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A Torá : Propostas inovadoras de Milton Schwantes

Por:   •  19/4/2018  •  Resenha  •  634 Palavras (3 Páginas)  •  325 Visualizações

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Exegese e Teologia do AT: Metodologia e Pentateuco

Professora Suely Xavier

                

Hélio César de Souza

2º Semestre 2015

A Torá : propostas inovadoras de Milton Schwantes

Milton Schwantes propõe um novo jeito de ler e interpretar a Bíblia, particularmente o Antigo Testamento. Deixando de lado os métodos tradicionais, ele vê a Torá constituída a partir de quatro conjuntos literários, como livros formados e pertencentes a diferentes grupos da sociedade israelita. Cada um desses conjuntos guarda lições que revelam a teologia daquela comunidade. Essa comunidade a utiliza como instrumento de culto e libertação. O tema principal deste conjunto maior, a Torá, é a formação de uma sociedade justa e ecumênica que tem a humanidade como referência. A Torá foi editada e canonizada para instruir os povos.

Milton Schwantes propõe ler a Torá, inicialmente, a partir de seu primeiro conjunto literário: Gênesis 1-11. Ele observa que a leitura deste conjunto, a partir da teoria das fontes literárias não descobriria o real sentido e a intenção do ensino inserido neste bloco literário. Os onze primeiros capítulos de Gênesis passam a ser referência para toda a humanidade, e consequentemente para a Torá. Sendo assim, eles se constituem uma contínua referência para os conteúdos da instrução divina para Israel e toda a humanidade. Para ele, os onze primeiros capítulos do livro de Gênesis mostram que a Bíblia tem a humanidade como referência. Assim, Gênesis 1-11 não foi editado na abertura da Torá por acaso. Milton Schwantes vê na sequência do conjunto literário de Gênesis 1-11 dois livros, paralelos um ao outro: Gênesis 12-25 (Estas são as gerações de Tera - 11.27) e Gênesis 26-36 (são estas gerações de Isaque... - 25.19). Ambos os livros descrevem a vida dos antepassados de Israel, também chamados patriarcas, tendo relações familiares com os povos da Mesopotâmia, Egito e Arábia.

A partir de Gênesis 37-50 e Êxodo 1-24, as histórias de José e de Moisés carregam estas duas características, aparentemente díspares. José ensinava a enfrentar os opressores não com atitudes bélicas, mas de modo pacífico. Contra os cavalos do exército inimigo e os gafanhotos vorazes não há como enfrentá-los. O povo judeu tinha apenas a lei e o Templo. Só lhe restava ajudar, especialmente, com a sabedoria. Quanto a Moisés, sua história coloca o povo em estado de prontidão: Moisés orienta o povo para estar sempre pronto a caminhar para a terra da promessa. Para tanto, a história de Moisés estimula o povo oprimido a se organizar por meio de novas práticas comunitárias, formulações jurídicas inovadoras e memórias festivas de vitórias no passado. A identidade das histórias de José e Moisés encontra-se na situação de opressão vivida pelo povo e o desejo de liberdade.

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