Filosofia da Educação - O Pensamento Pedagógico
Por: Bia Costa • 26/4/2016 • Trabalho acadêmico • 1.951 Palavras (8 Páginas) • 1.654 Visualizações
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Polo Atibaia
Curso Superior Educação Física - Licenciatura
Desafio profissional
Disciplina: Filosofia da Educação - O Pensamento Pedagógico
Tutor:
Atibaia, 25 de setembro de 2015.
Introdução
A escola sofre processos de transformações durante as mudanças no que rege a economia, política e a formação familiar. A história e o contexto sociopolítico cultural determinam o perfil das diretrizes a ser tomada pela escola, a clientela atendida pela mesma e os profissionais que ali exercem sua função pedagógica. Através de pesquisa teórica e prática, o trabalho em questão visa demonstrar a visão do docente frente à escola contemporânea e as perspectivas que o profissional da área de educação na atualidade, tendo como parâmetros de pesquisa o profissional, e as escolas do Estado de São Paulo, o que o docente, Sua história de vida, o que espera da instituição educacional estadual e de si mesmo.
O conhecimento, educação e a escola:
Historicamente, a escola sofre influência do meio em que está inserida e é orientada para servir à filosofia política-cultural de quem está no poder e interesses econômicos vigentes. A história, no que se refere à educação, sempre esteve na mão de uma pequena porção representativa dos setores humanos – sociais. Primeiro esse conhecimento ficou estagnado na mão do clero que determinava o que se aprendia de acordo com seus interesses e sua visão de mundo, sendo esse conhecimento passado de monge copista para monge copista e o acesso a esse conhecimento ficava centralizado no clero e restrito a monges da idade média na Europa. Em um passado mais recente, em nosso país, o meio escolar era dominado pelas mulheres, pois isso era determinado por um querer vocacional e também por uma valorização profissional que o magistério exercia nessa época, sendo que a burguesia brasileira, desde os primeiros anos de colonização buscavam na Europa seu aprimoramento educacional até o fim da década de 70, a profissão era muito bem remunerada no Brasil e também dava certo status social. A escola era mais elitizada, não sendo o acesso a ela democratizado, ou seja, a entrada e a permanência nas instituições educacionais eram muito restritas.
A desvalorização da educação e o Estado de São Paulo
No fim da década de 80, houve uma desvalorização do profissional do magistério no Brasil e também no Estado de São Paulo, ainda com o domínio esmagador de mulheres na profissão, porém com uma inversão no nível universitário, onde a quantidade de homens no magistério prevalecia em relação às mulheres. Isso já determinava uma situação social diferente entre homens e mulheres, onde as possibilidades de um melhor ganho, prestígio, condições de trabalho melhores, determinasse o domínio masculino no ensino universitário e de outros setores profissionais que ofereciam melhores remunerações.
A educação no país todo passou por uma mudança, onde para atender às mudanças familiares, sócio econômico, políticas, sociais e o multiculturalismo, deu-se início a uma visão conturbada da democratização do ensino; foi interpretada como uma situação de criar escolas sem a mínima estrutura para o atendimento dos escolares e dos profissionais da rede, que temos como exemplo as chamadas “Escolas de Lata” em São Paulo, também uma inclusão social e física mal feita em todo o país, onde não tínhamos espaço físico e nem profissionais treinados para atender essa nova demanda. Como é dito por uma professora que largou o magistério após ser agredida por um aluno na escola estadual de São Paulo que relata mais um problema de logística e de planejamento, “os ciclos” que foram implantados na rede estadual de muitos estados brasileiros, que tinham o “propósito de respeitar a marcha de aprendizagem de cada aluno”, onde se dizia que o aluno resgataria o conhecimento não adquirido em um novo ano, mostrou-se ser um total fracasso e que criou um sistema de passagem automático. A professora que deu o relato diz:
“Em 1988, quando [o então governador de São Paulo] Orestes Quércia colocou o ciclo básico onde a criança passava da primeira para a segunda série sem saber ler, ele deu o primeiro passo para a desvalorização total do magistério”. G1. Educação. SER (OU NÃO SER) PROFESSOR. Disponível em:
Hoje o magistério não atrai os adolescentes, pois não veem atrativos na profissão, mesmo havendo estímulos para a adesão à licenciatura como FIES (Programa de Financiamento Estudantil), PROUNE (Programa Universidade para Todos), etc. As universidades não conseguem manter os cursos presenciais abertos e novos tipos de acesso ao curso são formados, principalmente os de ensino à distância. Outro indicador preocupante é o aumento dos pedidos de exoneração na área de licenciatura, o que determina uma insatisfação atual que impera nas escolas, pois há alguns anos atrás a efetivação do quadro do magistério era o ápice da carreira e alcançada tal feito, dificilmente havia desistência da carreira. No trabalho de doutorado de FLAVINÊS REBOLO LAPO - PROFESSORES, DESENCANTO COM APROFISSÃO E ABANDONO DO MAGISTÉRIO, traz três tabelas que informam o porquê de 29 professores desistirem da carreira:
Quadro 1 – Distribuição dos professores efetivos por categoria
Rede Estadual de São Paulo (1990-1995)
Professor II | Professor II | Professor III | |
Efetivos | 47.466* | 63* | 33.370* |
Exonerados | 2.308 | - | 3.082 |
* Número médio ao longo do período.
Quadro 2 – Distribuição dos professores efetivos por região
Rede Estadual de São Paulo (1990-1995)
N. de docente efetivos* | N. de escolas* | N. de DEs | Média de exonerações por DE* | Total de exonerações no período | |
Interior | 46.245 | 4.378 | 102 | 24 | 2.467 |
Grande São Paulo | 14.260 | 1.324 | 22 | 48 | 1.073 |
Capital | 19.494 | 980 | 21 | 88 | 1.850 |
Total | 79.999 | 6.682 | 145 | — | 5.390 |
* Números médios ao longo do período, pois o número de escolas e de docentes efetivos às vezes aumentou, outras vezes decresceu de um ano para outro.
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