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FORMAÇÃO DOCENTE, ORIGEM DA PROFISSÃO E SUA IMPORTÂNCIA

Por:   •  30/10/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.771 Palavras (12 Páginas)  •  243 Visualizações

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FORMAÇÃO DOCENTE, ORIGEM DA PROFISSÃO E SUA IMPORTÂNCIA

Acadêmico: João Luís Gomes Canez

Tutor Externo: Bill Júnior Laureano

        

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo, conhecer a origem da profissão docente, apresentando apontamentos históricos que levaram a necessidade de criação de um corpo docente capaz de transformar a Educação como um todo, explicar a relação do Estado com o corpo docente e suas atribuições perante a sociedade e estabelecer uma relação com a profissão docente na contemporaneidade. Ao decorrer do texto, veremos que o conhecimento sempre foi considerado uma ferramenta de educação e também de manipulação, onde a figura do professor veio a contribuir com a sociedade, transformando a maneira de ensinar e de buscar novos conhecimento. Veremos também que o Estado, como responsável pelo povo, não tem interesse real pela educação espontânea da sociedade, mas sim em preparar a população para executar as tarefas que manterão o poder do Estado e a sociedade refém de seus interesses. Durante toda a história, os povos foram tolhidos do acesso ao conhecimento, ficando sempre a mercê do saber que lhes era oferecido e sem a chance de questionar o porquê das coisas. Ao final do trabalho serão apresentados posicionamentos de atores reais da educação, professores da rede pública de ensino que acompanham de perto as interferências do estado na Educação da população.

Palavras-chave: Profissão docente. Estado. Educação.

1. INTRODUÇÃO

Ao longo de toda a história, o homem buscou melhorar sua qualidade de vida, seja através aprimoramentos nas atividades de caça, alimentação, cuidados com a saúde etc. Entre as atividades que o homem passou a exercer, o estudo foi a mais influente para a nossa evolução como seres humanos e como sociedade. Os primeiros pensadores reconhecidos, são até hoje reverenciados pelos estudiosos. Pois eles romperam a barreira do crer sem argumentos, e passaram a questionar, pensar profundamente sobre as questões da vida e discutir com outras pessoas, a fim de encontrar novas respostas para suas perguntas cotidianas.

Durante muito tempo, o conhecimento foi privilégio da minoria. Somente os mais ricos, ou guerreiros respeitados, poderiam participar das discussões onde se aprendia com o pensamento próprio e também com as ideias alheias. O papel da Educação desde muito tempo tem sido fundamental para a formação da sociedade em que vivemos, sem a prática de pensar, questionar, investigar, não teríamos chegado ao conhecimento que temos hoje em dia.

No decorrer dos tempos a figura do professor foi ganhando espaço à medida que o ensino se tornava cada vez mais essencial à formação do Estado organizado e democrático. A profissão docente se torna necessária para o progresso da sociedade, criando métodos de ensino e pesquisas voltadas a desvendar questões importantes para a evolução do saber.

Enquanto o professor tem como princípio educar para melhorar a qualidade de vida da população em geral, o Estado, responsável por oferecer a Educação, tem por princípio utilizar o ensino como ferramenta de manobra e manipulação da grande massa populacional. Tudo isso travestido de ensino para qualificação profissional.

2. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

Desde a antiguidade a Educação tem papel fundamental no desenvolvimento da sociedade. Os primeiros pensadores reconhecidos, trocavam ideias em busca de conhecimento, dialogavam sobre os fenômenos naturais e buscavam respostas para muitas questões cotidianas à época. O exercício da palavra, assim como a retórica e a polêmica, era de grande importância para a democracia entre iguais (não entre classes diferentes), e muitos utilizaram dessa prática de se expressar em público com o intuito de manipulação dos povos que detinham menos poder, logo, menos conhecimento.        

Durante a Idade Média, a Educação era de responsabilidade e domínio da Igreja Católica, a instituição mais poderosa e influente da época. Nesse período a Educação foi fundamental para manter esse poder nas mãos da Igreja. Pois apenas os mais ricos e os membros da Igreja é que tinham acesso ao conhecimento. A grande massa da sociedade, o povo, não tinha direito a Educação, portanto não teriam chances de ascenderem de classe social.

No Brasil, com a chegada dos portugueses, os jesuítas como representantes da Igreja, ficaram encarregados por educar o povo nativo, conforme a educação na Europa. Mas para isso, primeiro era necessário ensinar a língua e a escrita portuguesa. Não foi fácil doutrinar os indígenas a seguir a educação portuguesa, pois aqui já tinham sua própria cultura e estavam bem até a chegada dos colonizadores. Enquanto a colonização da nossa terra progredia, a educação seguia o mesmo caminho, e com a formação do Império, o país necessitava cada vez mais de um povo culto, educado e qualificado.

Com o declínio da Igreja e o surgimento do Estado como responsável pelos cidadãos, a Educação volta a ter papel fundamental nas mudanças da sociedade. O Estado precisava qualificar a população para os mais diversos fins buscando o progresso social. O caminho para o progresso passaria por mudanças na forma de educar a população, ampliando a oferta de escolas e cursos profissionalizantes. E para essa demanda de ensino era preciso um corpo docente capaz de atender as necessidades da população e também servir de porta-voz do Estado. Assim como declara Nóvoa:

Os reformadores portugueses do final do século XVIII sabiam que a criação de uma rede escolar, geometricamente repartida pelo espaço nacional, era uma aposta de progresso. Mas sabiam, também, que este esforço iria contribuir para legitimar ideologicamente o poder estatal numa área-chave do processo de reprodução social. Os professores são a voz dos novos dispositivos de escolarização e, por isso, o Estado não hesitou em criar as condições para a sua profissionalização. Ao longo do século XIX consolida-se uma imagem do professor, que cruza as referências ao magistério docente, ao apostolado e ao sacerdócio, com a humildade e a obediência devidas aos funcionários públicos, tudo isto envolto numa auréola algo mística de valorização das qualidades de relação e de compreensão da pessoa humana. Simultaneamente, a profissão docente impregna-se de uma espécie de entredois, que tem estigmatizado a história contemporânea dos professores: não devem saber de mais, nem de menos; não se devem misturar com o povo, nem com a burguesia; não devem ser pobres, nem ricos; não são (bem) funcionários públicos, nem profissionais liberais; etc.(p. 2).

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