Historia da Educação Fisica no Brasil
Por: Cassiana Garcia • 8/10/2016 • Monografia • 776 Palavras (4 Páginas) • 615 Visualizações
- A história da educação física. l
É inexorável para o pleno entendimento deste trabalho, o discorrer sobre a história da educação física no Brasil e os motivos políticos globais que implicaram na forma de inserção na realidade social brasileira. Nascida do militarismo e orientada desde seu inicio por preceitos médicos, podemos apontar para uma educação física nacional fundamentada sobre três bases: pelo militarismo, pelo conceito higienista e pelo positivismo como orientação filosófica.
Antes de aprofundarmos o desvelamento da história da educação física no território brasileiro, é de extrema importância à exegese do direcionamento de nossas pesquisas para um olhar histórico que indica como a raiz estruturante desta tríade fundamentadora da educação física brasileira, o entendimento do corpo e da utilização deste como força de trabalho, fato que se desenvolveu na Europa dos séculos XVIII e XIX. Neste período ocorreu na França e na Inglaterra, uma dupla revolução, nessas condições... “Não seria exagerado considerarmos esta dupla revolução, a francesa bem mais política, e a inglesa industrial, não apenas pertencendo a história dos dois países, mas sim como a cratera gêmea de um vulcão regional bem maior” (HOBSBAWM,1982,p.18).
Neste sentido de nova ordem social que começava a se consolidar, a educação física era inserida como braço forte e ferramenta indispensável para a burguesia e os seus aparatos ideológicos. Foi nesta época que como demonstra Betti (1991, p.33) ”a educação física experimentou um decisivo impulso no sentido de sua sistematização e institucionalização como uma forma de educação no mundo ocidental”.
Com a mudança dos meios de produção e a mudança de classe dominante, à burguesia, que agora era a detentora destes meios, existia a necessidade da mudança na constituição do homem executor do trabalho capitalizado, o homem que vendia o seu trabalho teria também que se adequar coercitivamente ás exigências e necessidades da sociedade capitalista, neste contexto a educação física era concebida como ferramenta para consolidar os ideais da revolução burguesa.
É nessa perspectiva que podemos entender a Educação Física como a disciplina necessária a ser viabilizada em todas as instâncias, de todas as formas, em todos os espaços onde poderia ser efetivada a construção desse homem novo: no campo, na fábrica, na família, na escola. A Educação Física será a própria expressão física da sociedade do capital. Ela encarna e expressa os gestos automatizados, disciplinados, e se faz protagonista de um corpo “saudável”; torna-se receita e remédio para curar os homens de sua letargia, indolência, preguiça, imoralidade, e, passa a integrar o discurso médico, pedagógico... familiar. (SOARES,2012, p4)
O resultante deste progresso industrial alcançado por estas revoluções são as transformações que ocorreram de forma direta na relação do trabalho, pela exploração dos operários nos baixos salários, nas longas jornadas, péssimas instalações para o trabalhador e arregimentação de crianças e mulheres com o objetivo de diminuir o custo da mão de obra. Concomitante a esta relação contraditória da execução do trabalho e incapacidade de se manter digna a condição de quem executa este trabalho, começa a ocorrer a urbanização da Europa, sendo exposto o tipo de vida degradante da grande parcela de sua população.
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