Saber a experiencia

Atualmente a docência vem sendo uma tarefa mais complexa, ser professor não envolve você só dentro de uma sala de aula, mas também você como um todo, como afirma GRILLO (2001):

“ A docência envolve o professor em sua totalidade; sua pratica é resultado do saber, do fazer e principalmente do ser, significando um compromisso consigo mesmo, com o aluno,  com o conhecimento e com a sociedade e sua transformação.”

Para ser professor necessita-se mais que conhecimentos específicos, necessita-se “deixar” para fora da sala de aula todos os problemas, preocupações que você tem na sua vida pessoal, porém não deixar-se por inteiro, você deve ter dedicação, virtudes, valores e amor para repassar aos alunos, professor é um conjunto de erros e acertos, valores, virtudes, conhecimento, influência do meio.Por isso para ser professor não basta conhecimento, precisa-se também conhecer-se.

Porém a vida de um professor não resume-se somente em si, há alunos interlocutores que influenciam direta ou indiretamente nas aulas, e cabe ao professor reconhecer isso e agir de tal modo que suas aulas tornem-se interessantes, fazendo com que o aluno interaja positivamente e aprenda.Isso surge todos os dias com imprevistos diários, o professor pode ensinar dez vezes em um dia o mesmo conteúdo e fazer isso de dez maneiras diferentes, mas para isso o professor deve ser seguro, conhecer seus alunos e ter conhecimento e “manha” suficiente para fazer isto.Quem afirma bem isso é HOUOT (1991):

“ Você pensa ter convencido seus alunos, mas eles resistem;Imagina que eles compreenderam, mas eles se calam.Espera a contradição de seus alunos, mas dessa vez eles fazem uma exceção... Para ensinar é necessário improvisar... “

No entanto, para “saber improvisar” o professor deve possuir conhecimentos específicos de sua área e buscar aprimorar-se sempre, porque sempre surgem situações a serem resolvidas, saber interagir com os alunos num processo ensino –aprendizagem, o professor deve trazer situações a serem discutidas pela turma, interagir sues conhecimentos com temas da atualidade, assim compreendendo também que o aluno é um ser que interage e acima de tudo possui conhecimentos muitas vezes não tão específicos, mas que podem ser colocados para que suas aulas possam ser produtivas e interessantes tanto para os alunos, como para ele próprio.

Comentário sobre a seguinte citação:

 “ O estudante deve ser considerado um sujeito interativo e ativo no seu processo de construção do conhecimento, assumindo o educador um papel fundamental nesse processo, agindo como um individuo mais experiente.” VIGOTSKY (1896)

Como já foi dito o professor deve compreender que o aluno é o ser que “faz” a aula, ele é possuidor e construidor de conhecimentos, e o educador é quem necessita de artimanhas para integrar este ser (o aluno) nas aulas, compreendendo que a aula não “gira” em torno do professor e sim, que o professor deve fazer a aula “girar” em torno do aluno, não que o aluno quem “mande” na aula, mas de uma maneira onde a medida que o aluno vai aprendendo e aplicando os conhecimentos, é que vai aumentando-se o nível de dificuldade.O professor como individuo mais experiente está preparado pra fazer isso e pode fazer isto também debatendo idéias, questionando hipóteses, propondo novas analises e estimulando idéias dos alunos para as aulas.Assim o professor pode usar de sua experiência para administrar as vivencias que os alunos trazem para dentro da sala de aula e usá-las para “dar” seu conteúdo.

Cenas do filme e comentários:

• “Estou lhe emprestando porque acredito em você, pode ser o melhor da turma se quiser... Só depende de você.”

Hundert é um professor, que tem além de conhecimentos, vocação, ele trata os alunos como filhos e sente-se responsável pelo caráter dos meninos, ele investe em um aluno porque vê nele um potencial que foi sufocado,porém ele sente que não pode desperdiçá-lo, ele quer que esse aluno cresça e não seja igual ao pai, uma pessoa sem caráter, porém ele “rega” demais aquele aluno e decepciona-se.

• “ Cremos que nossas historias podem ser escritas antes da morte, há exceções entre os grandes nomes da história, eu não sou um deles.Sou só um professor, um simples professor...”

O professor Hundert não esta valorizando sua profissão, ele pensou que ser professor é nada, que tudo que ele ensina e aprende com alunos, não faz dele um grande homem, mas o que ele, e todos os professores, deveria saber que é só porque ele esteve ali ensinando e interagindo com os alunos é que se formaram os “grandes homens da história”, não culpo somente ele por sua visão, mas também a sociedade, e cabe a nós educadores mudar essa opinião.Há também desvalorização do professor quando o pai do aluno, pergunta para o professor:

“Qual o valor do que você ensina para esses meninos? “

Pesquisa “Saber da Experiência:”

Tardif defende que o saber não se reduz, exclusiva ou principalmente, a processos mentais, cujo suporte é a atividade cognitiva dos indivíduos, mas é também um saber social que se manifesta nas relações complexas entre professores e alunos.

Há que “situar o saber do professor na interface entre o individual e o social, entre o ator e o sistema, a fim de captar a sua natureza social e individual como um todo” (TARDIF, 2002, p.16).

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