilidade a essa substância (o único entre os estreptococos alfa-hemolíticos que sofria inibi- ção do seu crescimento em cultura pela optoquina) deixou de ter a importância assumida pela solubilidade na bile para a sua identificação (Pikis et al., 2001).

Streptococcus pneumoniae é a espécie de estreptococo que causa com maior frequência pneumonia, meningite purulenta, sinusite e otite média agudas, estando entre as bactérias mais comumente associadas à etiologia dessas doenças quando adquiridas na comunidade. É o agente mais frequente de pneu- monia em adultos. Otite média e sinusite agudas, bronquite, traqueobronquite e pneumonia pneumocócicas instalam-se a partir da migração de bactérias colonizadas na orofaringe ou na nasofaringe. O pneumococo é encontrado na orofaringe e na nasofaringe, como componente da flora de parcela variável de pessoas normais, sendo isolado da nasofaringe em 5 a 10% dos adultos e em 20 a 40% das crianças hígidas (Musher, 2008).

  1. Patogênese e epidemiologia

Depois de colonizar a nasofaringe de cri- anças e adultos, essa bactéria aí persiste geralmente durante 4 a 6 semanas, embora possa manter-se durante até 6 meses. A pre- sença de anticorpos séricos contra polissacarídios capsulares diminui em 50% ou mais a possibilidade de colonização com o sorotipo de pneumococo correspondente. O fenômeno que precede  a infecção das vias respiratórias pelo pneumococo é a aderência à superfície das células mucosas (colonização) da nasofaringe ou da orofaringe. Na pneumonia, a infecção é facilitada ou favorecida por fatores que dificultem a eliminação do pneumococo que tem acesso ao trato respiratório inferior (diminuição ou aboli- ção do reflexo da tosse, sobretudo em pessoas alcoolizadas ou conscientes –, prejuízo no movimento dos cílios da mucosa dos brônquios e bronquíolos etc.) ou que facilitem a sua pro- liferação (acúmulo de líquido intra-alveolar na insuficiência cardíaca congestiva, na hipoproteinemia, nas viroses respira- tórias agudas, na bronquiectasia ou após aspiração de secre- ções), assim como quando há lesões pulmonares preexistentes provocadas pelo fumo ou por outros agravos ocupacionais, ou induzidas recentemente pelo vírus da influenza. A porta de entrada habitual do pneumococo é a mucosa respiratória onde a bactéria se colonizou, podendo ser aspirada, causando pneumonia.

A pneumonia é um distúrbio infeccioso/inflamatório do parênquima pulmonar. Patologica- mente, os alvéolos e/ou interstício pulmonar são preenchidos com leucócitos, hemáceas e fibrina; o peso pulmonar aumenta; e o ger- me responsável pode ser recuperado em culturas ou colorações.

Classificação. A pneumonia pode ser globalmente classificada em pneumonia adquirida na comunidade (PAC), pneumonia adquirida em asilos (PAA), pneumonia adquirida no hospital (pneumonia no- socomial) (PAH) (ver Figura 1.1). As várias classificações têm im- plicações no diagnóstico etiológico, na avaliação, na terapia e no prognóstico. A pneumonia também pode ser classificada pela gra- vidade da doença, local do tratamento, velocidade da instalação, patógeno e estado imunológico do hospedeiro (ver Tabela 1.2).

1. Pneumonia adquirida na comunidade. A PAC geralmente é clas- sificada em pneumonia típica ou atípica. A PAC típica não apre- senta achados extrapulmonares (p. ex., miringite,** faringite, erupção cutânea). A PAC atípica apresenta achados extrapulmo- nares e pode ser classificada ainda em pneumonia zoonótica ou não zoonótica, com base na presença de um vetor animal.*

2. Pneumonia adquirida em asilos.* APAA par==============ece mais com a PAC do que com a pneumonia adquirida no hospital (PAH) e ocorre esporadicamente ou como parte de surtos epidêmicos em asilos.

3. Pneumonia adquirida no hospital. A PAH geralmente é classifi- cada em pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV) ou pneumonia não associada a ventilação mecânica.

EPIDEMIOLOGIA: As PACs são causadas por um patógeno isolado. (Pacientes que apresentam “múltiplos patógenos bacterianos” são vistos apenas na pneumonia por aspiração ou no abscesso pulmonar.) Em indiví- duos hígidos com PAC, a aparente presença de múltiplos patógenos (exceto por S. aureus sensível à meticilina/ S. aureus resistente à meticilina [MSSA/MRSA] com influenza viral) quase sempre são diagnosticados em dados sorológicos e microbiológicos combina- dos. Em indivíduos previamente doentes, os patógenos pulmonares apresentam-se sequencialmente, de forma não simultânea, como copatógenos. Subgrupos específicos de pacientes estão predispos- tos a certos patógenos e tipos de pneumonia, como sugerido por história, exame físico, exames laboratoriais, raio X de tórax e exa- me do escarro com coloração Gram (ver Tabela 1.6, e Capítulo 2)

A capacidade de um germe causar infecção depende do equilíbrio entre o tamanho do inóculo, de sua virulência e da capaci- dade das defesas do indivíduo (ver Tabela 1.10). Vários germes desen- volveram suas próprias estratégias para antagonizar os mecanismos de defesa do hospedeiro (ver Tabela 1.11). As formas primárias de aquisição de pneumonia incluem aspiração de flora nasofaríngea/gás- trica, inalação de patógenos transportados no ar, disseminação direta por contiguidade a partir de um local infectado e disseminação hema- togênica a partir de um local infectado distante (ver Tabela 1.12).

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