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PROPOSTA INOVADORA PARA O ESTUDO DOS CICLOS BIOLÓGICOS DE DOENÇAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Por:   •  20/11/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.845 Palavras (8 Páginas)  •  277 Visualizações

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (MEC)[pic 1][pic 2]

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA (UNIPAMPA)

CAMPUS DE URUGUAIANA

CURSO CIÊNCIAS DA NATUREZA – LICENCIATURA

ADRIANA DA SILVA BIAVASCHI

PROPOSTA INOVADORA PARA O ESTUDO DOS CICLOS

BIOLÓGICOS DE DOENÇAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Uruguaiana, RS.

2019

INTRODUÇÃO

Uma das maneiras de proporcionar a aprendizagem significativa no ensino de ciências é a aplicação de recursos didáticos que envolvam a ludicidade, estimulando o interesse, a curiosidade e a participação dos estudantes. De acordo com Cruz (2013), para que essa aprendizagem aconteça, é importante a presença de um recurso metodológico dinamizador, que promova a construção e compreensão de conceitos, permitindo que o aluno faça a leitura de mundo, associando as informações aprendidas anteriormente às novas informações.

O seguinte relato de experiência, apresenta os resultados da aplicação de um material didático, voltado para o estudo dos ciclos de algumas doenças, em uma turma do oitavo ano de uma escola de Ensino Fundamental, localizada na cidade de Uruguaiana - RS. O trabalho foi desenvolvido a partir das reflexões e vivências proporcionadas pelo componente curricular Estágio Supervisionado, do curso de Ciências da Natureza da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA).

Dessa forma, a atividade “Compreendendo os ciclos” foi elaborada com a finalidade de abordar aspectos gerais dos ciclos da leptospirose, leishmaniose, toxoplasmose, ascaridíase e dengue, pois tratam-se de doenças que fazem parte do contexto social dos estudantes e versam com o conteúdo Sistemas do Corpo Humano, ministrado no oitavo ano. Nesse sentido, Siqueira, et al. (2003) salientam que a contaminação de pessoas pelos parasitas, está intimamente relacionada com seus hábitos de higiene e ao modo de vida das mesmas. Além disso, observa-se que a alta ocorrência de parasitoses em geral está acompanhada da falta de informação quanto sua origem, transmissão e prevenção.

Portanto, levando em consideração a importância de discutir essa temática nas escolas e pensando em uma maneira de fugir do tradicional, o trabalho realizado teve como objetivo proporcionar aos alunos um recurso que permita a participação ativa e interação da turma, com espaço para a pesquisa e reflexão, através de uma metodologia no viés da inovação pedagógica, capaz de possibilitar e evidenciar o protagonismo dos mesmos.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O desenvolvimento da atividade “Compreendendo os ciclos”, foi destinado a uma turma de treze estudantes do oitavo ano da Escola Estadual de Ensino Fundamental República do Uruguai, sendo a aplicação realizada no segundo semestre de 2019. Para a confecção do material didático, foram necessários os seguintes materiais: folhas de EVA coloridas; papel contact transparente; cola branca; impressões coloridas das imagens e das descrições das etapas dos ciclos; fita adesiva e tesoura.

Primeiramente, em pesquisa na internet, as imagens para a representação de cada fase dos ciclos foram selecionadas, e com base nestas imagens, as explicações das etapas foram escritas. Logo após, as peças foram impressas, recortadas e coladas no EVA colorido, e para uma maior durabilidade, todas foram envolvidas com papel contact.[pic 3]

         [pic 4]

Figura 01 e 02: Peças do recurso pedagógico.

Fonte: acervo pessoal.

Na semana anterior à aplicação da atividade, os alunos foram divididos em cinco grupos e cada grupo sorteou um dos ciclos para trabalhar. A partir deste momento até o dia da aplicação, os grupos deveriam fazer uma pesquisa sobre o ciclo sorteado, para que começassem a compreender a dinâmica das doenças, até então, desconhecidas para a maioria da turma, sempre levando em consideração a atuação de um agente causador e de um vetor no ambiente.

No dia do desenvolvimento da atividade, os estudantes puderam exercitar os conhecimentos construídos a partir do contato prévio com o conteúdo, caracterizando uma metodologia bastante próxima da Sala de Aula Invertida, que segundo Schmitz (2016), significa alterar eventos que seriam feitos em aula para fora da sala de aula, quando o aluno assume o protagonismo pelo estudo teórico e em uma aula presencial, aplica os conceitos estudados de maneira prática.

Assim, as peças correspondentes a cada ciclo foram distribuídas para seus respectivos grupos, no entanto, uma das peças não encaixava no ciclo, pois pertencia a outro. Dessa forma, na medida em que os alunos percebiam o erro, poderiam interagir com os outros grupos, até a peça correta ser encontrada. Cada grupo deveria montar o ciclo de acordo com suas concepções, e caso necessitassem de auxílio, receberiam orientações que estimulasse a reflexão até a conclusão correta.

Após a montagem, cada grupo discutiu a dinâmica do seu ciclo, e assim, a partir da compreensão significativa das formas de transmissão e de como os agentes causadores e os vetores se comportam no ambiente, refletiram quanto às possibilidades de “quebrar” estes ciclos. Por fim, os grupos apresentaram os ciclos para a turma, explicando o passo a passo e explanando as ideias de medidas preventivas, a fim de evitar a disseminação destas doenças.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram necessários dois períodos de cinquenta minutos para a aplicação da atividade. No primeiro momento da aula, percebeu-se que os grupos realmente haviam estudado sobre as doenças, pois conversavam entre si a respeito de suas descobertas, como exemplo, o número de ovos que um verme pode produzir e o tempo de vida do mosquito Aedes aegypti.

Quando cada grupo recebeu as peças correspondentes ao seu ciclo, em poucos minutos começaram a perceber a presença da peça errada. Logo, iniciou-se um diálogo de interação entre alunos e professora, permitindo uma troca de impressões e percepções sobre as doenças, até que todos os grupos encontrassem a peça que faltava. Nesse sentido, Vygotsky (1991) afirma que,

Um aspecto essencial do aprendizado é o fato de ele criar a zona de desenvolvimento proximal; ou seja, o aprendizado desperta vários processos internos de desenvolvimento, que são capazes de operar somente quando a criança interage com pessoas em seu ambiente e quando em operação com seus companheiros (VYGOTSKY, 1991, p.60-61).

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