Portifolio Estágio Curricular I – Iniciação e Treinamento Desportivo do Curso de Educação
Por: ederp370 • 24/8/2021 • Trabalho acadêmico • 4.318 Palavras (18 Páginas) • 847 Visualizações
Introdução
O presente trabalho consiste na apresentação do Estágio Curricular I – Iniciação e Treinamento Desportivo do Curso de Educação Física Bacharelado da UNOPAR, reformulado devido o período pandêmico do novo Corona vírus.
Desse modo, o intuito do trabalho consiste na discussão de seis casos apresentados, sendo organizados em tópicos: Maturação e Desempenho, Especialização Esportiva Precoce, Método tradicional ou tecnicista, Ensino a partir de jogos, Treinamento das capacidades motoras e os avanços científicos e tecnológicos do Treinamento Desportivo.
Ademais, cada caso apresentado foi discutido a partir do embasamento da literatura, para que todos os casos fossem apresentados de forma sucinta e coesa.
A prática de atividades físicas pode ser muito benéfica como uma forma de experiência motora para as próprias atividades cotidianas. Estudos relacionados ao desenvolvimento motor não apresentavam grande expressão na área da Educação Física até a década de 70, no entanto, o aumento no volume e na qualidade das pesquisas durante a década de 80 e 90 fez do desenvolvimento motor uma área legítima de pesquisa científica, com grande destaque internacional nos dias atuais (GALLAHUE e OZMUN, 2005). O objetivo central dos estudiosos da área de desenvolvimento motor é entender como os seres humanos desenvolvem suas habilidades motoras, analisando o impacto da maturação infantil e das experiências ambientais na aquisição e no aumento da complexidade dos movimentos realizados (ISAYAMA e GALLARDO, 1998). Nesse contexto, a infância é entendida como um período de grande importância para o desenvolvimento motor, sobretudo porque é nesta fase que ocorrem o desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais que servem de base para o desenvolvimento das habilidades motoras especializadas que o indivíduo utilizará nas suas atividades cotidianas, de lazer ou esportivas (GALLAHUE, 2005).
Maturação e Desempenho
A maturação e o desempenho referem-se a características que intercedem o desenvolvimento infantil, onde há a necessidade contínua de estimulação, para que tal processo ocorra de forma benéfica (MALINA et al., 2009). Isto é, o processo que envolve a maturação e o desempenho ocorre de forma contínua, mas acumulativa, modificando-se conforme o crescimento do indivíduo. Desse modo, apesar de ser relacionado com a idade o mesmo independe deste fator, sendo possível encontrar crianças de mesma faixa etária, mas em fases divergentes de desenvolvimento, onde em algumas ocorre de forma rápida e em outras lentamente (HAYWOOD et al., 2016).
Alguns autores relatam que a maturação biológica é fator determinante na evolução do desempenho motor de crianças e adolescentes, por isso os aspectos relacionados ao crescimento e desenvolvimento físico devem ser considerados na avaliação da performance motora e no planejamento do treinamento de jovens atletas (RÈ et al, 2005; TOURINHO, 1998; BORGES et al, 2004).
Segundo Silva (2006), os adolescentes apresentam o estirão do crescimento em ritmos distintos, principalmente na idade cronológica de 10 a 14 anos, sendo possível que um indivíduo tenha completado o desenvolvimento e outro da mesma idade cronológica não tenha sequer começado o seu surto de crescimento.
Na puberdade a massa corporal pode apresentar grandes diferenças entre adolescentes da mesma faixa etária. Os indivíduos que apresentam idade biológica adiantada na maioria das vezes possuem maiores valores em tamanho físico devido ao aumento dos componentes minerais e da massa magra se comparado aos que ainda não tiveram grande atuação dos processos hormonais responsáveis pelo crescimento. Assim esta diferenciação da composição corporal pode tornar-se um fator relevante no que diz respeito ao desempenho esportivo (MORTATTI & ARRUDA, 2007; TOURINHO, 1998).
Mortatti e Arruda (2007) e Seabra (2002) relatam que as mudanças na composição corporal devido à maturação podem ter influência no desempenho motor, pois as mudanças nas estruturas morfológicas estão diretamente ligadas às respostas fisiológicas frente ao exercício.
Neste sentido o profissional de educação física não pode negligenciar os diferentes ritmos de crescimento dos seus atletas na fase de identificação do talento, pois em basear-se em desempenhos momentâneos pode promover uma interpretação equivocada no seu diagnostico comprometendo assim o processo de detecção de talentos (MARTIN et al, 2001; PANCORBO, 2002).
Silva (2006) e Malina et al (2009) afirmam que meninos precoces tendem a apresentarem valores maiores em tamanho corpóreo, podendo esta vantagem se traduzir em resultados melhores em força e velocidade. Desta forma os indivíduos precoces apresentarão desempenhos melhores em desportos que estas valências se fazem importantes, como o futebol, portanto é de suma relevância o conhecimento do estágio maturacional do jovem desportistas desta modalidade.
Malina (2004) e Seabra (2002) complementam dizendo que dentro de uma idade cronológica ou em uma equipe de meninos, os que estão em níveis mais avançados da maturação apresentam em média, maior capacidade de realizar tarefas que exijam força e velocidade se comparados aos menos avançados maturacional mente.
Dantas (2003) corrobora dizendo que nos processos de identificação de talentos é necessário embasamento cientifico pra que se consiga observar nos indivíduos características genéticas que o tornem apto a desenvolver capacidades superiores através do treinamento sistematizado em uma determinada modalidade.
Esta tendência é dissonante aos atuais métodos de seleção no esporte nos quais o indivíduo é visto de maneira momentânea sendo desconsiderados aspectos referentes à hereditariedade e história pessoal (BORGES et al 2004; MONTAGNER, 2003).
Os métodos historicamente utilizados para seleção de talentos (peneiras) são caracterizados por avaliações empíricas feitas de maneira rápida sem amparo cientifico onde os candidatos são agrupados de acordo com sua idade cronológica, contudo é relatado pela literatura que aspectos relacionados ao crescimento podem significar uma variação de até dois anos para a idade cronológica assim, prejudicando ou beneficiando os avaliados devido a este fenômeno biológico (MONTAGNER, 2003).
Neste sentido se faz necessário separar o que é predisposição para o esporte das vantagens físicas relacionadas aos diferentes ritmos de crescimento e maturação característicos principalmente da adolescência. Isto fica evidente quando falamos de força e velocidade, pois determinados jovens que se destacam por estas capacidades só devem ser considerados uma promessa se estas valências estiverem relacionadas à predisposição genética, e assim, continuem a sua evolução em níveis superiores aos demais indivíduos da sua faixa etária através dos anos (DANTAS, 2003).
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